Régua espera até final de 2025 por comboios elétricos
Eletrificação do troço da Linha do Douro entre Marco de Canaveses e Régua ainda aguarda autorização do Ministério das Finanças. Depois, será necessário esperar três anos pela conclusão das obras.
Será preciso esperar pelo menos até ao final de 2025 para que os comboios elétricos cheguem à Régua. A eletrificação da Linha do Douro, entre Marco de Canaveses e a cidade do distrito de Vila Real, tem um novo calendário. Esta é a obra mais atrasada do programa de investimentos nas linhas de comboio Ferrovia 2020, apresentado pela Infraestruturas de Portugal (IP) em fevereiro de 2016.
O lançamento do concurso público para as obras de eletrificação ainda está a aguardar autorização da parte do Ministério das Finanças, que tutela a IP. Depois da “luz verde” do gabinete liderado por Fernando Medina “serão necessários cerca de 12 meses” de concurso público.
Assim que se souber quem vai fazer a empreitada, ainda é preciso contar com mais “24 meses para a realização das obras“, responde ao ECO Local Online fonte oficial do Ministério das Infraestruturas e da Habitação. Antes de os comboios elétricos servirem os passageiros, ainda serão necessárias algumas semanas para testes e certificação nos carris.
No total, as etapas do concurso público, das obras e dos testes superam os 36 meses, ou seja, mais de três anos. Nunca antes do final de 2025 poderá circular material elétrico entre Marco de Canaveses e Régua.
Além da eletrificação, está prevista a colocação de sinalização eletrónica neste troço. Atualmente, os comboios só entram e saem das estações depois da indicação do chefe de estação, que recebe uma chamada telefónica a sinalizar que pode avançar para o troço seguinte – a isto se chama o regime de cantonamento telefónico.
A obra mais atribulada
O programa Ferrovia 2020 previa que as obras de eletrificação do troço Marco-Régua começassem no segundo trimestre de 2018 e ficassem concluídas no final de 2019. O investimento na empreitada era de 46,6 milhões de euros, com financiamento comunitário de mais de 70% (33,5 milhões de euros).
A obra, no entanto, sofreu vários percalços. No final de 2019, a IP assumiu que “as dificuldades técnicas, evidenciadas pelo consórcio projetista, obrigaram à revogação do contrato“, segundo declarações ao Dinheiro Vivo.
No início de abril de 2022, as verbas europeias para esta obra foram transferidas para os trabalhos nos troços Caíde-Marco de Canaveses (Linha do Douro) e Meleças-Caldas da Rainha (Linha do Oeste). A eletrificação do Marco-Régua passaria para o quadro financeiro europeu 2021-2027, escreveu na altura o jornal Público.
Foi ainda necessário apresentar uma declaração de impacto ambiental junto da Agência Portuguesa do Ambiente, ao contrário do que inicialmente previsto pela IP, adiantou o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, a 12 de abril, citado pela Lusa. Desde dezembro de 2001 que a região do Alto Douro Vinhateiro é classificada como Património Mundial pela Unesco.
Apenas após a eletrificação da Linha do Douro até à Régua é que pode avançar a colocação de catenária entre Régua e o Pocinho. Só depois disso é que os comboios poderão voltar a circular entre Pocinho e Barca d’Alva, junto à fronteira, segundo o pressuposto do estudo técnico que a IP apresentou no início de maio.
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