Cada português “recebeu” quase 216 euros da União Europeia em 2023

  • Joana Abrantes Gomes
  • 14 Agosto 2024

Portugal recebe mais dinheiro do que aquele com que contribui para os cofres de Bruxelas. No ano passado, o país ficou em oitavo lugar entre os maiores beneficiários líquidos do bloco comunitário.

Portugal está entre os 17 Estados-membros que receberam mais fundos comunitários do que o dinheiro que entregaram para o orçamento da União Europeia (UE) em 2023. De acordo com um relatório do Instituto para a Economia Alemã (IW), foi o oitavo maior beneficiário líquido, com 2.227,93 milhões de euros, valor que, a dividir pela população de cerca de 10,6 milhões de pessoas, daria 215,94 euros por cidadão. A Alemanha continua a ser o maior contribuinte líquido e a Polónia o maior beneficiário.

Tal como no ano anterior, o maior beneficiário líquido foi a Polónia, num total de 8.154,20 milhões de euros. Uns milhares de milhões atrás surgem a Roménia (5.994,02 milhões de euros) e a Hungria (4.561,50 milhões de euros).

No sentido inverso, dez países apresentam um saldo líquido negativo entre contribuições e o dinheiro que receberam de Bruxelas, nomeadamente Dinamarca, Alemanha, Finlândia, França, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Áustria e Suécia.

A Alemanha (17.433,48 milhões de euros) continua a ser o maior contribuinte líquido da União Europeia, à frente de França, que no ano passado pagou quase 8.957,14 milhões de euros a mais do que recebeu de volta. A Itália ocupa o terceiro lugar, com uma contribuição líquida de 4.504,37 milhões de euros.

Saldos orçamentais operacionais dos 27 Estados-membros da UE em 2023

Fonte: Instituto para a Economia Alemã (IW)

No que toca a pagamentos líquidos per capita, os cálculos do instituto alemão indicam que a Irlanda superou a Alemanha, com 236,08 euros por pessoa contra 206,28 euros, enquanto apenas a Itália (76,35 euros) teve uma contribuição líquida por pessoa abaixo dos 100 euros.

Entre os 17 beneficiários líquidos, lidera a Estónia, país onde cada cidadão receberia 626,90 euros se os fundos europeus fossem distribuídos equitativamente, ficando perto desse valor a Croácia (602,18 euros por pessoa) e a Letónia (601,67 euros).

Quer no valor líquido per capita, quer em relação ao Rendimento Nacional Bruto (RNB), Portugal surge na 12.ª posição: os 215,94 euros que seriam distribuídos por cada cidadão no país em 2023 correspondem a 0,86% do RNB.

Numa divisão por programas, o estudo revela que o maior beneficiário líquido da Política Agrícola Comum (PAC) é a Grécia, com 1,05% do RNB, seguida da Bulgária e da Lituânia. A Croácia é o país que mais beneficia da Política de Coesão (2,45% do RNB), seguindo-se a Eslováquia e a Hungria, e, ao nível dos fundos europeus do NextGenerationEU, o maior beneficiário voltou a ser a Grécia (1,31% do RNB), com Portugal e a Croácia a terem a mesma percentagem (ambos com 1,21% cada).

Quando é tida em conta a totalidade dos fundos, a Croácia é o maior beneficiário líquido da União Europeia, já que as subvenções comunitárias equivalem a 4,28% do RNB, seguindo-se a Grécia (3,20%) e a Eslováquia (3,08%). Com 2,06% do RNB, Portugal foi o nono maior beneficiário líquido na soma de fundos comunitários estruturais e do dinheiro proveniente da “bazuca”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Cada português “recebeu” quase 216 euros da União Europeia em 2023

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião