Marketing em 2025: antecipar o futuro, redefinir o presente
Os clientes não querem ser tratados como resultados de algoritmos, procuram marcas que ofereçam experiências autênticas e relações genuínas.
O marketing, como disciplina em constante evolução, exige das marcas uma capacidade ímpar de se adaptarem a novas realidades e tendências. À medida que entramos em 2025, torna-se evidente que o futuro não será apenas uma extensão do que conhecemos hoje, mas um reflexo de uma transformação acelerada, impulsionada pela tecnologia, pela exigência de valores éticos e pela procura incessante por experiências mais personalizadas.
Antecipar estas mudanças não é apenas uma vantagem competitiva — é uma questão de sobrevivência num mercado global cada vez mais dinâmico e exigente.
Uma das tendências que continuará a moldar o marketing é, sem dúvida, a inteligência artificial, que está cada vez mais integrada nas ferramentas de marketing com o objetivo de oferecer experiências personalizadas e em tempo real.
Já não se trata apenas de automação ou de chatbots, mas de algoritmos sofisticados que permitem analisar volumes gigantescos de dados para prever comportamentos e adaptar campanhas. Segundo um estudo recente da Deloitte, 61% dos profissionais de marketing já utilizam inteligência artificial para personalizar interações com os clientes, no entanto, esta evolução traz consigo novos desafios, como a necessidade de proteger a privacidade dos clientes e garantir a transparência no uso de dados, para além de que, apesar da tecnologia ser uma ferramenta poderosa, só será eficaz se estiver alinhada com os valores da marca e as expectativas do público.
Esta combinação do marketing com a tecnologia e o data-driven, traz, por um lado, mais rapidez e suporte à tomada de decisões e, por outro, permite análises avançadas que facilitam a antecipação e preparação para responder eficazmente a acontecimentos futuros.
Outro campo que promete revolucionar o marketing é o da realidade aumentada através de conteúdo imersivo e interativo. Com a crescente popularidade de dispositivos que integram esta tecnologia, como os óculos inteligentes, as marcas terão a oportunidade de criar experiências imersivas que envolvam os consumidores de formas antes inimagináveis. De acordo com um estudo da Statista, o mercado global de realidade aumentada deverá atingir os 198 mil milhões de dólares até 2025, destacando o seu potencial como uma ferramenta estratégica para o marketing.
Imagine um cliente a “experimentar” virtualmente um produto no conforto da sua casa, participar em eventos virtuais ou interagir com campanhas dentro do metaverso antes de tomar uma decisão de compra — este tipo de interação não só enriquece a experiência do cliente como reforça a confiança na marca e tem um enorme potencial para o desenvolvimento de estratégias inovadoras.
Mas a tecnologia, por si só, não será suficiente para responder às expectativas dos consumidores, uma vez que o marketing ético, com propósito e sustentável continuará a ganhar força, à medida que os consumidores se tornam mais conscientes do impacto social e ambiental das suas escolhas. Prova disso, é o inquérito global da Nielsen que mostrou que 73% dos millennials estão dispostos a pagar mais por produtos de empresas que demonstram um compromisso com práticas sustentáveis. Este número não pode, nem deve ser ignorado pelas marcas que pretendem atrair e fidelizar os seus clientes.
No entanto, não basta comunicar uma causa. Os consumidores exigem autenticidade, e práticas de greenwashing ou purpose-washing serão rapidamente identificadas e penalizadas. A sustentabilidade já não pode ser encarada como um diferencial, mas sim como uma expectativa básica dos clientes, e este alinhamento entre propósito genuíno e valores da empresa, é crucial para construir confiança e lealdade.
Por outro lado, num mundo onde a personalização já é o mínimo esperado, a hiperpersonalização será o próximo grande passo. Esta abordagem baseia-se na combinação de dados comportamentais, preferências declaradas e interações em tempo real para criar experiências verdadeiramente únicas. Segundo um estudo da McKinsey, a hiperpersonalização gera um aumento médio de 10% a 15% de receita para as empresas e 71% dos consumidores esperam ter interações personalizadas com estas. Neste sentido, os clientes esperam ser tratados como indivíduos, e as marcas que conseguirem oferecer soluções adaptadas às suas necessidades terão vantagens significativas.
Contudo, este nível de personalização levanta questões éticas, como a linha ténue entre a conveniência e a invasão de privacidade, tornando o equilíbrio essencial.
Num mundo, cada vez mais visual e dinâmico, o conteúdo em vídeo continuará a ser uma força poderosa do marketing, onde as marcas podem utilizar o vídeo para fornecer informações de forma rápida e criativa, potenciando uma maior conexão com os seus clientes. As marcas que souberem usar o poder do storytelling para inspirar, emocionar, partilhar conhecimento e ajudar os seus clientes a resolver os seus desafios irão destacar-se no mercado. Assim, as empresas que invistam em vídeos curtos, interativos, imersivos e emocionalmente envolventes estarão melhor posicionadas para conquistar e fidelizar os seus públicos.
Por fim, o metaverso está a emergir como uma das mais fascinantes novas fronteiras do marketing. Embora ainda numa fase inicial, o metaverso representa um espaço virtual onde as marcas podem interagir com os consumidores de forma direta e inovadora. Para muitas marcas, esta será uma oportunidade de construir comunidades e gerar novas fontes de receita, mas o sucesso dependerá da capacidade de integrar estas iniciativas no seu propósito e identidade.
Embora a tecnologia esteja no centro das transformações da era digital, acredito que o futuro do marketing terá como base a humanização. Os clientes não querem ser tratados como resultados de algoritmos, procuram marcas que ofereçam experiências autênticas e relações genuínas. As empresas que conseguirem equilibrar inovação tecnológica com pensamento estratégico, empatia e propósito claro terão uma vantagem competitiva significativa.
À medida que olhamos para 2025, uma coisa se destaca: o marketing será tanto uma ciência como uma arte, exigindo uma combinação única de criatividade, pensamento estratégico e analítico, tecnologia e responsabilidade ética. As marcas capazes de antecipar estas tendências e integrá-las de forma inteligente às suas estratégias estarão melhor posicionadas para prosperar num futuro onde a única constante será a mudança.
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