Impresa prepara arrendamento das suas instalações. Comercialização foi entregue à Dils e Savills
A dona da SIC e do Expresso atribuiu a comercialização de três pisos de parte das suas instalações, às imobiliárias Dils e Savills. Negócio para venda do edifício ao BPI caiu há poucos dias.
O grupo dono da SIC e do Expresso avançou para o arrendamento de parte das suas instalações, entregando a comercialização de três pisos de um dos seus dois edifícios, em regime de co-exclusividade, à Dils e à Savills. A decisão foi comunicada poucos dias depois de as negociações com o BPI Imofomento para a venda do edifício-sede da Impresa terem fracassado.
Fonte oficial do grupo Impresa disse ao +M que a medida, que tem como objetivo “otimizar o espaço nas instalações e gerar retorno para o grupo“, é “prévia à decisão de não se ter avançado com a venda do Edifício Impresa ao BPI“, adiantando que está atualmente a “avaliar alternativas” relativas a essa operação.
As instalações do grupo estão assim divididas em dois edifícios, tendo a Impresa decidido desocupar a totalidade de um dos edifícios que poderá assim ser arrendado a terceiros. Até agora, apenas o primeiro piso desse edifício é que estava a ser utilizado por entidades externas ao grupo, detalha a mesma fonte.
A decisão de que a comercialização seja feita através da intermediação da Dils e da Savills surge com o objetivo de “acelerar o processo e gerar mais retorno para a Impresa“.
As áreas a arrendar dispõem de “soluções de ocupação flexíveis“, que variam entre os 510 m² e os 668 m² por piso, segundo apontam também a Dils e a Savills em comunicado. O espaço integra também “serviço de receção com horário alargado (das 8h às 22h), um amplo lobby, auditório, zona de cafetaria e refeitório, além de dois terraços – um privativo no 4.º piso e outro de uso comum ao nível do rés-do-chão” e dispõe de “estacionamento privativo, interior e exterior, com pontos de carregamento para veículos elétricos e parqueamento para bicicletas”, descrevem as imobiliárias.
A operação “reflete o crescente interesse de empresas que necessitam de espaços amplos e versáteis por localizações que aliam funcionalidade, acessibilidade e qualidade de vida“, aponta Mariana Rosa, head of office da Dils Portugal, citada em comunicado, acrescentando que “o edifício será entregue em open space, pronto a ser utilizado, o que permite uma maior flexibilidade na configuração do espaço e uma otimização dos custos de adaptação”.
Já Luísa Noronha, offices associates da Savills Portugal, diz que o edifício Impresa “é um ativo que se distingue não apenas pela sua localização e acessos, mas também pelo ambiente empresarial de Oeiras. “A crescente procura por soluções que promovam o bem-estar dos colaboradores, a proximidade a hubs residenciais e a oferta de serviços de apoio reforça a atratividade deste imóvel”, acrescenta.
O grupo Impresa tentou vender o edifício mas soube-se na semana passada que as negociações com o BPI Imofomento para a venda do edifício por 37 milhões de euros não chegaram a bom porto.
“A Impresa informa que, não tendo as partes chegado a acordo final quanto às condições da transação, a mesma não se irá concretizar”, lia-se na informação transmitida em comunicado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
O objetivo de vender a sede era conhecido desde meados de março, quando a Impresa apresentou os resultados financeiros de 2024, um ano que culminou com prejuízos de 66,2 milhões de euros. Além do plano de redução de custos de 10%, que prevê um corte de 16 milhões de euros nos próximos três anos, a Impresa começou a avaliar a venda do edifício para fins de encaixe financeiro. A transação não abrangia os principais ativos da empresa.
Esta não foi a primeira vez que a Impresa tentou uma operação deste género. Em 2018, vendeu o edifício-sede ao Novobanco e encaixou 24,2 milhões de euros. Quatro anos mais tarde, recomprou-o.
O grupo liderado por Francisco Pedro Balsemão fechou o primeiro semestre deste ano com um prejuízo de 5,1 milhões de euros, um agravamento de 27,1% na comparação com o período homólogo.
“No primeiro semestre de 2025, as receitas consolidadas da Impresa decresceram 0,8%, para 85,9 milhões. O aumento dos proveitos provenientes da venda de conteúdos, da distribuição de canais e das assinaturas digitais compensou parcialmente a diminuição das receitas publicitárias e com IVRs. Os custos operacionais, sem considerar amortizações, depreciações, provisões e perdas por imparidade em ativos não correntes, aumentaram 1,1%, impactados pelos custos de reestruturação, no âmbito do atual projeto estratégico de redução de custos. Apesar da redução de 7,3% relativamente ao período homólogo de 2024, o valor do EBITDA recorrente, ajustado de custos de reestruturação, foi superior aos montantes verificados nos primeiros semestres de 2023 e de 2022″, resumiu o grupo num comunicado enviado quinta-feira à CMVM.
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