Sócio da Kyaia quer “calçar” Europa com nova marca de calçado ecológica
Além de criar produtos sustentáveis, a marca de calçado, liderada por Amílcar Monteiro, quer minimizar o impacto ambiental. Lançada há menos de um mês, a a.li.ás já conquistou clientes europeus.
Amílcar Monteiro, sócio do grupo Kyaia, acaba de lançar, juntamente com o filho João Monteiro, a a.li.ás, uma nova marca de calçado ecológica que promete “respeitar o meio ambiente, a diversidade e a economia local”. O objetivo passa por afirmar-se no mercado nacional e conquistar países como a Alemanha, Espanha, Itália e Reino Unido.
“Decidimos fazer um projeto diferente. Achamos que seria melhor começar um projeto novo para conseguirmos implementar algumas das ideias diferentes que temos e é assim que nasce a a.li.ás“, conta ao ECO/Local Online João Monteiro — trabalhou na Kyaia, durante uma década, como responsável de uma das marcas do grupo liderado por Fortunato Frederico, a Softinos. A palavra aliás vem do latim e significa “de outra forma” que é exatamente o que a dupla pai e filho pretende fazer num setor tão tradicional como o do calçado.
Até chegar ao mercado, o projeto demorou cerca de um ano a ser desenvolvido e, numa primeira fase, representou um investimento de cerca de 50 mil euros. Lançada há menos de um mês, a marca já conquistou clientes alemães, espanhóis, italianos e britânicos. A sede da empresa é em Ovar, mas produção é subcontratada em fábricas de Felgueiras.
Alguns dos mercados principais que queremos atacar, nomeadamente a Alemanha, estão muito recetivos a este tipo de produtos e a sustentabilidade já não é uma tendência, mas sim, um tipo de produto estabelecido. Já existe uma base de clientes vocacionados para este tipo de produtos.
“Alguns dos mercados principais que queremos atacar, nomeadamente a Alemanha, estão muito recetivos a este tipo de produtos e a sustentabilidade já não é uma tendência, mas sim, um tipo de produto estabelecido. Já existe uma base de clientes vocacionados para este tipo de produtos e que estão dispostos a pagar um pouco mais pelas características que estes produtos têm de ter”, explica ao ECO/Local Online João Monteiro.
Desde o processo de produção até a comercialização, a marca adota práticas que visam reduzir a pegada de carbono e promover a sustentabilidade de “ecossistemas fragilizados por décadas de práticas ambientalmente menos conscientes”.
Com foco na sustentabilidade, o processo produtivo da a.li.ás utiliza matérias-primas orgânicas ou provenientes de desperdício industrial. Entre os materiais utilizados o empresário destaca o “bio couro produzido localmente –sem metais ou substâncias nocivas –, o algodão certificado pelos parceiros da Better Cotton Initiative, o Burel — tecido artesanal português proveniente de lã de ovelha da Serra da Estrela –, a borracha natural totalmente reciclável ou a espuma de PU reciclada, refletindo um sério compromisso com o uso ético e sustentável dos recursos naturais”.
João Monteiro realça ainda que nesta área da sustentabilidade é “muito interessante ver que quase de seis em seis meses aparecem, na feira de materiais, uma infinidade de materiais novos que se pode introduzir nas coleções”. Formado em Ciências Políticas e Relações Internacionais, João Monteiro esteve sempre ligado ao calçado. “Nasceu no meio do setor” e desde jovem percebeu que era por este cluster que queria enveredar.
Numa primeira fase, a a.li.ás vende sapatilhas e chinelos, mas um dos objetivos a curto prazo é apostar nas sandálias e botas, revela o jovem empreendedor de 33 anos. Os preços variam entre os 35 euros (chinelos) e os 130 euros (sapatilhas). Os produtos são unissexo e estão disponíveis para venda na loja online da marca e noutros espaços comerciais multimarcas.
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