CCDR Norte e Estado de Rondónia desenvolvem certificação de carbono

O Parque Natural da Peneda-Gerês, Douro Vinhateiro e Terras Quentes de Trás-os-Montes serão as áreas-piloto onde o futuro sistema de certificação de carbono será testado.

A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) e o Estado de Rondónia, no Brasil, vão desenvolver uma metodologia para medir o carbono que deverá depois servir de base para a certificação internacional, anunciou esta quinta-feira a entidade portuguesa. Por cá, a nova técnica será testada em áreas piloto no interior do país, num investimento de 1,5 milhões de euros nos próximos três anos.

O Parque Natural da Peneda-Gerês, o Douro Vinhateiro e as Terras Quentes de Trás-os-Montes serão as áreas-piloto onde a nova “metodologia inovadora de medição de sequestro de carbono, com base em tecnologia satélite” será testada.

Estas zonas do país foram selecionadas por representarem diferentes tipologias de território, incluindo aqueles onde os baixos rendimentos têm levado à perda de população.

Este projeto pode ser determinante para um dos grandes desafios da região: fixar pessoas no território.

António Cunha

Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N)

Em paralelo, a CCDR pretende reforçar a valorização ambiental dos ecossistemas. Este projeto visa desenvolver um sistema de certificação que permita a remuneração dos proprietários e produtores rurais pela conservação do carbono armazenado nas florestas e solos e, sustenta o presidente da CCDR-N, pode ser determinante para um dos grandes desafios da região: fixar pessoas no território”. António Cunha conta, nesta missão, com a coordenação técnica do CEiiA – Centro de Engenharia e Desenvolvimento, em Matosinhos.

Nesse sentido, as duas entidades portuguesas estabeleceram, em fevereiro de 2024, uma parceria para atingir a meta da neutralidade carbónica até 2050 no Norte de Portugal, mediante a cooperação técnica e institucional e da partilha de conhecimento. O acordo foi assinado no âmbito do Programa Regional de Ordenamento do Território do Norte (PROT-NORTE).

O projeto luso-brasileiro vai contribuir para a certificação internacional de carbono e será apresentado na COP30, em Belém do Pará. Para levar esta missão a bom porto, a CCDR-N e o Estado de Rondónia assinaram um acordo de cooperação, em Porto Velho, capital de Rondónia. A cerimónia contou com a presença do presidente da CCDR-N, António Cunha, e do governador do Estado, Marcos Rocha.

A colaboração permitirá aplicar esta metodologia em larga escala na floresta amazónica, contribuindo para o reconhecimento do valor ambiental do carbono armazenado na vegetação e nos solos.

Segundo a CCDR-N, este “projeto irá combinar imagens de satélite da Geosat com dados recolhidos no terreno em parceria com as universidades do Minho e de Trás-os-Montes e Alto Douro, garantindo um processo de certificação cientificamente rigoroso e tecnologicamente avançado”.

O próximo passo abrange a seleção definitiva dos territórios em Portugal e no Brasil, que servirão como base para o desenvolvimento da metodologia. Os algoritmos de classificação dos biomas serão testados em Portugal e aplicados posteriormente em Rondónia, permitindo a adaptação da tecnologia a diferentes contextos ecológicos.

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