Quase 100 autarcas que não se podem recandidatar, a primeira aparição do Chega depois de se tornar estrela de São Bento, o futuro autárquico do PCP e do CDS, PS e PSD em luta pela liderança.
O mapa autárquico habitualmente pintado de rosa, laranja e nos tons de azul da CDU e CDS, ganhou este século novas tonalidades com os independentes eleitos ao longo do país, mas a paleta de cores não está esgotada. Expectavelmente, irá diversificar-se com a entrada do Chega nas eleições de domingo. O segundo maior partido no Parlamento representa a ameaça do século XXI para os partidos autárquicos vindos da década de 1970.
Na disputa observada distrito a distrito, as respetivas capitais têm como ator principal o limite de mandatos dos presidentes em exercício, o que constitui outro dos interesses extra na ressaca da noite eleitoral.
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Aveiro
Os irmãos Souto defrontam-se nas urnas por PS e PSD. Os social-democratas, vencedores há duas décadas e hegemónicos com Ribau Esteves ao longo dos últimos 12 anos, escolheram este seu candidato contra o nome pretendido pelo ainda presidente. Não é de afastar que alguma animosidade da parte dos 51,3% de eleitores que escolheram Ribau Esteves em 2021 possa produzir efeito no embate entre irmãos. Pela frente, Luís Souto terá o socialista Alberto Souto, um ex-presidente desta Câmara. O coordenador autárquico do PSD assegura ao ECO/Local Online que Ribau Esteves não é força a favor do lado rosa da irmandade.
De saída por atingirem limite de mandato estão, para lá de Ribau Esteves, os social-democratas de Estarreja e Murtosa, os centristas de Albergaria-a-Velha e Vale de Cambra e a independente de Anadia.

