Oposição chumba orçamento para 2024 na Câmara da Guarda
"Nós governamos com contributos da oposição, claro que sim. Mas nunca iremos governar com o orçamento da oposição", diz o autarca Sérgio Costa.
A oposição no executivo da Câmara Municipal da Guarda, gerida pelo movimento Pela Guarda, chumbou esta quinta-feira o orçamento municipal para 2024, com um valor de 73,8 milhões de euros. Os três vereadores do PSD e a vereadora do PS reprovaram a proposta apresentada, que apenas mereceu o voto favorável dos três eleitos do movimento Pela Guarda (PG).
Durante a discussão do orçamento, a vereadora socialista, Adelaide Campos, manifestou-se disponível para uma “plataforma de entendimento” com a restante oposição para fazer uma revisão de alguns pontos”. O presidente da Câmara, Sérgio Costa, mostrou abertura e deu até quinta-feira para que sejam apresentados os contributos.
Em declarações aos jornalistas no final da reunião, o autarca afirmou não ter receio de qualquer cenário possível na sequência do chumbo do orçamento. “Quem chegou à governação da forma que chegou, não tem qualquer receio de governar seja da forma que for”, sublinhou o autarca.
Mas avisou que o PG não governa com o orçamento da oposição. “Nós governamos com contributos da oposição, claro que sim. Mas nunca iremos governar com o orçamento da oposição“.
Quem chegou à governação da forma que chegou, não tem qualquer receio de governar seja da forma que for.
Sérgio Costa salientou que com a reprovação do orçamento pode estar em causa a execução de diversos projetos, como os que foram aprovados esta quinta-feira, na reunião do executivo, e outros já iniciados. O autarca deu o exemplo do programa da habitação, o órgão da Sé e o apoio às juntas de freguesia, aprovados na reunião. “É esta a consequência que pode ter o chumbo do orçamento. Os partidos políticos que estão no executivo municipal têm de ser chamados à razão por aquilo que hoje fizeram”, sustentou Sérgio Costa.
Os três vereadores do PSD aludiram a 19 pontos para justificar o chumbo do orçamento que entendem não ter “investimento real e efetivo“.
Carlos Chaves Monteiro referiu que, a avaliar pelo documento, “vai ser mais um ano de projetos e projetos e nada de obra”.
O autarca apontou que no documento se destacam “milhões de euros para a reabilitação das áreas ardidas”, mas que “gostaria de ver esses milhões refletidos em projetos mobilizadores para a Guarda“.
O eleito do PSD destacou a ausência de obra no Centro Histórico e na Praça Velha, o retrocesso na Carta Educativa e a falta de investimento na saúde e na habitação. Carlos Chaves Monteiro realçou ainda que a cultura é “o parente pobre” e considerou que “é muito redutor” aquilo que o executivo tem feito nesta área.
O autarca considerou que “daqui para a frente o executivo tem de governar a olhar para a oposição como apoio”.
A vereadora Adelaide Campos considerou que a cidade “vai decaindo a olhos vistos” e que temas como a reabilitação da Praça Velha e incentivos para fixação dos jovens são “uma emergência para a Guarda”. Na sua opinião, viabilizar o orçamento seria “perpetuar uma situação de pouca atividade e pouca ambição”.
No início da reunião de Câmara tomou posse pelo PG o vereador Rui Melo, em substituição da vereadora Diana Monteiro, que renunciou ao mandato em meados do mês.
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