Festivais arrastam multidões e mexem com economia local
Festivais de verão contribuem para o turismo, economia local e a diversidade cultural. Este ano estão confirmados 383 festivais, um recorde.
Com um número recorde de 383 eventos confirmados para este ano, os festivais arrastam multidões e põem a economia a dançar ao som da música. São uma locomotiva para as finanças locais e contribuem para a coesão territorial. “O setor dos festivais de música em Portugal está mais ativo do que nunca”, diz Ricardo Bramão, presidente da Associação Portuguesa de Festivais de Música (Aporfest), realçando que este recorde é “um sinal inequívoco de resiliência, reinvenção e vitalidade do setor”.
O líder da associação que representa o setor não tem dúvidas de que “Portugal continua a afirmar-se como um dos países mais dinâmicos do circuito europeu de festivais, contribuindo ativamente para o turismo, a economia local e a diversidade cultural”.
Portugal continua a afirmar-se como um dos países mais dinâmicos do circuito europeu de festivais, contribuindo ativamente para o turismo, a economia local e a diversidade cultural.
Numa altura em que atividade turística em Portugal continua a crescer, Ricardo Bramão considera que os “festivais são claramente muito importantes no turismo, nomeadamente no turismo de curta duração”, considerando que “são, cada vez mais, ganchos super importantes para o público visitar o nosso país”, vinca o presidente da Aporfest, em declarações ao ECO.
Consciente do potencial dos festivais, o Turismo de Portugal lançou em abril uma nova campanha para atrair amantes da música ao país. Ricardo Bramão confirma que “tem vindo a verificar um incremento do público internacional que está a ir não só para os festivais mais mediáticos, mas para outros festivais”.
O setor dos festivais de música em Portugal alcançou um recorde em 2024, com 358 festivais realizados em todo o país, incluindo ilhas, um crescimento face aos 309 em 2023, de acordo com os dados da associação liderada por Ricardo Bramão.
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Lisboa (72), Porto (41) e Braga (40) concentram a maioria dos eventos. O top dez fica fechado com Leiria (23), Coimbra (19) Viseu (19) e Setúbal (19), Faro (15), Viana do Castelo (15) e Aveiro (14). Por outro lado, Guarda (4), Madeira (4) e Bragança (3) são os distritos que concentram menos festivais. Os festivais reuniram mais de 2,5 milhões de festivaleiros.
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Hoje em dia, os festivais realizam-se durante todo o ano, com mais expressão nos meses de verão. O presidente da Aporfest explica ao ECO que “já não existe tanto a nomenclatura de festivais de verão“, justificando que “os festivais ocorrem ao longo de todo o ano”. No entanto, Ricardo Bramão evidencia que os “festivais de maio a setembro têm outro impacto e são feitos com outros números”.
Sem grandes surpresas, julho (80) e agosto (56) foram os meses que concentraram o ano passado o maior número de festivais, de acordo com os dados da associação que representa o setor. Em contrapartida, fevereiro (14), novembro (11) e dezembro (3) são os três meses com menos eventos a acontecer.
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Os últimos dados disponíveis são de 2019 e mostram que os festivais geraram um retorno de dois mil milhões de euros para a economia nacional, de acordo com os dados da Associação Portuguesa de Festivais de Música.
Face aos números, não restam dúvidas que os festivais são uma locomotiva para a economia local e contribuem para a coesão territorial. A título de exemplo, na pandemia o cancelamento dos festivais de verão representou uma quebra superior a 1,6 mil milhões de euros na economia nacional, de acordo com os dados da Associação Portuguesa de Festivais de Música divulgados na altura.
Este ano estão confirmados 383 festivais, sendo que 26 são novos, oito foram cancelados e um adiado – o Super Bock Super Rock que só regressa em 2026. Entre os festivais cancelados estão o North Festival, Meo Sudoeste, Complexo Festival e Amplifest e o Festival Imaterial.
O ECO pediu à Associação Portuguesa de Festivais de Música o relatório anual referente a 2024 para ter acesso a todos os indicadores, mas o pedido foi recusado.
