Alexandra Leitão acusa Moedas de “radicalismo disfarçado de moderação” e de só anunciar e nada fazer
Durante a assinatura do acordo da coligação PS, BE, Livre e PAN à Câmara de Lisboa, Alexandra Leitão diz que "com Moedas há propaganda, mas não substância. Há imagem, mas não ação".

Alexandra Leitão, que encabeça a coligação de esquerda, respondeu esta sexta-feira à letra a Carlos Moedas, o seu principal adversário na corrida à Câmara de Lisboa, acusando-o de ter uma estratégia política de “radicalismo disfarçado de moderação”, e de enveredar pela “propaganda” sem “substância”, e pela “imagem” sem “ação”. A socialista promete que a sua coligação vai fazer em vez de só anunciar, e devolver a cidade aos lisboetas, a começar pela promessa de “pelo menos 20% das casas em Lisboa serem públicas“.
“É contra esse radicalismo disfarçado de moderação que esta coligação se levanta. Mas não se trata de escolher entre radicalismo e moderação, trata-se de escolher entre quem adia e quem decide, entre quem fala e quem faz“, afirmou Alexandra Leitão em resposta às últimas críticas desferidas por Moedas que acusava a candidatura de esquerda de radicalismo e extremismo.
No discurso de formalização do acordo com o Bloco de Esquerda, Livre e PAN no miradouro de São Pedro de Alcântara, no centro da cidade, a candidata socialista foi a única a discursar e não foi branda com as palavras escolhidas para devolver as acusações a Carlos Moedas.
Alexandra Leitão apontou o dedo ao recandidato à Câmara de Lisboa por ter um “discurso vazio de ideias e de esperança”, devolvendo as críticas: “Dizem-se moderados numa cruzada contra radicais“, mas “radical é não ter uma política de habitação. Radical é assistir passivamente a uma cidade onde os trabalhadores da própria câmara, das escolas, dos hospitais, das forças de segurança já não conseguem viver; onde os jovens não têm casa, onde as famílias da classe media se veem forçadas a sair.”
Prosseguindo com as farpas a Moedas, Alexandra Leitão não poupou palavras: “Ao fim de quatro anos de mandato, Carlos Moedas deixa uma cidade mais suja, mais desigual, mais cara, mais caótica e difícil de viver”.
Dizem-se moderados numa cruzada contra radicais, mas radical é não ter uma política de habitação.
Na intervenção, a candidata socialista referiu que a coligação foi inspirada pela candidatura de Jorge Sampaio à Câmara de Lisboa há 35 anos que formou uma coligação para devolver Lisboa aos lisboetas, tendo como grande prioridade a habitação pública”. Por isso, os partidos desta coligação voltam a “unir forças para construir uma cidade mais justa, próxima e humana e onde todas e todos possam viver Lisboa, em que morar não seja um privilégio, mas um direito”.
Se ganhar, Alexandra Leitão promete que “pelo menos 20% das casas em Lisboa sejam públicas, reabilitar edifícios devolutos, construir nova habitação com regras claras, usar o património municipal com critério social, investir em cooperativas, penalizar imóveis devolutos e criar um grande programa de requalificação dos bairros municipais”.
A candidata socialista também pretende “usar terrenos municipais para soluções inovadoras, casas modulares, construções rápidas que não comprometam a qualidade”. Até porque, justificou em tom de crítica a Moedas, “quem precisa de casa não pode esperar por quatro anos de anúncios“.
Alexandra Leitão contou com a participação do líder do PS, José Luís Carneiro, que deixou rasgados elogios ao seu trabalho no partido como líder parlamentar e ministra da Administração Pública. Considerou que foi uma escolha “acertadíssima”. Refira-se que foi o antigo líder do partido Nuno Pedro Santos quem indicou Alexandra Leitão para a corrida à capital.
José Luís Carneiro afirmou ainda que o objetivo do partido para as próximas autárquicas de 12 de outubro é ganhar Lisboa, Porto e Braga.
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