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Beja
Com o PS a recandidatar Paulo Arsénio, incumbente, à capital de distrito ganha pelo Chega nas legislativas de 18 de maio, o comunista Vítor Picado tenta recuperar a Câmara que só fugiu ao PCP de 2009 a 2013 e agora desde 2017.
No distrito, interessará ainda seguir a prestação de Pedro Pessanha em Cuba. Cara conhecida em Cascais, é deputado do Chega no Parlamento e o escolhido para lutar por uma Câmara onde o partido foi segundo nas legislativas, a meros 1,2 pontos percentuais do PS e acima da CDU. Esta vê partir para Ferreira do Alentejo o seu presidente em Cuba nos últimos 12 anos.
Também em Almodôvar vai haver mudança obrigatória na cadeira de presidente, com a impossibilidade do socialista António Bota em se recandidatar, seguindo a sua vice-presidente Ana Carmo como cabeça de lista num concelho onde não se esperam dificuldades para o partido que teve 71% há quatro anos.
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Braga
Ricardo Rio sai de cena após 12 anos à frente de Braga e ascende a candidato “laranja” o seu vereador João Rodrigues, no Executivo desde 2017. A sétima cidade mais populosa do país já superou 200 mil habitantes e será palco de uma luta viva. De um lado, o candidato social-democrata, marido da responsável de proteção de dados da Spinumviva e filho do principal cliente da empresa de Luís Montenegro. Do outro, António Braga, ex-presidente da Assembleia Municipal, ex-vereador do polémico autarca Mesquita Machado e um dos apoiantes do então primeiro-ministro José Sócrates.
A baralhar as contas, uma cara que ainda está espalhada por cartazes da Iniciativa Liberal (IL) no país enquanto seu presidente, apesar de se ter demitido há meses. Rui Rocha rumou à sua terra natal e apresenta-se como o candidato da IL, não sendo despicienda a análise do potencial de “roubo” de votos a João Rodrigues.
No distrito, chegam também ao fim por limite de mandatos os consolados do socialista Domingos Bragança em Guimarães e do social-democrata Manuel Moreira em Amares.
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Bragança
Luís Montenegro tomou posse e chamou Hernâni Dias para secretário-de-Estado, mas o ex-presidente de Bragança esteve pouco tempo no cargo. Entretanto, já tinha deixado a Câmara ao seu vice, Paulo Xavier. A importância de uma capital de distrito que é “laranja” desde 1997, e que nesse período teve apenas dois presidentes, vê-se na viagem de Luís Montenegro de Lisboa ao extremo nordeste do país, onde as últimas autárquicas deram uma maioria folgadíssima ao seu partido. Contudo, agora há uma cara nova no boletim de voto.
A nível do distrito não existem presidentes em limite de mandatos.
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Castelo Branco
Na capital de distrito espera-se uma luta viva no domingo. Este é também um dos seis concelhos do distrito onde os presidentes saem por limite de mandatos, sendo que apenas num, Fundão, a Câmara é PSD. Belmonte, Covilhã, Idanha-a-Nova, Penamacor e Vila Velha de Ródão completam o sexteto socialista em limite de mandatos.
No caso concreto de Castelo Branco, a autarquia socialista terá uma disputa entre o incumbente, Leopoldo Rodrigues, e um ex-socialista que juntou outros ex do partido para formar um movimento independente, ao qual o PSD e o CDS se juntaram como apoiantes. Aos 28 anos consecutivos de PS pode seguir-se um mandato de direita com um fugaz ex-presidente socialista ao leme – José Augusto Alves era vice-presidente em 2020 quando Luís Correia perdeu o mandato, liderou a Câmara até às autárquicas de 2021 e depois viu o partido chamar para cabeça de lista Leopoldo Rodrigues.
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Coimbra
Uma das capitais de distrito perdidas para o PSD há quatro anos foi Coimbra, onde a coligação alargada com sete partidos e encabeçada por José Manuel Silva vai tentar a reeleição. Nas últimas três décadas, os 16 anos de poder socialista em Coimbra fez-se com Manuel Machado, derrotado em 2021. Agora, o PS escolhe uma ex-ministra de António Costa e ex-professora na Universidade de Coimbra, onde também fez a formação académica.
Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial de 2019 a 2024 e, antes disso, presidente da CCDR do Centro entre 2014 e 2019, terá de anular uma distância que em 2021 se cifrou em cerca de 7.500 votos num universo de 67 mil votantes.
Em limite de mandatos no distrito estão os autarcas socialistas de Condeixa-a-Nova, Lousã, Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Soure e Vila Nova de Poiares.
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Évora
Uma das duas capitais de distrito presididas pela CDU, Évora tem o presidente em limite de mandatos. A CDU chamou João Ferreira de Bruxelas, para onde foi eleito há ano e meio, mas o comunista tem pela frente um notável eborense, o socialista Carlos Zorrinho, ex-secretário de Estado e ex-deputado. Com o PSD e o Chega também à espreita, este é um dos municípios que pode ser ganho com pouco mais de 20% dos votos.
Além de Évora, a CDU tem também em limite de mandatos o presidente de Arraiolos, situação que se repete no distrito com o socialista de Portel e com o independente António Anselmo, que ficou conhecido a nível nacional aquando do trágico acidente numa estrada sobranceira a pedreiras em Borba.
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Faro

O impedimento de cinco presidentes de concelhos algarvios de se recandidatarem e a coincidência de em três deles ter havido um crescimento assinalável do Chega nas legislativas cria um motivo extra de interesse no distrito mais a sul. Em Faro, o social-democrata Rogério Bacalhau sai de cena e para o seu lugar perfilam-se três candidatos fortes. O companheiro de partido Cristóvão Norte, o vice-presidente do Chega Pedro Pinto e o socialista António Miguel Pina, que atingiu limite de mandatos no concelho vizinho de Olhão.
Por seu turno, para o lugar de Pina em Olhão espera-se uma disputa acesa entre o PS do até aqui vice-presidente Ricardo Calé e o Chega, vencedor destacado nas legislativas. A esperança em Olhão foi sinalizada pela viagem de André Ventura até este concelho nesta segunda semana de campanha. Ali, recandidata Ricardo Moreira, olhanense empresário na área da náutica turística.
Outro dos concelhos em fim de mandato é Silves, onde sai de cena a comunista Rosa Palma. Para a cadeira de presidente, já ocupada noutros mandatos também pelo PS e PSD, perfila-se agora também o nome escolhido pelo Chega, José Paulo Sousa, advogado que em tempos esteve pelo PSD como presidente da Freguesia de São Bartolomeu de Messines. Recorde-se que este foi um dos vários municípios algarvios ganhos pelo Chega a 18 de maio.
Também nas socialistas Loulé e São Brás de Alportel haverá mudança obrigatória de presidente.
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Guarda
Na sede de concelho, Sérgio Costa avançou como independente em 2021 contra o seu PSD. Desagradado com a preferência dos social-democratas por outro candidato, não se prendeu por fidelidades partidárias. Acabaria eleito com menos de 1.000 votos de diferença e os mesmos três vereadores do seu antigo partido. O PS somou um. Este ano, o PSD, que terá tentado recuperar Sérgio Costa para as suas fileiras, apresenta João Prata, histórico presidente de Junta no concelho e ex-deputado em São Bento.
Em limite de mandatos estão os socialistas de Fornos de Algodres e Trancoso e o social-democrata de Gouveia.

