Marketing de voz vai ser cada vez mais preponderante mas IA vai ter um “papel determinante”, prevê APPM
A APPM preconiza o áudio e marketing de voz a ganhar cada vez mais preponderância nos planos e budgets das marcas e a IA a ter um “papel determinante” enquanto motor da hiperpersonalização.
Sustentabilidade, inteligência artificial enquanto motor da hiperpersonalização e marketing de voz e áudio. São estas as tendências para o setor do marketing em 2025 destacadas por Pedro Mascarenhas, membro da direção da Associação Portuguesa dos Profissionais de Marketing (APPM), que vislumbra também diversos desafios para o próximo ano.
Olhando para o (futuro do) setor do marketing, Pedro Mascarenhas vê desde logo o áudio e marketing de voz a ganhar cada vez mais preponderância nos planos e budgets das marcas. “Com o crescimento do consumo de informação, ao mesmo tempo e em multiplataformas, seja em momentos de trabalho, house tasking ou de puro lazer, o canal de marketing de voz e áudio ganha uma preponderância cada vez maior no plano e budget que é dedicado por cada marca”, diz ao +M.
Já a inteligência artificial (IA) vai ter um “papel determinante” enquanto motor da hiperpersonalização, possibilitando que as marcas “ofereçam um produto, serviço, campanha, conteúdo ou experiência hiperpersonalizada, de uma forma cada vez mais rápida, eficiente e escalável”, estima o também marketing director do Grupo Alves Bandeira.
Mas a hiperpersonalização, “embora poderosa, precisa de ser implementada com equilíbrio e responsabilidade”, alerta o responsável, recomendando que seja garantido que não são ultrapassados os limites da privacidade e que as interações sejam sempre percecionadas como relevantes, sob pena de afetarem a lealdade dos consumidores.
Por outro lado, as marcas “devem manter-se centradas no seu propósito e evitar o risco de comunicar apenas mensagens one-to-one, o que poderá implicar num resfriar as relações emocionais que os clientes têm com a(s) sua(s) marca(s) e, por conseguinte, a sua fidelização emocional aos valores da marca”, acrescenta.
A IA e os seus contínuos avanços, “onde todos os dias surgem novos desenvolvimentos, ferramentas e soluções”, acarretam ainda outro desafio, relacionado com o investimento em formação de equipas que saibam trabalhar com estas ferramentas. “Investir agora (e sempre) na formação das equipas será sem dúvida fundamental para que a empresa esteja constantemente preparada para o futuro“, sublinha Pedro Mascarenhas.
A sustentabilidade será também outra das principais tendências globais a nível mundial, segundo o marketing director do Grupo Alves Bandeira, que considera que ao longo dos próximos cinco anos, “todas as empresas, embora de forma faseada, serão obrigadas a definir e implementar um programa de ESG que se materializará no modelo de Corporate Sustainability Reporting Directive (CSDR)”.
“Neste contexto e apesar do crescimento dos departamentos de sustentabilidade, o marketing terá, uma vez mais, um papel determinante no balanceamento das várias forças de mercado, nomeadamente dos clientes, stakeholders e políticas externas (em especial, europeias). De uma forma resumida, os marketeers terão em mãos a missão de garantir que a sua marca continuará a oferecer uma proposta de valor, consistente com a sua cultura, propósito e reais necessidades do mercado, que lhe permita continuar a crescer e ser sustentável no longo prazo”, acrescenta.
O grande volume de conteúdos produzidos e partilhados diariamente faz também com que um dos principais desafios do marketing atual passe por conseguir captar a atenção e o interesse do público.
“Ganhar a atenção do consumidor, num ambiente altamente saturado, com público cada vez mais ligado em multiplataformas em simultâneo é um verdadeiro desafio para as marcas. A combinação perfeita entre criatividade, simplicidade, transparência e humanização será fundamental para conseguir captar a atenção de cada consumidor“, conclui Pedro Mascarenhas.
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