
Portugal Fashion inaugura showroom em Paris para dar a conhecer marcas portuguesas
Diretora do Portugal Fashion, Mónica Neto, sublinha a importância da cidade francesa enquanto "montra principal dos profissionais de moda para conhecer novos criadores" e fazer negócios.
O Portugal Fashion inaugurou o primeiro showroom com dez marcas portuguesas em Paris, durante a semana da moda, para impulsionar “a credibilidade e o interesse junto da comunidade profissional” a nível internacional.
“O nosso objetivo e a nossa ambição é conseguir ter aqui uma marca que comece a apresentar-se regularmente e que possa realmente gerar a credibilidade e o interesse junto desta comunidade profissional que vem até Paris”, disse à Lusa a diretora do Portugal Fashion, Mónica Neto, referindo a importância da cidade enquanto “montra principal dos profissionais de moda para conhecer novos criadores” e fazer negócios.
A iniciativa pensada há mais de um ano pretende ser a primeira de muitas, tendo em conta que “o trabalho de construção de uma nova marca e de uma nova iniciativa não é um trabalho de resultado imediato, de conversão imediata em negócio”, sendo essa a ambição, segundo a diretora do Portugal Fashion.
O espaço aberto até ao dia 4 de outubro, no coração do bairro parisiense Marais, conta com os trabalhos de Lo Siento, Maria Carlos Baptista e Veehana, três projetos emergentes integrados no BLOOM Incubator Programme, plataforma que apoia e promove o talento de jovens designers portugueses. Mas também com Susana Bettencourt, David Catalán, Nopin, Pé de Chumbo e Davii, bem como Gonçalo Peixoto e Duarte Hajime.
No showroom, que para Mónica Neto representa um “sinal de maturidade e de responsabilidade” e pretende ser uma “promoção comunicacional”, existem “duas áreas distintas” mais viradas para “a venda de toque”, uma dedicada às “três marcas de jovens designers que estão no processo de inovação para se profissionalizarem, para converterem realmente esta atividade mais artística num negócio”.
Na outra área, estão presentes as marcas “que já estão mais profissionalizadas e que foram selecionadas precisamente pela sua capacidade” de dar sequência a encomendas e que consigam “exportar para qualquer lado que venha cá tentar fazer negócio”, afirmou.
Durante a inauguração passaram pelo espaço dezenas de pessoas para verem as peças dos designers portugueses e até mesmo quem não podia entrar acabava por parar e olhar para as sessões de fotografia que iam sendo feitas na rua por modelos vestidos por todas as marcas bem distintas.
Para Maria Carlos Baptista, este é “um momento muito feliz” para a sua marca, para a qual trabalha sozinha e cujo trabalho procura “trazer alfaiataria para o mundo feminino”, incorporando o facto de ter sido bailarina, com a questão de movimentos para as peças e também uma preocupação com a sustentabilidade.
“Como uma marca pequena que sou, é muito importante”, disse, acrescentando que esta iniciativa possibilita “estar com um público diferente” que pode desconhecer a sua marca e que proporcionou ter “boas interações” com pessoas com “visões diferentes”.
Já João Viana, responsável pela marca Veehana, revelou que as suas peças surgem “a partir de pensamentos”, destacando-se pela escolha de materiais e formatos que trouxe para Paris e os quais deram origem a vários “‘feedbacks’ positivos”.
“Acho que é muito importante para nós, marcas portuguesas, e principalmente marcas que estão a começar com nós, termos esta visibilidade e esta oportunidade para poder ter contacto com compradores, ter contacto com o mercado e abrir as portas para o mercado”, disse José Vieira da Lo Siento, projeto que começou em 2020 com João Pereira.
A parceria entre os dois designers pretende ser “inovadora” e “marcante”, tentando desafiar um mercado cada vez mais focado “no que é clean, no que é minimal”, com “propostas de ‘streetwear’, mas misturando o que é vestuário masculino e o que é vestuário feminino”, por exemplo, “um homem com um vestido” e uma mulher “com um ‘look’ mais masculino”, com destaque para a cor vermelha.
De acordo com a diretora do Portugal Fashion, em Portugal existe “um ecossistema muito próprio que foi durante muitos anos conhecido pelo saber fazer”, mas cada vez mais acredita na força do ‘created in Portugal’ (criado em Portugal) por estes designers que conseguem acrescentar criatividade, conseguem realmente converter aquela imagem do país produtor para o país criador”.
“O Portugal Fashion, 30 anos depois, também consegue sentir o carinho da comunidade internacional profissional, o respeito e, portanto, aquilo que nós temos sentido é que a marca Portugal na moda está numa boa fase e o Portugal Fashion como plataforma para gerar interesse de novas marcas e marcas consagradas que vêm connosco também está numa boa fase”, afirmou Mónica Neto.
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