ECO da Campanha. PSD, PS e CDS arrancam em “bastiões” do Chega em dia de luz verde à lei de estrangeiros
Desavindos em Sintra, que já foi seara fértil para a aliança, PSD e CDS tiveram os seus líderes a passear pelas ruas da freguesia natal de André Ventura no dia em que se aprovou a lei de estrangeiros.

Entrevistas, intervenções nas redes sociais, caminhadas pela rua ao encontro da população, nada disto era, oficialmente, campanha até esta terça-feira. Agora, sim, os partidos e movimentos de cidadãos estão na estrada a trilhar caminho em direção às mais de 3.000 juntas de freguesia e 308 câmaras e assembleias municipais.
Desavindos em Sintra, que já foi seara fértil para a aliança, PSD e CDS tiveram os seus líderes a passear pelas ruas da freguesia natal de André Ventura neste mesmo dia em que se aprovou a lei de estrangeiros na Assembleia da República.
Luís Montenegro passou por lá antes de almoçar com os candidatos do PSD ao distrito de Lisboa, enquanto Nuno Melo seguiu de tarde, com apetite por uma fatia do bolo eleitoral do Chega. O líder do CDS, que antecipou em um dia a visita a Sintra, preteriu os seis municípios que governa, ao passo que o seu parceiro nacional e líder de Governo, que é rival no segundo maior município do país, esteve ao lado do mais importante autarca “laranja”, Carlos Moedas.
José Luís Carneiro também esteve em terras ganhas pelo Chega. Depois de intervir na Assembleia da República contra a aprovação da lei dos estrangeiros, rumou a sul. Em Faro esteve com o candidato que se despediu de presidente de Olhão no início de agosto, e depois percorreu a EN125 que tanto desagrado provoca na região, até à terra que António Pina governou durante 12 anos.
Na Olhão Pesca, o secretário-geral socialista lançou o anzol para repescar o eleitorado fugido para o Chega a 18 de maio. O final do dia do secretário-geral do PS fez-se em Tavira, concelho que combina com Olhão a liderança autárquica do PS e a derrota nas legislativas face ao partido de Ventura.

Tema quente
Lei de estrangeiros: a geometria variável do PSD num tema querido à sua direita
É matéria para o Parlamento nacional, mas levou os líderes de PS, PSD e CDS a abordá-lo em dia de arranque das autárquicas. Montenegro aproveitou o almoço com autarcas em Belém para falar do assunto e criticar o PS por não se ter juntado à passagem da lei. José Luís Carneiro deslocou-se ao Parlamento para falar às televisões antes de partir pela A2 rumo ao sotavento algarvio, enquanto Nuno Melo aproveitou a ação de campanha na freguesia de Ventura, Algueirão, antecipada de quarta para terça-feira, e defendeu que “o que se propõe” na lei “é uma visão de sempre do CDS. Que outros partidos acompanhem, acho normal”.
Montenegro, no seu almoço com autarcas, onde ora falou como presidente do partido, ora como primeiro-ministro, identificou que a pretensão do partido são “contrapartidas para as pessoas, para os portugueses e para os imigrantes que nos procuram para poderem ter condições de vida dignas”.
Já José Luís Carneiro aponta ao Governo “um percurso de legislar sobre as perceções” na questão da imigração e assegurou ter “propostas mais sólidas para garantir a compatibilização de todos os valores, segurança, integração, economia e desenvolvimento social”. O líder do PS falou do processo decorrido esta manhã no Parlamento e assegurou ter havido “um diálogo que se manteve até por volta da hora do almoço, mas as propostas que apresentámos não foram aceites. E, pelo facto de não terem sido aceites, não podíamos acompanhar o Governo votando favoravelmente”.
A figura
Quando Luís Montenegro organiza um almoço com os candidatos ao distrito de Lisboa e o autarca mais ganhador da região não aparece, fica patente a distância cavada para o partido que o tem tentado destronar há duas décadas em Oeiras, mas que acabou ele mesmo por se vergar ao peso da marca Isaltino. Durante o repasto em Belém, Lisboa, Isaltino Morais andava em campanha pelo seu concelho.

Os números
Mais de 41 mil cidadãos estrangeiros a residir em Portugal vão votar no dia 12, num universo de 9.303.840 eleitores recenseados. Os extra-comunitários excedem os que provêm do espaço comum: 22.799 vs. 18.319.
A votos nos 308 municípios e assembleias municipais e em 3.221 freguesias – das quais 302 novas após a desagregação decidida no Parlamento no início do ano – apresentam-se 817 forças políticas e movimentos, incluindo 18 partidos políticos, 181 coligações partidárias e 618 grupos de cidadãos eleitores. Num conjunto adicional de 37 freguesias com menos de 150 cidadãos, onde a Lei dispensa a urna de voto, haverá votação em plenário.
A frase
"É muito curioso observar que este novo movimento de ressurgimento de bairros de lata e de barracas aconteceu em municípios geridos pelo Partido Socialista e pelo Partido Comunista”
A surpresa
Pedro Duarte não disfarça a animosidade com o metrobus da Avenida da Boavista, no Porto, e até encabeçou uma petição para travar as obras. O ainda presidente da autarquia, Rui Moreira, tem estado próximo desta posição.
Numa carta dirigida à Assembleia Municipal, dada a conhecer nesta terça-feira, dia de debate alargado na RTP com os candidatos à Câmara do Porto, o presidente da Metro do Porto, Tiago Braga, assegura a concordância da Câmara no avanço da segunda fase das obras, em curso desde dia 22. Tiago Braga termina o mandato nesta terça-feira e o seu substituto é o ex-reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Emídio Gomes, apoiante de Pedro Duarte.
Agora, após ser conhecida a reação de Tiago Braga, o candidato do PSD/CDS/IL aponta o dedo ao seu adversário e ainda vice-presidente da autarquia e responsável pelo pelouro do Ambiente, Filipe Araújo, dizendo que este esteve distraído.

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