China constrói primeiro porta-aviões nuclear para rivalizar com EUA e França

  • Lusa
  • 10:17

Propulsão nuclear permite operar longos períodos sem necessidade de reabastecimento, além de aumentar capacidade de transportar e lançar aeronaves mais pesadas, como drones de longo alcance.

A China está a construir o seu primeiro porta-aviões com propulsão nuclear, num avanço que poderá reforçar significativamente a capacidade de projeção naval do país e desafiar a presença dos EUA na região Ásia-Pacífico.

Segundo um novo relatório do portal especializado The War Zone, imagens de satélite recentes do estaleiro Jiangnan, em Xangai, mostram progressos substanciais na construção do navio, designado como Tipo 004, com indícios técnicos que apontam para a instalação de um sistema de propulsão nuclear.

Este será o quarto porta-aviões da marinha chinesa, mas o primeiro a abandonar a propulsão convencional, marcando uma nova etapa no processo de modernização das Forças Armadas chinesas. A propulsão nuclear permitirá ao navio operar durante longos períodos sem necessidade de reabastecimento, além de aumentar a capacidade de transportar e lançar aeronaves mais pesadas, como veículos aéreos não tripulados (drones) de longo alcance, caças de quinta geração e aviões de alerta antecipado.

A análise das imagens indica a presença de novos compartimentos, reforços estruturais e modificações compatíveis com a instalação de reatores, sugerindo que o lançamento ao mar poderá ocorrer nos próximos meses. No entanto, a entrada em serviço poderá demorar ainda vários anos, devido à complexidade dos testes e validações.

Atualmente, apenas os Estados Unidos e a França operam porta-aviões de propulsão nuclear. A entrada da China nesse grupo restrito representa um avanço estratégico significativo e reforça as ambições de Pequim de dispor de uma marinha de “nível mundial” até 2049, ano do centenário da fundação da República Popular.

Este desenvolvimento surge num momento de crescentes tensões no estreito de Taiwan e no mar do Sul da China, onde Pequim tem reforçado a presença militar e realizado exercícios navais em larga escala. A capacidade de manter forças navais operacionais em zonas remotas durante períodos prolongados é vista como essencial para sustentar as ambições geopolíticas da China.

Além da nova embarcação, a China tem investido fortemente em submarinos nucleares, mísseis antinavio de longo alcance, sistemas de guerra eletrónica e tecnologia aeroespacial, numa estratégia que visa contrariar a influência dos EUA e dos seus aliados no Indo-Pacífico.

O novo porta-aviões nuclear é considerado uma peça-chave nesse esforço de modernização e poderá representar uma viragem no equilíbrio estratégico naval da região, segundo analistas.

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