Diz-me mais, fala men…

  • António Fuzeta da Ponte
  • 10:56

Teremos, como marcas, de usar muito menos tempo, mas nunca desistir de entreter nem de inspirar. Fácil, não é? Venha 2025!

Sim, faltam letras. Mas todos percebemos o que lá está. E é, em resumo, o “mantra” que eu recomendo a todas as marcas em 2025. Digam mais, falem menos.

E faço-o por um conjunto de razões que todas somadas se resumem numa constatação muito simples: o mundo mudou. E parece que algumas marcas ainda não perceberam ou não se adaptaram. Mas ele mudou, mesmo.

Vivemos agora, mais que nunca, na era da urgência e do imediatismo. Hoje, por exemplo, um email já é entendido como uma ferramenta bem mais lenta que um whatsapp. Não há tempo, juntem-se todos num grupo e todos participam “live” na coisa. Já está.

Mas como há muitos grupos de Whatsapp, muitas newsletters, muitos pop-ups, tudo luta pela nossa atenção, que entra em défice. Vivemos em anos de défice crónico de atenção. Até porque há conteúdo, imenso conteúdo, cada vez mais conteúdo. Se calhar não é coincidência, mas se o mundo era redondo, agora é redondo e move-se em scroll. Tudo é um enorme scroll. E consumido de modo não linear, não há sequência ordenada nem programada no consumo de media. A TV é pulverizada por segundos e terceiros ecrãs, os outdoors são digitais, os podcasts explodiram e tudo nos assalta de forma não linear.

Ah, e claro, aquilo que foi sempre verdade, mas agora ainda o é mais: não confiamos assim tanto em publicidade. Preferimos recomendações. De sites de restauração, de turismo, de moda, ou de influencers disto e daquilo. O melhor é se fossem dos nossos amigos, em quem mais confiamos, mas esses às vezes não podem, porque podem estar a scrollar. Por isso, ai de nós se vamos a algum restaurante sem antes vermos as recomendações.

A somar a isto tudo, sabemos que os consumidores querem viver felizes. E esperam que as marcas lhes provoquem sensações boas, emoções positivas. Um estudo do C-Lab, de Tendências de 2024, diz-nos que há quatro tipos de emoções que lideram como nos queremos sentir: Alegria, Esperança, Diversão e Inspiração. Ou seja, eu, o Sr. Consumidor, espero de ti, Sra. Marca, que me alegres e entretenhas, mas inspira-me e sê relevante, por favor. E ainda acrescentaria: conhece-me, personaliza, porque eu não sou um qualquer.

Por isso, numa fórmula básica, será algo assim como: atenção consumidor = menos tempo x emoções positivas x segmentação. Teremos, como marcas, de usar muito menos tempo, mas nunca desistir de entreter nem de inspirar. Fácil, não é? Venha 2025!

  • António Fuzeta da Ponte
  • Diretor de marca e comunicação da Nos

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