Centenária Castros ganha contratos de três milhões com iluminações de Natal
Histórica empresa de Vila Nova de Gaia, que emprega cem pessoas e fatura cinco milhões, ganhou mais de vinte contratos no valor de três milhões de euros para montar iluminações e decorações de Natal.
Fundada em 1921 em Vila Nova de Gaia, a Castros apresenta-se como“uma das mais reconhecidas empresas de iluminação festiva do mundo”. A empresa centenária foi criada por António de Araújo e Castro, fogueteiro que perdeu o irmão nesta atividade e, a partir deste momento trágico, decidiu abandonar a arte de fazer foguetes e foi desafiado por uma comissão de festas nos Carvalhos a dedicar-se às romarias. Assim nasceu a Castros Iluminações, que emprega uma centena de pessoas, fatura cinco milhões de euros e está presente em mercados internacionais como o Reino Unido, França, Bélgica, Luxemburgo, Angola, Costa do Marfim e Dubai.
Depois de António de Araújo e Castro, foi a filha única Maria Aurora de Castro, que na década de 1950 assumiu a gestão da empresa. “Foi uma mulher empresária num Portugal conservador. Uma mulher de guerra e com uma grande visão e uma grande capacidade”, recorda o neto Jorge Castro, em declarações ao ECO/Local Online. A empresária só teve um filho, António Jorge de Castro, que mais tarde viria a gerir a empresa.
Com o negócio a prosperar e com a necessidade de ter umas instalações maiores, em 1999 levou a produção para São Félix da Marinha, no mesmo concelho. Jorge Castro, bisneto do fundador, começou a trabalhar na empresa em 1997 e assumiu a gestão cinco anos depois. Apesar de ser formado em Direito na Universidade Católica do Porto, depois do estágio em advocacia decidiu abraçar o projeto familiar.
Só este ano, a empresa liderada por Jorge Castro ganhou mais de vinte contratos no valor de três milhões de euros para iluminações e decorações de Natal em cidades como Vila do Conde, Maia, Gaia, Ílhavo, Coimbra, Ovar, Viseu, Bragança, Sintra, Lisboa ou Santa Maria da Feira. Nesta “época forte” contratou mais 70 pessoas. No estrangeiro, conta o gestor, foi responsável pela iluminação de Natal das principais ruas de Londres, num contrato que rendeu cerca de 750 mil euros.
“Em todas estas cidades somos os responsáveis pela parte do projeto, produção, execução e instalação” das iluminações de Natal, explica Jorge Castro, em declarações ao ECO/Local Online. Além do Natal, a Castros faz iluminações festivas para todo o tipo de eventos.
Todos os trabalhos da Castros são personalizados de acordo com o pedido do cliente. “Temos uma estrutura muito preparada para dar resposta às necessidades do cliente que só indica quais são as áreas que pretende ver iluminadas e decoradas e nós fazemos um levantamento e as nossas equipas criativas acabam por desenvolver o projeto”, afirma, Jorge Castro, de 55 anos.
Foi em 2006 que a empresa começou a apostar nos mercados internacionais, estando atualmente presente em destinos como o Reino Unido, França, Bélgica, Luxemburgo, Angola, Costa do Marfim ou Dubai. No Médio Oriente e em África tem uma pequena equipa; no Reino Unido tem um parceiro responsável pelas instalações; em França faz parcerias ou envia equipas nacionais para executar os projetos. O mercado internacional representa 35% do volume de negócios da Castros. “Portugal já era muito pequenino para as nossas ambições”, realça o gestor.
Jorge Castro indica que a sazonalidade do mercado nacional — atinge o pico entre maio e setembro, com as festas e romarias, e depois no Natal — foi um dos motivos para a aposta nos mercados externos. “No mercado interacional temos muitas iniciativas que estão em contraciclo com aquilo que é a sazonalidade no mercado tipicamente português”, realça o proprietário.
É um património intangível que deve ser preservado. Se isso for coincidente com a felicidade dos meus filhos, ótimo. Caso contrário, a felicidade deles é mais importante do que a continuação de um legado.
No próximo ano, a empresa diz estar focada em “manter e preservar os clientes atuais”, em conquistar novos no panorama nacional e internacional e em continuar a investir no departamento de inovação e na economia circular. “Estamos empenhados em que o nosso processo produtivo seja o mais clean possível”, conclui. Paralelamente, ambiciona “diversificar o negócio” e entrar no segmento das energias fotovoltaicas.
A continuidade desta empresa centenária no seio familiar poderá ser assegurada pela quinta geração, que “pode sentir-se atraída pela continuidade deste legado”, remata Jorge Castro. “É um património intangível que deve ser preservado. Se isso for coincidente com a felicidade dos meus filhos, ótimo. Caso contrário, a felicidade deles é mais importante do que a continuação de um legado”, conclui o gestor.
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