“O meu maior luxo? Uma grelha, um frapê com vinho, família e amigos à volta”
António Maçanita é enólogo, consultor e produtor de vinhos em quatro regiões diferentes do país. É nosso convidado na rubrica "Num Instante" e mosta aqui o seu lado mais epicurista.
Inconformado, disruptivo, inconveniente, ousado, inquieto, arrebatador. Estes são alguns dos adjetivos com que muitos definem tanto António Maçanita – enólogo, consultor e produtor do que o próprio define como slow-wines –, quanto os vinhos que cria. A Fora de Série acrescentaria mais três epítetos: bem-disposto, bon-vivant e gourmet. Foi o que sobressaiu desta conversa “Num Instante”, em que o criador da nova versão do vinho Enxarrama mostrou a sua veia mais epicurista. Nela ficamos a saber que, embora a bebida que melhor o define seja “uma cerveja fresquinha para lavar a adega”, o vinho é, sem surpresas, o prazer mais presente na sua vida. Que é o ingrediente que tem em maior quantidade no seu frigorífico: “cerca de 200 garrafas de bom vinho – branco, tinto e champanhe, de produtores nacionais e internacionais – à temperatura certa para pecar ao final do dia”. E que o seu guilty pleasure é abrir, ao jantar (com um grupo de amigos, presumimos), “duas mãos cheias de garrafas para provar às cegas”. E é a vinha o sítio onde se refugia quando busca inspiração.
Outro pecado que assume é o da gula, sobretudo se for para comer o salame de chocolate da mãe. E as raízes açorianas (é lisboeta, mas filho de pai açoriano e mãe alentejana) sobressaem na hora de encomendar a derradeira refeição: lírio grelhado com pimentos assados.
O enólogo, que fez o primeiro vinho aos 23 anos, produz vinhos em quatro regiões diferentes e lança no mercado, anualmente, mais de 50 rótulos de assinatura – por muitos deles recebeu vários troféus e distinções, nacionais e internacionais. Pela ligação ao mar que sempre teve, pensou em ser biólogo marinho, mas acabou por escolher Engenharia Agroindustrial. Em boa hora, pois o mundo perdia um enólogo de mão cheia.
Quando precisa de se inspirar vai…
Passear na vinha
Prato que pedia se estivesse no corredor da morte?
Lírio grelhado e uns pimentos assados
Que talento mais gostaria de ter?
Saber tocar guitarra
Um guilty pleasure.
Quando janto é impossível não abrirmos pelo menos duas mãos cheias de garrafas, tudo provado em cegas.
Um defeito imperdoável.
Deslealdade
O que é para si o maior luxo?
Uma grelha, um frapê com vinho, família e amigos à volta.
Um ícone de estilo?
O Méhari amarelo do avô.
O que o faz rir?
Pessoas boas que sabem rir de si próprias.
No seu frigorífico há sempre…
Champanhe, brancos, tintos, de outros produtores nacionais e internacionais, mais de 200 garrafas à temperatura para pecar no final do dia.
Noutra vida foi…
Professor
O melhor conselho que já recebeu?
“Não te compares com os outros, compara-te contigo próprio”
Restaurante da vida?
Há tantos e tão bons, mas a minha casa em Lisboa é, e sempre foi, o Bistrô 100 Maneiras.
Bebida que o define?
Cerveja fresquinha para lavar a adega
Personagem que convidava para jantar?
Ferreira Lapa, o ilustre agrónomo do século XIX. Gostava de lhe mostrar o novo Enxarrama.
Uma perdição a que não resiste?
Salame de chocolate da minha mãe.
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