O alojamento local está a lucrar com a procura de festivaleiros internacionais que visitam o país. Dados da GuestReady, empresa britânica que faz gestão de casas para Alojamento Local (AL) em Portugal e na Europa, contabiliza 42 mil reservas em território nacional de junho a setembro, um aumento de 28% quando comparado com o período homólogo. A britânica prevê faturar mais de 19 milhões de euros em Valor Bruto de Reserva, o representa um aumento superior a 40%, quando comparado com os mesmos meses do ano passado.
Entre junho e setembro, a GuestReady prevê uma taxa média de ocupação de 86%, sendo que setembro é o mês com a mais alta taxa de ocupação no período analisado com uma previsão de 87,7% a nível nacional. Por regiões, a cidade do Porto destaca-se neste mês, com uma ocupação prevista de 94%.
Com os franceses a encabeçar o top 3 das nacionalidades mais comuns entre os hóspedes, seguem-se os espanhóis e os portugueses. A média de noites por estadia, a nível nacional, é de 3,9 noites, sendo o arquipélago da Madeira a região que mais se destaca nesta análise, com uma estadia média de 5,9 noites.
Qual o festival com maior impacto em media e redes sociais?
No que diz respeito ao impacto em media e redes sociais, o Rock in Rio Lisboa foi líder entre os festivais portugueses. Segundo uma análise da Cision, em 2024 o Rock in Rio deu origem a 6.501 notícias, 455 milhões de impressões, um retorno financeiro de 94 milhões de euros e 109 horas de tempo de exposição em rádio e televisão.
Um estudo da Nova SBE divulgado em fevereiro deste ano mostra que o retorno do Rock in Rio, que juntou mais de 300 mil pessoas no Parque Tejo, foi superior, ao gerar um impacto equivalente a 120 milhões de euros.
O Nos Alive, que registou um impacto de 56 milhões de euros, surge em segundo lugar no ranking, tanto em media como em redes sociais. Em media conseguiu 4.508 notícias e 329 milhões de impressões, alcançando um potencial de 0,15, e um tempo de exposição em rádio de televisão de quase 28 horas. Nas redes sociais, o festival que tem a Everything Is New como promotora, teve um elevado número de menções (6.143) e um alcance de 58 milhões de impressões.
Já o Vodafone Paredes de Coura alcança a terceira posição em media (com um potencial de 0,071), mas fica de fora do top 10 nas redes sociais, “revelando que nem sempre a presença em media acompanha a presença e menções nas redes sociais”. O festival registou 1.946 notícias e uma audiência acumulada de 184 milhões, gerando um retorno financeiro de cerca de 21 milhões de euros. O tempo de exposição em rádio e televisão foi de 16 horas.

A fechar o top cinco em media, surge o Primavera Sound e o Super Bock Super Rock. Os primeiros 10 lugares do ranking de media ficam completos com o Meo Kalorama, Sol da Caparica, Meo Marés Vivas, Sudoeste e CA Vilar de Mouros.
Já em redes sociais, o Marés Vivas conseguiu assegurar a terceira posição, seguido pelo Meo Kalorama e Ageas Cooljazz. Os restantes cinco lugares do ranking são ocupados pelo Super Bock Super Rock, RFM Somnii Intermarché, Primavera Sound, North Music Festival e Sudoeste.
Quais as marcas com maior retorno pelo patrocínio a festivais?
No ano passado, a NOS, MEO e Vodafone foram as marcas com maior retorno pelo patrocínio a festivais. A NOS foi a marca que alcançou o melhor registo, com um retorno financeiro estimado em mais de 30 milhões de euros, de acordo com os dados da MediaMonitor, do Grupo Marktest.
Na segunda e terceira posição surge a MEO e a Vodafone com retornos estimados em 20,2 milhões de euros e 19 milhões de euros, respetivamente.
O top cinco deste ranking fica completo com as duas únicas marcas que também conseguirem alcançar os dois dígitos de retorno financeiro pela sua associação a festivais de música: a Super Bock, com um retorno na ordem dos 18,2 milhões de euros, e a Galp, com um retorno de 10,7 milhões de euros.
De acordo com a análise do Grupo Marktest, as 250 marcas que se associaram a festivais em Portugal em 2024 obtiveram um retorno financeiro de mais de 134 milhões de euros, a preços de tabela.
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