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Leiria
Autarquia socialista desde 2009, a capital de distrito tem o presidente a recandidatar-se ao terceiro mandato. Cara bem conhecida de Leiria, onde já tinha sido vereador e vice-presidente, enfrenta a social-democrata Sofia Carreira, ex-presidente de Junta e deputada no Parlamento. Os social-democratas partem com uma divisão, depois de Branca Matos, sua vereadora eleita em 2021, se desvincular do partido e surgir como candidata do CDS. Disputa a ter em conta na contabilização que se fará das vitórias das capitais de distrito.
Neste distrito, apenas em Figueiró dos Vinhos há uma mudança obrigatória à luz da Lei de limitação de mandatos.
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Lisboa

Este ano, o PS tem a expectativa de recuperar pelo menos dois dos três grandes municípios perdidos para o PSD em 2021, com Lisboa à cabeça. Tal como no Porto, que o PS não governa desde a vitória de Rui Rio em 2001, os candidatos socialistas estão empatados nas sondagens com os social-democratas, ponto especialmente relevante em Lisboa, onde Carlos Moedas não capitaliza de forma incontestada a vantagem teórica dos incumbentes. Um dos elementos a ter em conta na capital é a deslocação do voto à esquerda para o único partido deste espetro não aderente à coligação liderada por Alexandra Leitão.
De facto, se os comunistas, com Álvaro Cunhal e Carlos Carvalhas na Soeiro Pereira Gomes já contribuíram para eleger presidentes socialistas na Câmara entre 1989 e 2001, a CDU de Paulo Raimundo e João Ferreira preferiram correr numa pista à parte da coligação PS/BE/Livre/PAN.
Num cenário de vitória de Carlos Moedas por uma margem inferior à votação do PS, não se espere poupança nas críticas a Ferreira da parte dos socialistas e, possivelmente numa dimensão maior, de Mariana Mortágua.
A bloquista poderá agora devolver a crítica dos comunistas após a perda para a direita, em 2001, de Lisboa, concelho desde 1989 governado por socialistas e comunistas: “o papel do Bloco de Esquerda que, concorrendo separadamente (depois da recusa em integrar a coligação de esquerda) e embora tenha tido um fraco resultado, menos de 12 000 votos, acabou por ser decisivo na eleição de Santana Lopes”, lia-se no boletim “O Militante”, em 2005.
Na mesma publicação, o PCP dava nota do encontro entre Jerónimo de Sousa e José Sócrates para estabelecimento de uma coligação nas autárquicas desse ano, o que, acusavam os comunistas, não foi avante por intransigência dos socialistas. Exatamente 20 anos depois, o PCP devolveu o tratamento ao PS e, mais uma vez, quem poderá beneficiar é a candidatura social-democrata.

