Região de Leiria reivindica antecipação da segunda fase do TGV Lisboa-Porto

A CIM da Região de Leiria acusa o Governo de desinvestir nesta zona do país, e indica que existe insuficiências nas áreas de infraestruturas de transportes e mobilidade.

A Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL) exige que o Governo antecipe para 2026 a segunda fase do TGV Lisboa-Porto, no troço de ligação entre Soure, Leiria e Carregado (incluindo a estação de Leiria), que está prevista arrancar depois de 2030. Os autarcas reivindicam ainda a isenção das portagens na designada Variante da Batalha – A19 e no atual troço do IC36/A8 (Variante de Leiria e Ligação à Marinha Grande Sul), que integra a subconcessão Litoral Oeste.

A ligação IC9 à A1 e a requalificação do IC 8, entre Pombal e Proença-a-Nova, também constam do pacote de exigências que a CIMRL apresentou, esta terça-feira, aos grupos parlamentares do PSD, PS e Chega, e deputados eleitos pelo círculo eleitoral de Leiria na Assembleia da República, visando mais investimento na modernização da Linha do Oeste.

Os autarcas desta região querem ver um pacote de medidas abrangidas no Orçamento do Estado de 2025 (OE2025), incluindo o reforço dos serviços de saúde, de modo a “inverter o registo de desinvestimento público na região”. Entre as exigências consta ainda a expansão e descarbonização da rede de transportes públicos, e infraestruturas para mobilidade suave (bicicletas e peões).

O aumento do número de profissionais de saúde nos centros de saúde e hospitais dos municípios, com incentivos para médicos e enfermeiros que trabalhem em áreas mais remotas.

Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL)

Além da aposta na mobilidade na região, os autarcas pedem ainda “o reforço dos serviços de saúde primários e de urgência” que consideram prioritário. Nesse sentido, a CIMRL reivindica “o aumento do número de profissionais de saúde nos centros de saúde e hospitais dos municípios, com incentivos para médicos e enfermeiros que trabalhem em áreas mais remotas”.

Apontam o dedo ao Governo pelo “forte desinvestimento [na região] que se reflete na insuficiência de infraestruturas de transportes e mobilidade, na degradação dos serviços de saúde e educação, e na falta de apoio a políticas de habitação acessível e coesão social”. Exigem, por isso, a criação de um programa de reabilitação de habitação social nos municípios mais necessitados, com melhorias da eficiência energética e conforto dos edifícios existentes.

O incremento dos incentivos à construção de habitação acessível para jovens e famílias de baixos rendimentos, com reduções de impostos para promotores imobiliários que adotem práticas de construção sustentáveis, é outra das propostas.

Castelo de Leiria. FOTO PAULO CUNHA / LUSAFOTO PAULO CUNHA / LUSA

A CIMRL integra os municípios de Alvaiázere, Ansião, Batalha, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Leiria, Marinha Grande, Pombal, Pedrógão Grande e Porto de Mós.

Entre as propostas consta ainda a criação do Museu Nacional da Floresta, projetado para a Marinha Grande e criado há 25 anos. A CIMRL entende que esta deveria ser “uma aposta estratégica nacional, dada a relevância da floresta para a economia e a importância de promover ações que desenvolvam conhecimento técnico e incentivem a investigação”. Mais, explana, “esta iniciativa reforçaria a prevenção dos fogos rurais e valorizaria a floresta portuguesa do ponto de vista cultural, social e económico”.

Com o objetivo de fixar talento na região, os autarcas reclamam igualmente a criação de um programa de incentivos para jovens profissionais e recém-formados, com subsídios para a fixação em áreas do interior, além de bolsas de estudo e subsídios para estudantes universitários de áreas estratégicas, com compromisso de trabalho na região após a graduação.

Com uma economia impulsionada pela atividade industrial – principalmente nas áreas dos moldes e plásticos, cerâmica, vidro, construção e agroalimentar –, a região de Leiria também tem retorno económico no turismo.

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