Senado dos EUA aprova aumento do tecto da dívida quatro dias antes do default

O acordo foi alcançado apenas quatro dias antes do default, ou seja, antes de o Tesouro dos EUA ficar sem dinheiro para assegurar os seus compromissos.

O Senado dos Estados Unidos, controlado pelos democratas, aprovou um acordo de aumento do tecto da dívida (debtceiling), celebrado entre a Casa Branca e os republicanos do Congresso. O acordo permitiu encerrar o impasse político que se estendia ao longo de semanas e evitar o default.

Com 63 votos a favor e 36 contra, o projeto de lei passou, na quinta-feira, o último obstáculo legislativo antes de chegar à Sala Oval para ser assinado pelo Presidente. O acordo foi alcançado apenas quatro dias antes do default, ou seja, antes de o Tesouro dos EUA ficar sem dinheiro para assegurar os seus compromissos financeiros, segundo as próprias projeções do Tesouro dos EUA, refere o Financial Times.

Se tal acontecesse, a economia global e os mercados financeiros sofreriam um “golpe traumático”, naquela que seria uma “ferida autoinfligida” por parte dos EUA, acrescenta ainda o FT.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, já saudou esta aprovação por parte do Senado e disse esperar assinar o acordo “o mais rápido possível”.

Ainda temos muito trabalho pela frente, mas este acordo é um passo em frente fundamental e recorda-nos o que é possível fazer quando agimos no melhor interesse do nosso país”, afirmou Joe Biden, num comunicado divulgado na quinta-feira à noite, pouco depois da votação na câmara alta do acordo que evita a entrada em incumprimento da dívida do país.

O responsável agradeceu aos líderes partidários por terem conseguido que a medida fosse aprovada rapidamente e indicou que vai falar à população esta sexta-feira.

Na mensagem, Biden reconheceu que o acordo entre a Casa Branca e os republicanos, alcançado no fim de semana, não inclui “tudo o que cada uma das partes queria”, mas é “uma grande vitória para a economia e para o povo americano”.

A medida suspende o tecto da dívida durante os próximos dois anos, até depois das eleições presidenciais de novembro de 2024. Em contrapartida, prevê limites para as despesas com programas financiados pelo Congresso em áreas como os cuidados de saúde, a educação, a justiça e a proteção ambiental, entre outros.

O compromisso prevê também uma redução de dez mil milhões de dólares (9,35 mil milhões de euros) em recursos destinados a modernizar e fortalecer os serviços fiscais e inclui ainda mudanças nas condições para alguns auxílios sociais: aumenta de 49 para 54 anos a idade até que os adultos sem filhos devem trabalhar para receber o auxílio à alimentação, mas elimina essa obrigação de trabalho para os veteranos e os sem-abrigo.

A aprovação nas câmaras do Congresso (Câmara dos Representantes e Senado) foi crucial para que o país não entrasse em incumprimento da dívida pública, depois de o tecto da dívida, o limite legal do dinheiro que os EUA podem pedir emprestado para cumprir compromissos, ter sido atingido em janeiro passado.

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