Decisão que expulsa Huawei do 5G é “bastante ampla”. Altice Portugal está em “fase de entendimento”

CEO da Altice Portugal diz que a empresa está numa "fase de entendimento" da deliberação que expulsa tecnologia chinesa das redes 5G. Para já, desconhece a dimensão do impacto.

A presidente executiva da Altice Portugal disse desconhecer qual é o prazo para a exclusão de equipamentos da Huawei do 5G no país, mas deu como exemplo o caso de França, em que “foi dado um prazo de dez anos e, neste momento, já vai até 2031”.

De qualquer modo, a líder do grupo que detém a Meo confirma ter tido “conhecimento” da recente deliberação que expulsa a tecnológica chinesa do mercado das redes de quinta geração, a qual está a analisar, encontrando-se numa “fase de entendimento”.

“Se olharmos para outros países, vemos que o que tem sido feito nos outros países é um prazo alargado”, comentou. O ECO noticiou esta quinta-feira que o Governo terá dado até cinco anos às operadoras para excluírem das redes 5G equipamentos de fornecedores considerados de “alto risco”, incluindo da chinesa Huawei. “Não sei de onde vem o tema dos cinco anos”, reagiu Ana Figueiredo.

A empresa está a par da decisão que foi tornada pública na semana passada: “Tivemos conhecimento de uma deliberação por parte do [Conselho Superior de Segurança do Ciberespaço]. Estamos a analisá-la”, confirmou, mesmo assim, a gestora. “A deliberação que define critérios para a classificação dos chamados high risk vendors. Nós estamos a olhar para essa deliberação, porque a deliberação é bastante ampla. Ampla no âmbito e ampla na definição de critérios de exclusão”, considerou.

“Neste momento, o que procuramos é entender e, obviamente, analisar. Estamos a analisar e tomaremos as decisões estratégicas e operacionais que acharmos mais convenientes. Adicionalmente, a Altice Portugal vai cumprir com todos os requisitos legais que forem impostos”, declarou.

Questionada sobre eventuais custos, acrescentou: “Qualquer alteração tem que ser equacionada e procuraremos as melhores soluções possíveis, sempre numa lógica de colaboração e numa lógica de diálogo com as entidades envolvidas. Estamos numa fase de entendimento, de clarificação, porque a informação ainda é escassa. Em função disso, fazemos a nossa análise tecnológica, operacional e só aí poderemos estar em condições de estimar se há ou não algum impacto e, depois, procurar soluções para colmatar esse impacto.”

A responsável lembrou ainda que existem fornecedores que, apesar de estarem sedeados na NATO, na União Europeia ou na OCDE, “dependem também de cadeias de abastecimento fora destas geografias”. A deliberação determina que fabricantes sedeados em países que não pertençam a esses blocos ficam excluídos do mercado.

Contudo, Ana Figueiredo confirmou que a Altice Portugal também usa tecnologia da Huawei na periferia das suas redes: “Usamos todos os fabricantes que existem no mercado.” Momentos antes, já tinha dito que a empresa “recorre a vários players e a vários fabricantes”: “Trabalhamos com vários parceiros tecnológicos de forma diversificada”, disse.

Por fim, a gestora deixou uma mensagem aos clientes: “Escolhemos os nossos fornecedores com base em critérios tecnológicos, técnicos, fiabilidade e, em cima disso, desenhamos redes que são resilientes também do ponto de vista de segurança. Os clientes Meo podem estar seguros de que temos a rede resiliente.”

Na semana passada, a Comissão de Avaliação de Segurança, inserida no Conselho Superior de Segurança do Ciberespaço, deliberou excluir das redes 5G em Portugal equipamentos ou serviços de fornecedores ou prestadores considerados de “alto risco”. Para este efeito, define critérios, incluindo todos aqueles que estejam sedeados fora da União Europeia, da NATO ou da OCDE.

A decisão abrange as partes core e não-core das redes de quinta geração e vai levar a que as operadoras tenham de substituir todos os equipamentos de marcas como a Huawei. O ECO noticiou esta quinta-feira que o prazo será de até cinco anos.

(Notícia atualizada às 16h39 com mais informação)

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