Presidente do parlamento da Madeira alerta para danos sociais de “mistura explosiva” na economia
Presidente do parlamento da Madeira avisa que a crise que se perspetiva em 2023, resultante de uma “mistura explosiva”, compromete os rendimentos das famílias e terá graves consequências sociais.
“Esta mistura explosiva entre estagnação económica, inflação alta e subidas das taxas de juro é altamente lesiva dos rendimentos das famílias e poderá ter consequências sociais graves”, alertou, esta segunda-feira, o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, José Manuel Rodrigues, à entrada da cerimónia de atribuição do Prémio + Valor Madeira do parlamento madeirense, no Funchal.
José Manuel Rodrigues argumentou que “as crises geram novos tipos de pobreza”, defendendo que “os órgãos de governo próprio da região e o Estado têm que estar atentos à situação que Portugal e a Região Autónoma da Madeira estão a atravessar”.
O presidente da Assembleia Legislativa da Madeira manifestou também preocupação com a situação da pobreza e considerou “não ser aceitável que numa economia social de mercado”, como é a portuguesa, “os cidadãos trabalhem e depois, ao fim do mês, o que recebem de salário não dá para pagar as suas despesas”.
“Podemos estar a assistir ao empobrecimento da classe média; o que não é nada bom para a nossa paz social”, alertou.
Assinalando o Dia Internacional do Voluntariado, o presidente do parlamento madeirense saudou e agradeceu o trabalho de “centenas de madeirenses que diariamente prescindem de muito do seu tempo para ajudarem o seu semelhante”.
Nesta segunda edição, o Prémio +Valor Madeira foi atribuído a Diana Mónica Lima de Freitas, mestre em Serviço Social, distinguindo o trabalho final de mestrado intitulado “Gestão de Equipas de Rua para Pessoas em Situação de Sem-Abrigo – O Caso da Região Autónoma da Madeira”.
O prémio tem o valor monetário de cinco mil euros e foi criado, em fevereiro de 2021, pela Assembleia da Madeira para “reconhecer o mérito de trabalhos realizados em contexto académico, ao nível de teses de doutoramento e de correspondentes trabalhos de mestrado. Assim como de artigos científicos publicados em revistas especializadas, que se distingam, designadamente, pela qualidade, criatividade e inovação, em áreas que envolvam interesse para a Região Autónoma da Madeira e potencial aplicabilidade no arquipélago”.
José Manuel Rodrigues apontou que o trabalho vencedor “não só faz o diagnóstico das pessoas em contexto de sem-abrigo na Madeira, como lança pistas e terapias para que se possa reduzir e inverter este problema que assola a região, em particular a cidade do Funchal”.
“Este prémio é pelo estudo científico e pelo trabalho que a próprio Diana Freitas desenvolveu durante alguns anos na rua, em favor das pessoas sem-abrigo”, enfatizou o presidente do parlamento insular.
“São pessoas que precisam de um projeto de vida. Não basta dar uma casa ao sem-abrigo. É necessário recuperá-lo das dependências, como o alcoolismo e as drogas, dar-lhe autonomia, reinseri-lo no seu familiar e social, e dar-lhe emprego e meios de subsistência para que essa reinserção não falhe”, defendeu.
Diana Freitas explicou, por sua vez, que, desde 2016, integrou uma das equipas de rua que acompanha os sem-abrigo na Madeira, apelando aos dirigentes políticos “que tenham em conta todas as áreas de intervenção, porque as equipas sem respostas não conseguem dar continuidade ao seu trabalho”.
O júri do concurso deste ano foi constituído por Conceição Estudante, antiga Secretária Regional, por Elsa Fernandes e António de Almeira, professores da Universidade da Madeira.
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