Negócios +M

Ações da Impresa disparam 19%. É a sessão mais movimentada em quatro anos

+ M,

O movimento acontece no momento em que se fala de possíveis mudanças acionistas no grupo liderado por Francisco Pedro Balsemão. O grupo Jerónimo Martins nega "alegado investimento num grupo de media".

Os títulos da Impresa dispararam hoje 19%, para um fecho nos 14 cêntimos. Este é o valor de encerramento mais alto em perto de um ano. Porém, mais significativo que o preço de fecho é o volume, que está fora do padrão habitual para as ações da dona da SIC e do Expresso.

Trocaram hoje de mãos 1,86 milhões de ações. É preciso recuar até abril de 2021 para ver um dia mais movimentado. Os negócios desta quinta-feira viram trocar de mãos cerca de 2,3% das ações dispersas, o free-float. Ainda assim, estamos a falar de um valor total de menos de 240 mil euros.

O movimento acontece no momento em que se fala de possíveis mudanças acionistas no grupo liderado por Francisco Pedro Balsemão. Contactado pelo +M, o grupo Jerónimo Martins, que se tem especulado que possa entrar na estrutura acionista, “desmente categoricamente notícias que andam a circular sobre um alegado investimento num grupo de media”. A resposta dada na última semana, e reiterada esta quinta-feira, é válida para todas as empresas do grupo dono do Pingo Doce e do Recheio. Também contactada, a Sociedade Francisco Manuel dos Santos, acionista maioritária no grupo Jerónimo Martins, não comenta um eventual interesse no grupo dono da SIC.

O movimento de subida das ações da Impresa começou no dia 13 de maio. Contactada pelo +M, o grupo não comenta os eventuais motivos.

A dona da SIC e do Expresso, recorde-se, terminou o ano de 2024 com prejuízos de 66,2 milhões de euros. O número reflete uma perda, a título de imparidade, do goodwill da SIC.

Em 2024, considerou-se que o ativo SIC, pelos resultados obtidos no último triénio, e tendo em conta as tendências do mercado onde se insere, perdeu valor e deixou de valer tanto como está registado contabilisticamente. Tendo sido revistos os pressupostos-chave utilizados nos testes de imparidade destes negócios, determinou-se uma perda por imparidade de goodwill no montante de 60,7 milhões de euros. Note-se que este valor também inclui uma imparidade que resulta da avaliação da Infoportugal, num valor naturalmente inferior ao da SIC”, explicava ao +M Francisco Pedro Balsemão, CEO do grupo.

“Importa salientar que, pela sua natureza, estas imparidades têm cariz meramente contabilístico e não têm impacto na atividade operacional do Grupo, nem comprometem a sua tesouraria“, assegurava.

O resultado líquido ajustado, sem essa perda de imparidade, foi de 5,5 milhões de euros negativos, um aumento de 176,5% das perdas na comparação com o ano de 2023. Este inclui, explicava a Impresa, o reforço do valor das provisões em aproximadamente 5,3 milhões de euros, na sequência da evolução dos processos judiciais em curso intentados contra o Grupo e da aferição dos respetivos riscos e responsabilidades.

O EBITDA do grupo situou-se em 18,4 milhões de euros (uma melhoria de 19,5%) e o EBITDA recorrente, ajustado dos custos de reestruturação e de indemnizações pagas e recebidas, foi de 15,6 milhões de euros. O agravamento dos resultados financeiros decorre não apenas da subida das taxas de juro, mas também dos custos de lançamento das Obrigações SIC 2025-2028.

A dívida remunerada líquida registada no final de 2024 foi de 130,9 milhões, um acréscimo de 13,3% em relação ao ano anterior.

 

(notícia atualizada às 21h30)

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