
Quando Lisboa tremer, onde queres estar?
Lisboa já ardeu e Lisboa já tremeu. E sempre que isso acontece, voltamos ao mesmo ponto: será que estamos a construir as nossas cidades da forma mais segura e inteligente possível?
Lisboa já ardeu e Lisboa já tremeu. E sempre que isso acontece, voltamos ao mesmo ponto: será que estamos a construir as nossas cidades da forma mais segura e inteligente possível?
Durante os incêndios, a madeira é sempre apontada como o vilão. Agora, com os sismos na ordem do dia, vale a pena olhar para os factos e perceber que a madeira pode ser, afinal, a nossa melhor aliada.
Quando um sismo acontece, o que mais importa numa estrutura é a sua capacidade de dissipar energia e resistir às vibrações sem colapsar. Edifícios pesados e rígidos, como os de betão, absorvem essa força de forma brusca, aumentando o risco de rutura. Já a madeira, por ser leve e flexível, distribui a energia sísmica, permitindo que o edifício se mova sem comprometer a segurança.
Não é teoria. No Japão, nos Estados Unidos e em muitos países sísmicos, a engenharia de madeira é uma realidade consolidada. E em Lisboa, já temos um exemplo que merece atenção: a Red Bridge School. Esta escola, no centro da cidade, foi construída integralmente em madeira e, ironicamente, pode ser um dos locais mais seguros para estar durante um sismo. Talvez, no dia em que a terra tremer, os pais não corram para buscar os filhos – talvez percebam que o melhor lugar para eles pode ser exatamente aquela escola.
Mas sejamos claros: não se trata de uma luta de materiais, nem de fundamentalismos. Há espaço para o betão, para o aço, para a madeira e para todas as soluções que possam contribuir para cidades mais seguras e resilientes. O que não há é espaço para preconceitos ou resistência à inovação. Porque melhorar os edifícios do passado é uma obrigação. E repensar os do futuro é a única forma de evitar que a história se repita.
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