Media

Apenas 15% dos decisores de media esperam aumento das receitas de publicidade

Carla Borges Ferreira,

O marketing de influência e a Web3 são apontados como novas fontes de receitas para os media. 64% dos decisores acreditam que as receitas de publicidade vão cair ou estabilizar nos próximos 18 meses.

Sessenta e quatro por cento dos líderes de empresas de media antecipam a estabilização ou queda do investimento publicitário nos próximos 18 meses e 73% das empresas já criaram novas fontes de receitas. Apenas 15% dos decisores esperam um aumento das receitas de publicidade no próximo ano e meio.

Os dados são do Media & Entertainment Industry Insights Report, estudo elaborado pela Salesforce junto de 350 decisores da indústria dos media e entretenimento da Austrália, Canadá, França, Alemanha, Índia, Reino Unido e Estados Unidos.

Nestes mercados, o relatório da empresa de customer relationship management (CRM) destaca a transformação do modelo de negócio. “A ascensão dos modelos de streaming, redes sociais e assinatura na última década obrigou o setor a reformular fontes de receita para se manter próximo das expectativas dos clientes“, enquadra a Salesforce. No entanto, acrescenta, “à medida que a macroeconomia entra em águas desconhecidas e os consumidores reavaliam o que mais valorizam, a indústria está sob um novo nível de pressão – e as empresas vão precisar de lutar por cada euro”.

Embora 65% dos consumidores assine pelo menos um serviço de vídeo, 39% desses acredita que os serviços comprados não valem o seu custo. Os números descem ainda mas para assinaturas áudio, publicações digitais e jogos”, prossegue o relatório, acrescentando que as as empresas de media e entretenimento registam taxas anuais de rotação de clientes a rondar os 17%. A maior percentagem é avançada por fornecedores de serviços de streaming e operadoras de TV a cabo/satélite, avança.

O aumento da concorrência é apontado pelos profissionais ouvidos como o principal desafio, acima da depreciação de cookies de terceiros, diminuindo os valores dos assinantes e os custos crescentes das pressões inflacionárias.

Entre as novas fontes de receita, o relatório destaca o marketing de influência e a Web3. No primeiro caso, 65% dos profissionais afirmam que as suas empresas já fazem parcerias com influenciadores “para a promoção de produtos e serviços, atrair utilizadores para plataformas e muito mais”.

Trinta e oito por cento dizem que as suas empresas “definiram e implementaram estratégias Web3 de forma total”. “Os casos de uso do Web3 relacionados com programas de fidelização, gestão de ativos do mundo real e monetização de conteúdo são vistos como os mais promissores para o setor”, descreve a Salesforce.

Apesar de 64% dos entrevistados esperarem um aumento líquido nos orçamentos operacionais gerais nos próximos 18 meses, “é menos provável que recursos como orçamentos de marketing e número de funcionários tenham um aumento”.

O aumento da produtividade está então no centro dos investimentos em automação, prossegue a Salesforce, avançando que 99% dos profissionais do setor dizem que suas empresas estão a investir em eficiência operacional. No entanto, acrescenta, “não mais de 37% dos entrevistados dizem que um determinado processo na sua empresa é totalmente automatizado“. A produção de conteúdos está entre as funções “com maior probabilidade de serem totalmente ou principalmente manuais”.

A tecnologia, como a automação e a IA generativa, pode impulsionar a eficiência e melhorar as experiências do cliente. Será fundamental quando se trata de permanecer ágil e num lugar destacado num mercado lotado”, diz citado em comunicado Cristopher Dean, vice-presidente sénior e diretor geral de communications, media & entertainment da tecnológica.

A pesquisa, nestes sete mercados, foi realizada ao vivo entre os dias 14 e 29 de dezembro de 2022.

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