Municípios minhotos contestam novas tarifas nos resíduos sólidos urbanos
Autarcas de Arcos de Valdevez, Barcelos, Esposende, Ponte da Barca, Ponte de Lima e Viana do Castelo sugerem mecanismo de estabilização dos preços. Governo diz "não ter condições para intervir".
Os presidentes dos municípios de Arcos de Valdevez, Barcelos, Esposende, Ponte da Barca, Ponte de Lima e Viana do Castelo, que integram a Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos (Resulima), estão preocupados com o aumento “absurdo” das tarifas de tratamento de resíduos e alertam o Governo para “o impacto negativo e gravoso que o tarifário aprovado vai causar nas famílias, numa altura em que a conjuntura económica e social é muito difícil e adversa”.
Perante o “aumento brutal” do novo tarifário validado pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), os autarcas minhotos estiveram reunidos com o secretário de Estado do Ambiente, Hugo Pires, a quem sugeriram a introdução de um mecanismo de estabilização dos preços que ajuste o aumento anual pelo valor da inflação, criticando os aumentos absurdos aprovados”.
A título de exemplo, os presidentes destes municípios realçam que a tarifa de tratamento em aterro era de 7,88 euros a tonelada em 2021 e que em 2024 vai subir para 66,17 euros. Por outro lado, a Taxa de Gestão de Resíduos (TGR) paga ao Estado, que em 2020 tinha um custo de 11 euros, vai subir no próximo ano para 30 euros.
Em resposta às preocupações e críticas destes autarcas do Minho, o secretário de Estado do Ambiente admitiu que o “Governo não tem condições para intervir nos valores do tarifário, alegando que “há diretivas e metas europeias a cumprir, nomeadamente na redução de resíduos indiferenciados e na política do sistema “poluidor/pagador”.
No entanto, Hugo Pires contrapôs, segunda a versão dos autarcas, a disponibilidade do Executivo para apoiar o investimento em equipamentos – recetáculos e frota de recolha de resíduos – e comprometeu-se também a “devolver 30% do que os municípios gastam na TGR, como forma de atenuar o impacto dos aumentos do tarifário”.
Além do aumento das tarifas resíduos sólidos urbanos, os líderes camarários sensibilizaram também o secretário de Estado para o problema dos odores emanados pela Unidade de Tratamento de Paradela, no concelho de Barcelos, reconhecendo que “a situação melhorou, mas que ainda há trabalho a fazer, no sentido de atenuar ainda mais esses efeitos junto das populações circunvizinhas ao aterro”.
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