Método Marie Kondo aplicado à comunicação

  • Renato Póvoas
  • 29 Janeiro 2025

A eficácia deve ser o grande driver na comunicação. Há, por isso, que despojar-nos comunicacionalmente de tudo o que é acessório, não tem relevância ou não acrescenta valor.

Este poderia ser mais um artigo sobre tendências de comunicação. Podia, mas não é. Considero mais relevante aproveitar este nobre espaço para partilhar algo que venho constatando nos últimos tempos e que procuro contrariar nos projetos profissionais que acompanho de perto.

No mundo das organizações assiste-se hoje, e ainda bem, a uma maior consciência da relevância e do impacto da comunicação. A evolução nos últimos anos tem sido gritante, com profissionais em maior número e mais bem preparados, alavancados pela tecnologia e dinâmica comunicacional dos tempos atuais. Até aqui, tudo bem.

O problema está quando, nas organizações, existe uma prática desenfreada de desenvolver múltiplos projetos e ações de comunicação, querendo abarcar múltiplos propósitos, objetivos e públicos. O erro existe quando se privilegia a quantidade em vez da qualidade, pois os recursos financeiros, e já agora humanos, são, cada vez mais, finitos, independentemente da energia e boa vontade dos profissionais. Resultado: a esmagadora maioria dos projetos tem um impacto trivial, sendo poucos os que efetivamente conseguem alcançar a excelência e fazer a diferença na vida das pessoas.

Num mundo ‘infoxicado’, saturado de marcas, mensagens e informação, a tendência de fazer “mais” na comunicação, muitas vezes, pode ser contraproducente. A estratégia deverá passar por fazer “menos” com mais recursos e pensamento, no sentido de explorar novas oportunidades e criar caminhos originais e relevantes, cujo destino sejam resultados memoráveis.

Considero, por isso, que cada vez mais o sucesso na comunicação passará por uma abordagem minimalista ao estilo de Marie Kondo, reconhecida pelo seu método inovador de organização pessoal. Esta especialista, que é já uma celebridade internacional devido aos seus livros e séries de TV, defende que devemos descartar todas as peças de roupa e objetos que não nos despertem alegria, ficando apenas o que é essencial.

A eficácia deve ser o grande driver na comunicação. Há, por isso, que despojar-nos comunicacionalmente de tudo o que é acessório, não tem relevância ou não acrescenta valor. Poderá ser um exercício árduo, dada a ligação sentimental a determinado projeto ou ideia, mas no final do dia a comunicação da sua organização estará mais arrumada e será certamente mais alegre e inspiradora, tal como as casas dos clientes da Marie Kondo.

  • Renato Póvoas
  • Founder e managing partner da Guess What

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