Mas o distrito de Lisboa não é só a capital. Há muito por onde dispersar a atenção no domingo.
Sintra será, a par de Lisboa, foco de alta tensão política. Com Basílio Horta de saída após 12 anos eleito com o símbolo do PS, a ex-ministra socialista Ana Mendes Godinho enfrenta Marco Almeida, social-democrata que já concorreu como independente, e Rita Matias. A vitória do Chega no segundo concelho mais populoso do país a 18 de maio suscita legítimas aspirações para o partido no concelho de onde é natural André Ventura.
Já no concelho de naturalidade da persona política de Ventura, Loures, o candidato Bruno Nunes já foi avisado publicamente pelo líder do partido de que o único resultado admissível é a vitória, apesar da força eleitoral do socialista Ricardo Leão.
Ao longo do distrito, outras disputas estarão debaixo de olho, designadamente em Mafra, onde o atual presidente, em funções pelo PSD, foi empurrado pelo partido, em prol do presidente da Assembleia Municipal, José Bizarro. Só que Hugo Luís não se ficou e, num concelho desde sempre “laranja”, segue como independente, depois de 12 anos em executivos social-democratas.
Em limite de mandatos estão, para lá de Sintra, os também socialistas de Alenquer e Lourinhã, o social-democrata de Cascais e o comunista de Sobral de Monte Agraço.
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Portalegre
Entre os 15 municípios do distrito, Elvas está entre os mais entusiasmantes na leitura dos resultados de domingo. O PS, crónico vencedor desde 1993, foi ultrapassado por um independente em 2021, no Movimento Cívico por Elvas (MPCE). O seu líder e presidente eleito é José Rondão de Almeida, anteriormente autarca pelo PS de 1993 a 2013, atualmente com 82 anos de idade e com uma recusa veemente em ceder à idade – usa mesmo o exemplo de Rui Nabeiro, o histórico fundador da Delta, que continuou a trabalhar ali ao lado, em Campo Maior, até para lá dos 90 anos.
Pela frente, tem Nuno Mocinha, cabeça de lista do seu antigo partido, com o ex-futebolista Lito Vidigal candidato à Assembleia Municipal, e um Chega empoderado a 18 de maio com a sua maior vitória nas legislativas (43,5%). A confiança é tal que André Ventura quer tornar Elvas e Monforte bastiões do Chega.
Monforte é precisamente um dos concelhos com presidente de saída por atingir limite de mandatos, tal como acontece com o seu camarada de Avis. Somam-se o social-democrata de Castelo de Vide e os socialistas de Gavião, Nisa e Ponte de Sor.
A merecer atenção está também a capital de distrito, onde a liderança do PSD poderá ser posta em causa pelo Chega.
André Ventura ambiciona criar a partir de domingo dois bastiões do Chega no distrito de Portalegre. MIGUEL A. LOPES/LUSA
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Porto
A terceira e quarta cidades mais populosas de Portugal têm lutas autárquicas de encher o olho. Em Gaia, município com 311 mil habitantes, Luís Filipe Menezes está de regresso pelo PSD, após a saída atribulada do autarca socialista em limite de mandatos, Eduardo Rodrigues, que perdeu o mandato há escassos meses. Pela frente, Menezes tem o socialista João Paulo Correia, que diz ter um olhar para o futuro, enquanto o ex-presidente do PSD é passado.
Além de Rui Moreira, saem por limite de mandatos os socialistas de Lousada, Paços de Ferreira e Valongo e os social-democratas de Amarante, Penafiel e Póvoa de Varzim.
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Santarém
Distrito onde o Chega somou várias vitórias, Santarém tem sete presidentes que já não se podem candidatar, dos quais seis socialistas: Almeirim, Chamusca, Coruche, Salvaterra de Magos, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha. A CDU apresenta novo rosto em Benavente e no Sardoal chega ao fim o ciclo de 12 anos do social-democrata Miguel Borges.
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Setúbal
Antigo bastião comunista, o distrito da margem esquerda do Tejo foi-se pintando lentamente de rosa.
Na capital de distrito, uma das duas do partido (juntamente com Évora), regressa Maria das Dores Meira como independente. Autarca pela CDU durante 12 anos, atingiu limite de mandatos em 2021, quando tentou conquistar Almada a Inês de Medeiros (que ali ganhou em 2017 “à pele” e em 2021, a Dores Meira, de forma folgada), e agora, já desvinculada dos comunistas, surge como independente apoiada pelo PSD. Uma potencial contrariedade para a CDU, que tem como recandidato o antigo vice-presidente de Dores Meira e atual presidente, André Martins. Também a ter em conta, o socialista Fernando José (apoiado pelo autarca comunista que antecedeu Dores Meira em Setúbal) e o candidato do Chega. Apesar de ter sido uma escolha da 24.ª hora, no último dia possível para apresentação das candidaturas (Lina Lopes, escolhida atempadamente pelo partido, desistiu da corrida precisamente a 18 de agosto), António Cachaço traz o lastro de representante do partido que ali venceu nas legislativas.

