Comunicação, poder e influência: uma nova dinâmica na era do 5º Estado

  • Lúcia Cavaleiro
  • 3 Junho 2024

Um novo poder sociocultural emergiu: o 5º Estado, composto por comentadores independentes, meios de comunicação alternativos, defensores das bases e movimentos culturais.

Num mundo sempre ligado, a agenda pública já não é definida apenas por centros de poder e meios tradicionais. As plataformas digitais trouxeram novas fontes de influência que moldam a nossa visão sobre a vida, a política, a economia e as questões sociais. Hoje, um novo poder sociocultural emergiu: o 5º Estado, composto por comentadores independentes, meios de comunicação alternativos, defensores das bases e movimentos culturais.

O modelo de tomada de decisão do topo para baixo está obsoleto, com indivíduos e comunidades a tornarem-se agentes de mudança. Marcas e organizações enfrentam desafios para comunicar num ambiente dinâmico e volátil. A comunicação é uma aliada crucial, promovendo entendimento e autenticidade.

Um exemplo de como a comunicação ajuda a combater estereótipos e a moldar consciências em torno de temas que são muito relevantes do ponto de vista humano e social é a forma como, no período pós pandémico, os temas da saúde mental ou da solidão saltaram para a ribalta através de campanhas de sensibilização das marcas, até então temas tabu, e que contribuíram para desmistificar ideias feitas.

Quanto mais genuína for a estratégia e a sua comunicação, mais robusta e forte será a reputação de uma marca. Garantir a coerência entre as mensagens e as práticas reais da empresa, ou seja, walk the talk e medir de forma precisa o impacto das iniciativas, partilhar as evidências claras e transparentes que suportam estas iniciativas, são fortes aliados de uma comunicação objetiva, factual e útil num ecossistema polarizado.

Um trabalho impulsionado pela colaboração e pela consciência coletiva é crucial em comunicação para ultrapassar desafios, para o desenvolvimento de líderes e para uma comunicação eficaz das organizações. Num momento de intensos desafios e fluxos globais, entender o potencial positivo do poder transformador da comunicação é fundamental para qualquer organização que procura impulsionar a inovação e a mudança positiva.

As novas formas de comunicação têm potencial para fazerem parte de uma força confiável e construtiva. Defendendo o pensamento crítico, a colaboração e o combate à desinformação, os profissionais de comunicação promovem o papel ativo da sociedade em trilhar um caminho mais informado e esclarecido. No fundo, do que falamos, é da ascensão – e consagração – deste enorme espaço de liberdade – o 5º Estado, que coexiste com os três poderes clássicos (poder legislativo, poder executivo, poder judicial) e do quarto poder, representado pelos media tradicionais. Uma era com tantas possibilidades quantos desafios, pelo que, acredito, voltarei mais vezes a este tema.

  • Lúcia Cavaleiro
  • communications & digital manager Tabaqueira e diretora APCE – Associação Portuguesa de Comunicação de Empresa

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