Porto choca com Área Metropolitana na reabilitação do coliseu

"Se for preciso candidatar [aos fundos], teremos que ser nós, já não no âmbito da Área Metropolitana, mas no âmbito do município do Porto", assegurou Rui Moreira.

O presidente da Câmara Municipal do Porto admitiu, esta segunda-feira, que o município poderá inviabilizar decisões financeiras da Área Metropolitana do Porto (AMP) se também não servirem “os interesses do Porto” como resposta ao chumbo de sete autarcas daquela entidade à repartição de fundos para a reabilitação do Coliseu. Rui Moreira considerou ter havido “falta de solidariedade” dos municípios e garantiu que, se for preciso, a autarquia avança sozinha com uma candidatura a fundos comunitários.

Não vamos deixar cair o Coliseu”, assegurou o autarca independente, no final da reunião do Executivo desta segunda-feira. “Se for preciso candidatar [aos fundos], teremos que ser nós, já não no âmbito da Área Metropolitana, mas no âmbito do município do Porto“, garantiu Rui Moreira. A autarquia irá, por isso, “buscar à gaveta dos fundos” a verba necessária.

Moreira deixou, contudo, um aviso: “Assim, a Área Metropolitana terá de fazer o favor de deixar de ser sócia [da Associação] dos Amigos do Coliseu“. O autarca independente garantiu ainda que, no que concerne a deliberações financeiras, “aquelas que dependam do Porto, em termos de solidariedade metropolitana”, serão avaliadas caso a caso, em função dos interesses da cidade. Poderá, assim, ficar pelo caminho a viabilização da nova empresa metropolitana de transportes.

Se for preciso candidatar [aos fundos], teremos que ser nós, já não no âmbito da Área Metropolitana, mas no âmbito do município do Porto.

Rui Moreira

Presidente da Câmara Municipal do Porto

“Estávamos convictos de que havia uma visão metropolitana que iria fazer com que alguns dos projetos, como o Coliseu, iriam ser tratados a nível metropolitano”, nota. “Fomos surpreendidos com uma deliberação que teve a ver com a repartição dos fundos”, frisou Rui Moreira.

Na última reunião do Conselho Metropolitano do Porto, sete municípios da AMP opuseram-se a apoiar as obras no Coliseu. Argumentaram com a necessidade de haver uma reflexão mais profunda e levantamento dos equipamentos que, tal como o Coliseu do Porto, sejam de âmbito metropolitano. Entre os opositores estão Valongo, Arouca, Vale de Cambra, Espinho, S. João da Madeira, Santa Maria da Feira e Oliveira de Azeméis.

Em outubro deste ano, a AMP, liderada por Eduardo Vítor Rodrigues, assegurou que iriar financiar as obras do Coliseu em dois milhões de euros. Mas a intervenção teria um custo total de seis a sete milhões de euros, valor que seria pago pelos municípios com recurso a verbas do Portugal 2030.

Em novembro, os autarcas acordaram a disponibilização da verba e uma candidatura conjunta aos fundos comunitários. Só que na última passada sexta-feira, sete dos 17 municípios da AMP chumbaram a proposta de distribuição das verbas.

Também os vereadores do PS, BE e CDU da Câmara do Porto criticaram, esta segunda-feira, o recuo da AMP em comparticipar as obras de reabilitação do Coliseu do Porto e acreditam num consenso.

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