Quarteto de Lisboa calça primeira marca nacional de sapatos “respeitadores” para crianças
Calçado para crianças da Tem-Tem é feito a partir de pele de vaca reciclada e produzido manualmente numa fábrica em São João da Madeira. Próximo passo: lançar uma coleção de botas e sandálias.
Hugo Cruz, João Ferreira, Nuno Vieira e Ricardo Simões aproveitaram uma “lacuna” no mercado nacional para lançar uma marca de “calçado respeitador” para crianças que estão a dar os primeiros passos. Uma falha identificada por necessidade pessoal e profissional, já que uns são pais e outros especialistas na área de fisioterapia e osteopatia infantil.
“O Hugo (fisioterapia e osteopata) e o João (fisioterapeuta), especializados na área infantil, sentiam alguma dificuldade em recomendar aos pais o sapato ideal para as crianças que estavam a dar os primeiros passos, especialmente em Portugal. Por outro lado, eu e o Ricardo tínhamos uma dificuldade, enquanto pais, de encontrar calçado respeitador para os nossos filhos. Em Portugal não havia essa oferta”, conta Nuno Vieira ao ECO/Local Online.
Hugo Cruz e João Ferreira têm dez anos de experiência área da fisioterapia, enquanto Ricardo Simões e Nuno Vieira são os fundadores da agência de marketing Triciclo.
Perante esta “lacuna” no mercado, Hugo Cruz, que é primo de Nuno Vieira, viu potencial neste negócio e lançou-lhe o desafio. Conta que ficou entusiasmado e, a partir daí, a ideia começou a ganhar forma. Hugo e João têm dez anos de experiência área da fisioterapia, enquanto Ricardo e Nuno são os fundadores da agência de marketing Triciclo.
O grupo de amigos aliou o background profissional e, depois de um ano e meio de investigação e desenvolvimento, lançou no final do ano passado a Tem-Tem, a “primeira marca portuguesa de calçado respeitador para os primeiros passos”. Um investimento de 50 mil euros que teve como “cobaias” os filhos de Nuno e Ricardo.
“Tem-tem” significa o cambalear da criança quando está a tentar dar os primeiros passos. O nome foi sugerido pela esposa de Ricardo, que se familiarizou com o termo num dos relatórios diários enviados pela creche da filha: “começou a fazer o tem-tem”. Assim que sugeriu o termo e a explicação, os sócios “nem hesitaram” e decidiram que era a “palavra perfeita” para a marca.
O calçado é feito a partir de pele de vaca reciclada e produzido manualmente numa fábrica em São João da Madeira, a Petasil. “Queríamos produzir em Portugal porque somos um país de calçado e o calçado português é reconhecido no mundo inteiro”, acrescenta o porta-voz.
Mas, afinal, o que é calçado respeitador? Tem a particularidade de ser “extremamente flexível, leve como uma pluma, com uma sola fina e sem declive, uma biqueira (toe box) larga, onde os dedos se podem mover livremente, sem contraforte ou qualquer outro reforço, e com uma palmilha fina e sem elementos anatómicos”, detalha Nuno Vieira.
Os sapatos são direcionados a crianças entre os 10 meses e os três anos de idade e estão à venda exclusivamente na loja online da Tem-Tem. Desde o lançamento da marca contabilizam já ter vendido cerca de 300 pares.
Aposta em sandálias e botas
Atualmente tem disponíveis tamanhos do 18 ao 23, mas o objetivo da marca com sede em Lisboa é ter números maiores num futuro próximo. Está ainda nos planos destes jovens empresários alargar a coleção a sandálias e botas. “Estamos a tentar ter as sandálias ainda este verão, com os mesmos princípios. Nunca faremos calçado que não seja respeitador”, promete Nuno Vieira.
Estamos a tentar ter as sandálias ainda este verão, com os mesmos princípios. Nunca faremos calçado que não seja respeitador.
Devido a uma troca do fornecedor na escolha dos materiais, um dos lotes dos sapatos Tem-Tem acabou por sair com cores ligeiramente diferentes das previstas. Perante o erro, em vez de inutilizar o lote (solução mais comum no mercado convencional), os fundadores dizem ter “optado pela transparência”: assumiram a falha e fizeram um lançamento especial com preços mais baratos.
“É mais importante fazer chegar calçado respeitador a mais pessoas do que a falha na diferença da cor. A aceitação está a ser fantástica. Em menos de duas semanas já esgotam o número 23”, realça Nuno Vieira.
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