Comunicar no meio da tempestade: porque precisam as marcas de parceiros ágeis?

  • João Nasi Pereira
  • 24 Julho 2025

Quando tudo é volátil, comunicar bem é resistir ao ruído. Quando tudo é incerto, comunicar bem é afirmar posicionamento. Quando tudo é complexo, comunicar bem é clarificar.

Num mundo instável e acelerado, o sucesso da comunicação está na capacidade de adaptação permanente. O que ontem era válido, hoje pode já não servir.

A economia global, os mercados e as sociedades de diferentes geografias e realidades vivem atualmente sob o signo do VUCA — um acrónimo cada vez mais presente nas salas de reunião: volatility, uncertainty, complexity, ambiguity.

Vivemos um momento em que a geopolítica está sob tensão, a tecnologia reconfigura o poder económico, a sustentabilidade impõe novos critérios e o ritmo da mudança acelera a cada trimestre. Neste cenário, as empresas que pretendem comunicar com eficácia não podem recorrer aos modelos do passado. Precisam de parceiros de comunicação que pensem e atuem com agilidade.

Neste novo normal, a incerteza não é exceção — é a regra. Para responder a este contexto, a comunicação das marcas deve transformar-se: privilegiar a rapidez na resposta, adotar estratégias flexíveis e iterativas, reduzir a rigidez dos modelos tradicionais e promover uma colaboração próxima e constante entre todos. Só assim será possível acompanhar o ritmo dos acontecimentos e manter a relevância.

Do plano fechado à comunicação em fluxo contínuo

Durante décadas, a comunicação das organizações viveu sob modelos rígidos: campanhas pensadas ao detalhe, com calendários fixos, alinhadas com timings comerciais, orçamentos fechados e mensagens afinadas ao milímetro. E estava tudo correto até que… esse modelo se esgotou…. As marcas mais eficazes são aquelas que mantêm uma narrativa viva — com fluxo contínuo — e que se adaptam ao que acontece dentro e fora da organização, sem perder coerência nem relevância.

Isto implica outro tipo de relação com os parceiros de comunicação: não apenas fornecedores táticos, mas aliados estratégicos, que conhecem o negócio, antecipam cenários, detetam riscos reputacionais e que sabem e conseguem intervir em tempo útil. São estes parceiros que permitem às organizações manter um diálogo permanente com os seus públicos — sejam clientes, investidores, colaboradores, opinion makers ou decisores políticos.

Agilidade é uma vantagem competitiva

Um parceiro de comunicação ágil não é só aquele que responde depressa. É aquele que está informado, preparado e capacitado para tomar decisões com impacto. Que cruza informação, lê contexto e propõe soluções antes mesmo de serem pedidas. Que acompanha as transformações culturais, sociais e tecnológicas com sentido crítico e visão estratégica.

Num mundo em que, concorde-se ou não, a opinião pública se forma nas redes em tempo real, em que as marcas são julgadas não apenas pelo que fazem, mas pelo que dizem (e pelo que não dizem), a capacidade de agir rapidamente deixou de ser um “plus”. Passou a ser uma exigência estrutural.

Mais parceria, menos briefing

Este novo contexto exige um novo modelo de relação entre empresas e agências: menos briefings formais, mais co-criação; menos entrega pontual, mais acompanhamento diário; menos hierarquia, mais confiança. O parceiro de comunicação deve ter acesso à informação estratégica, estar presente nos momentos críticos de decisão e poder contribuir ativamente para o posicionamento da marca.

Na prática, isto implica reuniões conjuntas com equipas de marketing, RH, ESG ou desenvolvimento de negócio. Implica dashboards partilhados, canais abertos e autonomia para agir. Só assim se consegue construir uma comunicação alinhada com os objetivos e ajustada aos desafios reais da organização.

Comunicar é resistir. E crescer.

A comunicação nunca foi tão importante como agora. Quando tudo é volátil, comunicar bem é resistir ao ruído. Quando tudo é incerto, comunicar bem é afirmar posicionamento. Quando tudo é complexo, comunicar bem é clarificar. E quando tudo é ambíguo, comunicar bem é criar sentido.

As empresas que compreenderem este novo paradigma e que escolherem parceiros verdadeiramente ágeis estarão mais bem preparadas para enfrentar crises e incertezas, aproveitar oportunidades e, sobretudo, crescer com solidez.

Num mundo onde o ruído é constante, a clareza tornou-se um ativo precioso.

  • João Nasi Pereira
  • Diretor executivo da Hora das Palavras

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