EUA elogiam Portugal por decisão de banir empresas chinesas do 5G

Embaixadora dos EUA vê com agrado a deliberação da Comissão de Avaliação de Segurança que excluiu a Huawei do 5G. Palavras de elogio foram dadas no dia em que a decisão foi publicamente conhecida.

Os EUA ficaram satisfeitos com a deliberação da Comissão de Avaliação de Segurança que impede a utilização de equipamentos de fabricantes chineses, como a Huawei, nas redes de 5G e obriga à remoção dos já existentes num prazo de cinco anos. Decisão vai ao encontro de uma reivindicação antiga de Washington.

A posição dos EUA foi partilhada pela embaixadora em Portugal, Randi Charno Levine, num discurso proferido num jantar da AmCham: Câmara de Comércio Americana em Portugal, que teve lugar na quinta-feira da semana passada, dia 25 de maio. O mesmo dia em que a deliberação da Comissão de Avaliação de Segurança foi divulgada no site do Gabinete Nacional de Segurança. O documento tem a data de 23 de maio.

Segundo o relato feito ao ECO por um dos presentes no jantar, Randi Charno Levine sublinhou no seu discurso a longa amizade entre os dois países, abordou a guerra na Ucrânia, mas o tema de fundo foi a China e a necessidade de reduzir o risco de exposição ao país, que norteia a política externa americana liderada por Antony Blinken. Foi neste contexto que a embaixadora congratulou Portugal pela decisão de Portugal adotar uma solução para as redes 5G que não depende de fabricantes chineses. O ECO tentou contactar por várias vezes a embaixada, mas até ao momento não teve resposta.

Há vários anos que os EUA pedem que Portugal avance com uma medida já adotada por outros países, embora sem a mesma abrangência. A Huawei entrou para a “lista negra” americana em maio de 2019, pela mão do então presidente dos EUA, Donald Trump, com a justificação, sempre negada pela tecnológica chinesa, de que era usada para atividades de espionagem por Pequim.

A pressão atravessou o Atlântico, com Washington a ameaçar deixar de partilhar informação confidencial caso as redes 5G fossem construídas com equipamentos de empresas chinesas. Portugal não foi exceção. O anterior embaixador em Portugal, George Glass, deixou o mesmo alerta em fevereiro de 2019, defendendo que se a Huawei fosse incluída no desenvolvimento das redes 5G poderiam ser afetadas as relações dos EUA com Portugal no quadro da troca de informações entre países membros da NATO.

“Quando estamos a falar de infraestruturas críticas e necessidade de segurança social, não podem trabalhar com a China. (…) Preferíamos que não houvesse qualquer equipamento da Huawei na rede 5G”, reafirmou George Glass numa entrevista ao Expresso em setembro de 2020.

A pressão aumentou a partir do momento que Pequim se aproximou de Moscovo após a invasão da Ucrânia e os EUA apontaram a China como o seu grande adversário estratégico no plano económico, político e militar. Em janeiro, o presidente Joe Biden, anunciou que ia deixar de conceder licenças às empresas americanas para exportarem tecnologia para o gigante chinês das telecomunicações.

A União Europeia também tem demonstrado preocupação em relação à segurança das redes 5G. Em 2020, adotou o “Cybersecurity of SG networks: EU Toolbox of risk mitigating measures”, onde se inclui a aplicação de “restrições adequadas aos fornecedores considerados de alto risco, incluindo exclusões necessárias, no respeitante aos ativos essenciais”.

A deliberação da Comissão de Avaliação de Segurança vem possibilitar que seja determinada “a exclusão” dos equipamentos considerados de “alto risco” não apenas da rede principal como também dos sistemas de gestão, das redes de acesso via rádio, das redes de transmissão e de transporte e dos sistemas de interligações entre redes.

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