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Twitter retira selo de verificação ao The New York Times

Rafael Ascensão,

Os selos de verificação, que antes eram atribuídos gratuitamente, carecem agora de um pagamento mensal ou anual, tendo em conta a implementação de uma versão paga do Twitter por Elon Musk.

Já não é possível encontrar o selo dourado, que indica que se trata de uma conta comercial oficial do Twitter Blue, ao lado do nome do The New York Times. A rede social removeu a marca de verificação pelo facto de o jornal se recusar a pagar pela mesma, tendo em conta a nova metodologia do Twitter Blue, uma modalidade paga instaurada por Elon Musk.

O Twitter já havia anunciado que, no dia 1 de abril, iria começar a remover os selos de verificação às contas que não pagassem pelo mesmo. O custo desta verificação dourada para as empresas é de mil dólares (cerca de 920 euros) por mês, segundo o The Washington Post.

Esta publicação norte-americana avança ainda que a decisão de remover o selo dourado partiu diretamente de Elon Musk, depois de este ter sabido que o New York Times não iria pagar a subscrição. Um porta-voz já tinha dado a conhecer que o jornal não iria pagar a subscrição nem suportar os custos do Twitter Blue para as contas pessoais dos seus jornalistas, exceto se fosse essencial para alguma reportagem.

O bilionário – que em 2023 voltou a ser o homem mais rico do mundo – escreveu mesmo na sua rede social que a “verdadeira tragédia” do New York Times era que a sua “propaganda” nem era interessante. “Além disso”, acrescentou Musk, “o seu feed é o Twitter equivalente a diarreia. É ilegível. Teriam muito mais seguidores se só publicassem os seus principais artigos. O mesmo se aplica a todas as publicações”.

No entanto, à data deste texto, outras contas associadas ao jornal, como o New York Times World, New York Times Arts, New York Times Travel ou o New York Times Opinion, mantinham o selo dourado. O The New York Times conta com cerca de 55 milhões de subscritores no Twitter.

A estrela de NBA Lebron James, a título de exemplo, também já disse que não ia pagar para manter o selo de verificação de autenticidade. Este selo, anteriormente, era concedido gratuitamente a pessoas e organizações de relevo de modo a que os utilizadores pudessem perceber qual era a conta oficial. Contudo, Musk introduziu uma versão paga do Twitter – o Twitter Blue – pelo que agora a verificação carece de uma subscrição a este novo sistema.

O Twitter Blue, disponível mediante um pagamento mensal ou anual, concede assim o famoso selo azul à conta do utilizador e garante acesso a novos e outros recursos, como a funcionalidade de editar tweets ou a possibilidade de escrever tweets mais longos.

Em Portugal, os preços variam entre 9,84€/mês (web) e 11€/mês (telemóvel) ou 103,32€/ano e 114,99€/ano.

De acordo com a Forbes, Elon Musk já defendeu que as receitas provenientes de subscrições são a única forma de tornar o Twitter financeiramente sustentável.

Desde que se tornou dono do Twitter, Elon Musk tem feito diversas mudanças no Twitter, desde a criação de subscrições pagas, ao banimento de contas polémicas até ao despedimento de diversos colaboradores, como aconteceu no final de fevereiro com a dispensa de 200 funcionários, medida tomada depois de Musk já ter despedido cerca de metade dos 7.500 trabalhadores do Twitter em novembro.

Recentemente, Elon Musk estimou o valor atual do Twitter em 20 mil milhões de dólares, menos de metade de quando o comprou há cinco meses.

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