Coimbra ganha comboios na Linha do Norte com alta velocidade entre Lisboa e Porto
Para que comboios de alta velocidade cheguem à estação de Coimbra-B, Linha do Norte será quadruplicada até Taveiro. Cidade dos estudantes terá mais comboios regionais por hora e mais regulares.
A construção da linha de alta velocidade entre Porto e Lisboa vai trazer mais comboios suburbanos e regionais a Coimbra. A estação de Coimbra-B será ampliada e a Linha do Norte será quadruplicada até Taveiro, conforme consta do estudo prévio para o troço entre Aveiro (Oiã) e Soure, em consulta pública a partir desta segunda-feira e até 31 de julho. Além de mais comboios por hora, será possível contar com verdadeiros horários cadenciados, isto é, com partida sempre no mesmo minuto.
Exemplo disso são os comboios regionais: entre Coimbra e Aveiro, apenas há comboios regionais “nos intervalos dos serviços de longo curso”, como o Alfa Pendular e o Intercidades; entre Coimbra e o Entroncamento, o comboio tem de esperar nos sinais para ser ultrapassado por composições mais rápidas. A partir de 2029, será possível ter um “trajeto melhorado e uma oferta sistematizada a todas as horas”, refere a Infraestruturas de Portugal (IP). Os passageiros também poderão contar com mais comboios entre Coimbra e Figueira da Foz, por conta da quadruplicação da Linha do Norte e da duplicação do Ramal de Alfarelos (até Bifurcação de Lares).
Na hora de ponta, prevê-se a passagem de quatro comboios em Coimbra-B: dois de alta velocidade entre Lisboa e Porto, um Intercidades na Linha do Norte e ainda um comboio entre Caldas da Rainha e o Porto (via Linha do Oeste) ou um comboio entre Lisboa e Guarda (via Linha da Beira Alta).
Na mesma hora de ponta, Coimbra-B poderá servir como ponto de partida ou de chegada para seis comboios: comboios suburbanos até à Figueira da Foz; um regional até Aveiro; um regional até ao Entroncamento; um regional até Caldas da Rainha ou Leiria; e ainda um regional para a Guarda.
Em Coimbra-B poderiam ainda passar mais comboios, caso não estivesse previsto o encerramento, em 2024, da estação central da cidade dos estudantes (Coimbra-A), atual local de parqueamento de todo o material circulante na região Centro.
Por causa da nova valência, a estação de Coimbra-B será ampliada e passará a contar com quatro plataformas. Para evitar o cruzamento dos comboios regionais e suburbanos com os serviços de longo curso, as linhas centrais, com configuração em H, servirão para os comboios suburbanos e regionais; as linhas mais afastadas, com plataformas de 420 metros, servirão para os comboios mais rápidos, que terão até 400 metros de comprimento.
A quadruplicação da Linha do Norte também vai afetar a estação de Taveiro e os apeadeiros de Casais, Espadaneira e Bencanta. Nestes casos, os comboios rápidos vão passar nas linhas mais interiores; as linhas exteriores servirão para comboios mais lentos.
A construção da linha entre Oiã e Soure custará 1,35 mil milhões de euros, com 500 milhões de euros a serem financiados por fundos comunitários, segundo a apresentação feita pela Infraestruturas de Portugal em setembro de 2022. Prevê-se a construção de um total de 36 pontes e viadutos (entre as quais uma nova ponte sobre o Mondego). A nova linha irá passar pelos concelhos de Pombal, Soure, Condeixa-a-Nova, Coimbra, Cantanhede, Mealhada, Anadia, Oliveira do Bairro e Aveiro.
A nova linha de alta velocidade entre Lisboa e Porto, com velocidade máxima de 300 km/h, prevê a ligação à Linha do Norte junto a Coimbra e a Aveiro. Em Coimbra, haverá uma variante entre Taveiro e a Adémia, para que o comboio possa parar em Coimbra-B. Junto a Aveiro será construída uma variante em Canelas. Nas variantes, a velocidade máxima entre 160 e 200 km/h.
O projeto está dividido em três fases: Porto-Soure (subdividido entre Porto-Oiã e Oiã-Soure), Soure-Carregado e Carregado-Lisboa. A partir de 2029, haverá 38 comboios de alta velocidade por dia entre Porto e Lisboa; dois anos depois, serão 60 ligações velozes por dia e por sentido. O projeto total está avaliado em 4,5 mil milhões de euros e prevê ligações entre Porto e Lisboa em 1 hora e 59 minutos a partir de 2029 e de 1 hora e 19 minutos a partir de 2031.
A linha de alta velocidade será construída em bitola ibérica, facilitando a chegada dos comboios rápidos às estações de Coimbra-B e de Aveiro. No anterior projeto do TGV em Portugal, a linha estava segregada do restante tráfego ferroviário nacional e seria construída em bitola europeia.
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