Portuguesa Rovensa compra mexicana e cria líder na agricultura sustentável

A Rovensa anunciou esta quinta-feira a aquisição da mexicana Cosmocel, reclamando a liderança mundial nos bionutrientes e soluções biológicas para a agricultura sustentável. A operação, cujo valor não foi divulgado, permite aumentar em 80% as receitas do grupo, para 650 milhões de euros.

Com sede em Monterrey, no México, a Cosmocel fabrica bioestimulantes especializados e produtos de alta tecnologia para a agricultura e trabalha com mais de 50 países na América do Norte, América Latina, Europa, Médio Oriente e África do Sul. Emprega mais de 700 trabalhadores e tem três centros fabris.

Segundo a Rovensa, a aquisição abre “as portas a novas geografias”, facilitando o acesso a mercados estratégicos do continente americano. Traz também capacidade acrescida de produção no México, “além de competências adicionais em matéria de I&D e importantes sinergias entre produtos. Esta integração estratégica posiciona a Rovensa como líder mundial em BioSoluções para a agricultura sustentável“, reclama a empresa em comunicado

A conclusão do processo de integração está sujeita à aprovação das autoridades da concorrência. Uma vez concluído, o novo grupo terá receitas anuais de 650 milhões de euros, mais 80% do que os 360 milhões apontados em 2020. “Esta integração estratégica vem reafirmar as nossas ambições de crescimento no mercado internacional de BioSoluções e o nosso forte compromisso para com a agricultura sustentável”, afirma Eric van Innis, CEO da antiga Sapec.

A Rovensa já emprega mais de 2.000 colaboradores, distribuídos por 30 geografias, e vende para mais 80 países, Dispõe também de 30 centros e laboratórios experimentais de I&D distribuídos por todo o mundo. Foi assessorada nesta operação pela JP Morgan, Uría Menéndez, Dunham Trimmer, PwC, Marsh e ERM.

A empresa, com sede em Lisboa, tem origem no negócio agroalimentar da Sapec, fundada em 1926 para a exploração das minas de pirite no Alentejo, evoluindo depois para fabricante de fertilizantes a partir das cinzas do mineral. Cresceu nos produtos agrícolas, internacionalizou-se para 70 países e em 2016 chamou a atenção da Bridgepoint, que a adquiriu. O posicionamento da empresa para o fornecimento de produtos para uma agricultura mais equilibrada e sustentável foi reforçado. Em 2020, o grupo de capital de risco suíço Partners Group adquiriu a participação da britânica Bridgepoint por cerca de mil milhões.

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