Fábrica de Paços de Ferreira “deita-se” em hotéis do Médio Oriente
Apacheco prepara entrada nos Emirados e na Arábia Saudita. Empresa familiar de mobiliário vai investir um milhão de euros para aumentar a capacidade produtiva em Paços de Ferreira.
A Apacheco, empresa de mobiliário fundada há 41 anos em Paços de Ferreira, no distrito do Porto, está a preparar a entrada no Médio Oriente e a ampliar as instalações industriais, num investimento calculado em um milhão de euros. A fábrica nortenha fatura dois milhões de euros, emprega 35 pessoas e já exporta mais de 80% da produção.
Com o objetivo de conquistar os mercados do Médio Oriente, participou na semana passada no The Hotel Show Dubai, uma feira que atraiu mais de 22 mil visitantes profissionais. “Queremos aumentar o volume de negócios e entrar nos mercados do Médio Oriente, nomeadamente nos Emirados e na Arábia Saudita, nos próximos dois anos”, conta ao ECO/ local Online a responsável do departamento financeiro, Rita Pacheco.
Por outro lado, para aumentar a capacidade produtiva e facilitar o processo logístico, a empresa de Paços de Ferreira vai expandir a atual área de produção de cinco mil metros quadrados, estimando a conclusão das novas instalações até 2026. Com a ampliação industrial, a gestora prevê a contratação de mais seis pessoas.
“Ainda não está definido, mas podemos aumentar cerca de dois mil metros quadrados. Este projeto será acoplado às atuais instalações, até porque temos terrenos que nos permitem aumentar a área de fabrico. O maior peso a nível de investimento será nos equipamentos”, pormenoriza Rita Pacheco, que é filha do fundador Avelino Pacheco.
Queremos aumentar o volume de negócios e entrar nos mercados do Médio Oriente, nomeadamente nos Emirados e na Arábia Saudita, nos próximos dois anos.
A Apacheco exporta grande parte da produção para mais de 30 países, sendo os principais mercados a França, o Canadá e a Venezuela. “Portugal afirma-se, cada vez mais, como uma referência no design e na indústria do mobiliário”, salienta a diretora financeira, que é também presidente da Associação Empresarial de Paços de Ferreira.
De forma a otimizar os processos de produção, entre 2018 e 2020, a empresa sediada na Capital do Móvel modernizou todos os equipamentos, num investimento de dois milhões de euros. Há cinco anos iniciou a construção de uma nova unidade fabril em Carvalhosa e, passados dois anos, mudou para essa nova localização, a apenas dois quilómetros de distância da antiga murada, embora mantendo essas antigas instalações.
“Queríamos aumentar o volume de negócios e precisávamos de instalações que nos permitissem ter uma resposta mais efetiva aos compradores, até porque começámos a investir em feiras e missões internacionais, a conhecer novos mercados e novos clientes. E percebemos que havia uma procura que ultrapassava a nossa capacidade produtiva”, conta a responsável.
A empresa industrial trabalha essencialmente com projetos à medida, tendo os principais clientes no segmento da hotelaria. Os artigos mais procurados são móveis para quartos e zonas comuns. A Apacheco está ainda a renovar o showroom para dedicar esse espaço ao setor hotelario, num investimento de 70 mil euros. “Será um showroom de hotel e em breve estará pronto”, realça Rita Pacheco.
A responsável pelo departamento financeiro sublinha a dificuldade em recrutar trabalhadores, uma vez que, justifica, a “profissão caiu em “desuso” e ainda subsiste a imagem de ser um “setor pouco desenvolvido”. Lamenta que não seja conhecida a “verdadeira essência” de uma indústria que “não é o que era há 30 anos”. Além da falta de mão-de-obra, lamenta a “elevada carga fiscal e os impostos horrorosos”. “Podíamos ter um potencial muito maior se a carga fiscal fosse reduzida”, afirma Rita Pacheco.
Rita Pacheco é licenciada em Nutricionismo pela Faculdade de Ciências de Nutrição da Universidade do Porto, mas a paixão pela gestão falou mais alto. Trabalhou um ano no Parlamento Europeu, mas em 2015 decidiu, juntamente com o irmão João Pacheco, agarrar o projeto de família para dar um novo boost à empresa. Tem um MBA em Gestão na Católica Porto Business School e está a tirar um mestrado em Economia e Administração de Empresas na Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP).
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