Huawei “não teve conhecimento prévio” da exclusão das redes 5G em Portugal
Tecnológica lamenta não ter sido informada da decisão de impedir as empresas chinesas de entrar nas redes 5G, lembrando o investimento no país e a colaboração com operadores nas redes de comunicação.
O Conselho Superior de Segurança do Ciberespaço decidiu esta semana que as empresas sediadas fora da União Europeia (UE), dos EUA e de outros países da OCDE deverão ser impedidas de entrar nas redes 5G portuguesas. Uma decisão que terá sido tomada a pensar na Huawei, após vários anos de fortes pressões dos EUA para que o Governo português excluísse a tecnológica chinesa das redes nacionais.
Ora, numa nota enviada ao ECO, a Huawei diz saber que o Governo português “publicou informação relativa à avaliação de risco das redes de telecomunicações” – o organismo decisor está na dependência da Presidência do Conselho de Ministros –, mas assinala que “não teve conhecimento prévio desta publicação”, garantindo que está a “procurar reunir mais informação junto das autoridades competentes, relativamente à natureza desta avaliação”.
“Ao longo de duas décadas, a Huawei tem trabalhado com os operadores portugueses para desenvolver as redes de comunicações e prestar serviços de alta qualidade que servem milhões de pessoas. A Huawei foi diversas vezes reconhecida pelo Governo, bem como por entidades públicas e privadas, pelo seu papel na criação de emprego qualificado, capacidade de inovação e contributo para a inovação e transição digital, tendo investido mais de um milhão de euros na capacitação de talento digital”, acrescenta a multinacional.
A deliberação do Conselho Superior de Segurança do Ciberespaço será agora aplicada pela Autoridade Nacional das Comunicações (Anacom) num prazo que “não deveria ser dilatado”, uma vez que a utilização destes equipamentos em redes públicas foi considerada de “alto risco” na avaliação que serviu de base à decisão, como assinalou o advogado Ricardo Henrique em declarações ao Jornal Económico, que avançou com a notícia.
Continuaremos a cumprir com as leis e regulamentação em vigor, com vista a servir os consumidores e empresas portuguesas, que se suportam nos nossos produtos e serviços.
Segundo contabiliza o Financial Times, Reino Unido, Dinamarca, Suécia, Estónia, Letónia e Lituânia já bloquearam também a Huawei das suas infraestruturas de rede 5G. Por outro lado, a Alemanha anunciou já este ano que está a reavaliar o uso de componentes chinesas na sua rede 5G e a investigar ainda se será necessário avançar com uma alteração legislativa.
A Huawei assegura ainda, na mesma declaração emitida esta sexta-feira, que continuará a “cumprir com as leis e regulamentação em vigor, com vista a servir os consumidores e empresas portuguesas, que se suportam nos produtos e serviços” do grupo sediado em Shenzhen, na China, e que chegou a ser líder de mercado em Portugal. No primeiro trimestre de 2019 era responsável por 35% das vendas de smartphones no país.
A Huawei está a enfrentar grandes dificuldades a nível global, depois das restrições impostas pelos EUA, que entendem que a empresa é um veículo de espionagem da China. A empresa, que em outubro do ano passado encerrou a loja da marca no Centro Comercial Colombo, em Lisboa, sempre negou veementemente as acusações.
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