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Cofina tem de entregar dez milhões de euros à Prisa por ter falhado compra da TVI

Flávio Nunes,

Decisão arbitral determina que a Prisa fica com os dez milhões de euros depositados pela Cofina quando tentou comprar a TVI. Grupo confirma impacto nos resultados de 2023 e avalia reação.

Os dez milhões de euros que a Cofina depositou em 2019 numa conta escrow do BPI para tentar comprar a Media Capital à Prisa vão ter de ser entregues à empresa espanhola, anterior dona do grupo, ordenou o Tribunal Arbitral. A informação foi avançada pela Cofina este domingo num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A Cofina, que nessa altura ainda detinha títulos como Correio da Manhã, CMTV e Jornal de Negócios, tomou conhecimento da decisão na sexta-feira, 23 de fevereiro, e “ainda está a analisar o extenso acórdão”, pelo que “não está em condições de informar sobre a sua eventual reação ao mesmo na parte que em que este lhe foi desfavorável”.

Isto porque o mesmo acórdão determina, contudo, que a Cofina não tem de pagar quase 87,4 milhões de euros à Prisa a título de indemnização por danos que a empresa “alegava ter sofrido”, avança a empresa.

“O impacto ao nível das demonstrações financeiras consolidadas e separadas consistirá numa redução do total do ativo em dez milhões de euros e numa redução dos resultados do exercício de 2023 no mesmo montante”, reconhece a Cofina no mesmo comunicado.

A 20 de setembro de 2019, a Cofina e a Prisa assinaram um Contrato de Compra e Venda de Ações para a compra, pela empresa portuguesa, de 100% do capital social e direitos de voto da Vertix, empresa que, à data, era dona de 94,69% dos direitos de voto do Grupo Media Capital, dono da TVI.

No entanto, em 2020, a Cofina desistiu de comprar a Media Capital, justificando a decisão com o insucesso do aumento de capital que iria ajudar a financiar a operação. O clima azedou entre as duas empresas, que se responsabilizaram mutuamente pelo insucesso do negócio.

Mas a Prisa não se conformou e decidiu avançar com um processo no Centro de Arbitragem Comercial da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, exigindo ficar com o montante de dez milhões dado a título de down payment e uma indemnização.

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