Governo garante que liberdade editorial da RTP é sagrada e nega ter feito críticas
"Os jornalistas da RTP não se deixam condicionar e continuarão a cumprir o seu dever profissional", lê-se na nota assinada pela direção de informação do operador de serviço público.
O ministro dos Assuntos Parlamentares defendeu que o Governo vê a liberdade editorial da RTP como sagrada e declarou que o executivo não foi a fonte de uma notícia sobre uma suposta estratégia concertada contra o Governo.
O ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, respondia em plenário ao deputado do Livre Jorge Pinto, que o questionou sobre a notícia do jornal online Observador segundo a qual o Governo alegadamente entende que por trás das polémicas que têm atingido o executivo estará uma agenda cruzada entre interesses imobiliários e os media.
O Observador escreve, baseado em fontes anónimas, que no Governo se acredita que a intenção de retirar sete milhões de euros anuais em publicidade do canal público levou a uma atitude editorial mais hostil por parte da RTP perante o executivo.
Num debate agendado pelo PCP sobre política geral “centrada na degradação da situação social do país”, o ministro Pedro Duarte disse que o executivo pretende fortalecer o serviço público de media e que “a liberdade editorial é absolutamente sagrada e isso não está em causa”.
Pedro Duarte garantiu que a notícia avançada pelo Observador “não saiu do Governo”, sublinhando que em causa estavam fontes anónimas e pedindo ao deputado Jorge Pinto que informe o Governo se souber “mais alguma coisa”.
No seu pedido de esclarecimento, Jorge Pinto criticou o que chamou de atitude confrontacional do ministro Pedro Duarte com a RTP, sublinhando que o governante terá deixado subentendido que “poderia haver uma partidarização dos trabalhadores da RTP“.
Jorge Pinto lembrou ainda a intenção do Governo de acabar com a publicidade na televisão pública, exigiu saber quem fez as declarações que serviram de base à notícia do Observador e se o ministro concordava com o que foi noticiado, acrescentando que a “investigação e o escrutínio são e têm de ser parte essencial do trabalho da RTP.
Na noite de terça-feira, a direção de informação da RTP reagiu em comunicado à notícia do Observador. “Os escrutínios dos poderes públicos é uma das missões principais do jornalismo livre e independente. É essa também a missão da RTP. Quaisquer que sejam e de onde quer que venham as insinuações de alegadas “estratégias concertadas” têm apenas uma resposta simples e linear: os jornalistas da RTP não se deixam condicionar e continuarão a cumprir o seu dever profissional”, lê-se na nota assinada pela direção de informação do operador de serviço público.
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