Outro dos concelhos comunistas do distrito que caiu para o Chega a 18 de maio foi o Seixal, desde sempre liderado por autarcas das coligações encabeçadas pelo PCP. Aqui, partido de Ventura não quis facilitar e, para não repetir o amargo de boca de 2021 (quando o vereador eleito apoiou o orçamento comunista e deixou o partido, ficando como independente), escolhe Marta Silva, uma das deputadas mais próximas do líder. Com ela, Cristina Rodrigues, ex-deputada eleita pelo PAN e atualmente na bancada do Chega em São Bento, vai nas listas para a Assembleia Municipal, órgão a que o partido candidata outro deputado nacional, Daniel Teixeira.
Este é o distrito onde a CDU corre mais riscos no capítulo da substituição de presidentes, devido ao limite de mandatos. À excepção do presidente socialista de Sines, todos os outros quatro casos são de comunistas: Alcácer do Sal, Grândola, Palmela e Santiago do Cacém.

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Viana do Castelo
As candidaturas nos municípios socialistas de Paredes de Coura e Melgaço têm novos rostos, após o limite de mandato dos incumbentes. Na sede de distrito há seis candidatos à cadeira que o recandidato socialista Luís Nobre ocupa desde 2021. Entre os adversários conta-se um ex-compagnon de route de Rui Rio no Porto, Paulo de Morais, que se desfiliou do PSD em 2013, mas está de volta como cabeça de lista numa coligação que inclui o CDS.
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Vila Real
Presidente apenas desde o início de abril, quando substituiu o autarca socialista Rui Santos, que atingiria agora limite de mandatos (foi eleito para o Parlamento), Alexandre Favaios enfrenta seis candidatos na sede de distrito. Entre eles, a social-democrata Alina Vaz, presidente da concelhia do partido, diretora do IEFP e que surge coligada com a Iniciativa Liberal.
Outro socialista em final de mandato é o presidente de Santa Marta de Penaguião.
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Viseu

A capital do distrito que já foi o “Cavaquistão”, nos tempos áureos das maiorias de Cavaco Silva, validou o regresso de Fernando Ruas em 2021 e o autarca que já governara de 1989 a 2013 quer seguir para o segundo mandato desta década. Contudo, pela frente tem, além de Hélder Amaral, do CDS, que lhe pode tomar algum eleitorado, um candidato forte socialista. João Azevedo foi presidente no concelho vizinho de Mangualde, e os viseenses conhecem-no bem.
Em limites de mandato estão os autarcas do PSD e CDS em Armamar, Tabuaço e Tarouca, e os socialistas de Cinfães, Penalva do Castelo, Resende, Santa Comba Dão e São Pedro do Sul.
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Madeira
Município que já deu maioria absoluta ao socialista Paulo Cafôfo, o Funchal é, como a generalidade da Madeira, um concelho de base social-democrata. Contudo, este ano há novo candidato do PSD, depois da indisponibilidade manifestada por Cristina Pedra, que assumira a Câmara no início de 2024 após a saída de Pedro Calado (eleito em 2021 e alvo num processo de suspeita de corrupção que levou à grande ação das autoridades do continente na Madeira). O embate mais duro de Jorge Carvalho (PSD/CDS) será, previsivelmente, com o socialista Rui Caetano, embora não sejam de descurar os desempenhos de Luís Santos, pelo Chega (segundo partido mais votado no concelho nas legislativas), e de Fátima Aveiro, proposta pelo Juntos Pelo Povo.
O partido dos irmãos Sousa desperta motivo de interesse especial em Santa Cruz, o seu berço e onde conquista autárquicas desde 2013. Filipe Sousa, autarca eleito desde então, viajou este ano da Câmara para São Bento, como deputado nacional pelo JPP. Élia Ascensão, presidente da Câmara desde a renúncia do co-fundador do partido, é a candidata.
De saída por limite de mandatos estão os socialistas de Machico e Porto Moniz e sociais-democratas de Calheta, Ribeira Brava e São Vicente, praticamente metade dos 11 concelhos que compõem esta Região Autónoma.

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Açores
A capital, Ponta Delgada, conta com a recandidatura do autarca eleito em 2021, Pedro Nascimento Cabral. O social-democrata enfrenta seis adversários de partidos e movimentos diversos, incluindo Isabel Rodrigues, socialista à frente da coligação “Unidos por Ponta Delgada”, em que junta os mesmos partidos da candidatura a Lisboa: PS, BE, Livre e PAN.
O limite de mandatos atinge PS (Angra do Heroísmo, Corvo e Santa Cruz das Flores), PSD (Ribeira Grande), CDS (Velas) e o movimento independente da Calheta.
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Que câmaras podem mudar de mãos e que grandes embates esperar no domingo
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