Plano de Urbanização de Campanhã é “oportunidade irrepetível” para “corrigir problema crónico”
Será construída uma nova praça da estação com acesso ao novo estacionamento público subterrâneo com 620 lugares.
“Esta é uma oportunidade irrepetível para corrigir problemas que a ferrovia, no século XIX, trouxe a Campanhã. Estamos a aproveitar uma nova ferrovia [linha de Alta Velocidade] para corrigir esses problemas e desenvolver uma freguesia que tem sido algo marginalizada relativamente ao desenvolvimento desta cidade”, afirmou o vereador do Urbanismo da Câmara Municipal do Porto, Pedro Baganha, durante a apresentação do Plano de Urbanização de Campanhã (PUC). Este projeto, que acontece a reboque da Alta Velocidade, vai revolucionar esta área oriental da cidade, dentro de uma década, com uma nova praça e uma passagem superior à linha ferroviária, ligando todos os meios de transporte.
“A grande revolução diz respeito à mudança da estação de Campanhã, cuja entrada principal é uma praça que está virada a poente, para a freguesia de Campanhã, e vai passar a ser uma estação com duas praças e duas frentes”, ou seja, terá mais “uma praça e frente voltadas para o centro da cidade, resolvendo um problema crónico de Campanhã que é ter de ultrapassar a barreira que a linha ferroviária constitui há décadas“, assinalou o vereador da autarquia liderada pelo independente Rui Moreira, à margem da cerimónia, no átrio do edifício dos Paços do Concelho. A nova praça da estação terá acesso ao novo estacionamento público subterrâneo com 620 lugares, no âmbito do projeto do arquiteto e urbanista catalão Joan Busquets.
Será construído um “edifício ponte sobre as atuais linhas ferroviárias, abrindo uma nova praça e uma nova estação que vai servir a Alta Velocidade — servida pela ponte nova sobre o rio Douro, a dois níveis (ferroviária em cima e rodoviária a cota baixa)”, completou.
“No futuro, teremos este sistema de circulação em anel híbrido, incluindo este novo túnel que vai resolver o velho problema da transposição nascente-poente na linha ferroviária”, descreveu o vereador, enquanto apontava para a maqueta da proposta preliminar apresentada esta sexta-feira.
Precisamente há um ano, durante o lançamento deste plano e no mesmo local, o independente Rui Moreira considerou que seria “uma verdadeira revolução urbanística” e que iria gerar uma “nova centralidade capaz de resgatar a zona oriental de décadas de abandono, decadência e descaracterização”. Um ano depois, uma proposta preliminar do plano é apresentada e promete ser uma grande mudança estratégica de desenvolvimento urbanístico e económico desta zona oriental.
Esta sexta-feira, Rui Moreira começou a apresentação do PUC com enfoque na chegada da Alta Velocidade que será “um acelerador dos projetos para aquela zona que o município tem preparado nos últimos dez ou 12 anos”.
Já no que concerne às verdadeiras “mudanças da estrutura da cidade”, será construído um novo arruamento desde a zona baixa do Freixo até ao Terminal Intermodal de Campanhã (TIC) e depois um túnel passará por debaixo da linha ferroviária. Pedro Baganha explicou que “a circulação automóvel será distribuída por um anel interior de arruamentos, alguns que já existem, outros que têm que ser construídos, em particular um que vai ligar a cota baixa no Freixo à cota alta no TIC”.
No âmbito da empreitada, terão de ser relocalizadas empresas existentes, como a Moagem Ceres e gráficas. “As gráficas, tanto quanto tenho conhecimento, já estão a ser desmanteladas. Subsiste, de facto, a Moagem Ceres. Nós temos vindo a conversar com essa indústria”, sendo “inevitável que, a prazo (…), saia desse território”, avançou.
O vereador destacou ainda que “é uma prioridade para este executivo municipal resolver um conjunto de deficiências ao nível da circulação desta zona da cidade e, por outro lado, permitir que a estação de Campanhã se potencie como um grande centro intermodal da Área Metropolitana do Porto (AMP) e até de Portugal, contemplando todos os modos de transportes exceto o aéreo e mesmo assim vai ter ligação direta ao aeroporto”.
Mas será preciso esperar uma década para esta zona oriental da cidade ter um novo rosto. “Um plano de urbanização não demora menos do que dez anos a ser concretizado. O que não queremos é que a cidade se desenvolva de forma não planeada, não programada“, destacou Pedro Baganha. Mas o cronograma da empreitada depende da empreitada da Alta Velocidade.
“Estamos dependentes do concurso lançado, na semana passada, pelo primeiro-ministro. As obras da nova estação de Campanhã estão dependentes do avanço das obras da Alta Velocidade. Mas, a nossa expectativa é que, quando começar a obra ferroviária em Campanhã, parte das obras do metro já esteja concluída e, portanto, que o sistema urbano seja reposto na sua normalidade”, sustentou. Acredita por isso, que a empreitada da Alta Velocidade não irá causar mais problemas na mobilidade da cidade.
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