Região de Aveiro vale 7,2% das exportações portuguesas de mercadorias

Empresas da região de Aveiro são mais exportadoras, têm maior intensidade tecnológica e melhor autonomia financeira do que a média nacional, mostra um estudo do Novobanco.

A região de Aveiro foi responsável por 7,2% do total de exportações de bens de Portugal no ano passado. A intensidade exportadora das empresas desta região é superior à média nacional, de acordo com um estudo realizado pelo Novobanco.

Esta quinta-feira, a partir das 17h, o ECO Local e o Novobanco vão debater os desafios económicos de Aveiro. A realidade económica do concelho e os novos desafios para a região são alguns dos temas que vão estar em destaque nesta conferência em que participam Artur Varum (Civilria), Miguel Casal (Grestel) e Luís Ribeiro (Novobanco).

As vendas de mercadorias no exterior são dominadas por máquinas e aparelhos (25%), plásticos e borrachas (18%), metais comuns (14%) e material de transporte (13%), segundo a análise realizada pela instituição financeira.

Por outro lado, nas importações destaca-se o comércio intra-industrial — máquinas e aparelhos (22%), metais (20%, químicos (16%) e plásticos e borrachas (12%) –, alinhadas com o perfil das vendas realizadas no estrangeiro. Em 2022, a região foi responsável por 4,9% do total das compras de bens realizadas pelo país.

A região de Aveiro pertence às NUTS III, que abrange os concelhos de Águeda, Albergaria-a-Velha, Anadia, Aveiro, Estarreja, Ílhavo, Murtosa, Oliveira do Bairro, Ovar, Sever do Vouga e Vagos.

Em 2021, a economia da região de Aveiro teve um peso de 3,6% no total do PIB português, o equivalente a 7,75 mil milhões de euros. O desempenho recente da região ao nível do crescimento real tem sido melhor do que o do conjunto da economia nacional, estando o PIB per capita alinhado com a média nacional.

O volume de negócios das empresas da região de Aveiro é superior à média nacional. É em Ílhavo, Estarreja e Albergaria que se concentra o maior volume de negócios das maiores empresas da região. A indústria transformadora e o comércio são os setores com maior peso na faturação, com os químicos, as fibras, os produtos metálicos, as borrachas, os plásticos e os veículos a dominarem na vertente industrial.

O peso das despesas com investigação e desenvolvimento (I&D) no PIB expressa igualmente uma tendência crescente — e é mais expressivo do que no conjunto do país. No ano de referência para estes dados (2020) contabilizavam-se 348 unidades de I&D na região de Aveiro (27% do total da região Centro e 7% do total nacional), com um total de 3.169 investigadores.

Tal como acontece no resto do país, a estrutura empresarial da região de Aveiro é dominada essencialmente por micro e pequenas empresas. Mas o peso das empresas que atuam em setores de alta e média-alta tecnologia é ligeiramente superior à média nacional. Embora a proporção de empresas com atividades de tecnologias da informação e da comunicação (TIC) fique ligeiramente abaixo da média do país.

A região de Aveiro é, pelo quarto ano consecutivo, a sub-região com maior número de empresas “Gazela“, que aumentaram de 18 para 24 em 2022. O volume de negócios dessas 24 empresas cresceu cerca de seis vezes entre 2018 e 2021, totalizando 90,2 milhões de euros no último ano comparativo. A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Centro contabilizou 104 empresas jovens que, num curto espaço de tempo, apresentam um crescimento acelerado no emprego e no volume de negócios, estando 24 localizadas nos municípios da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro.

O peso que a indústria e a agricultura têm na região de Aveiro é significativamente superior à média do país. Por outro lado, o peso dos serviços é inferior. Já o poder de compra está alinhado com a média nacional, com a exceção positiva do concelho de Aveiro, em destaque no rendimento líquido declarado.

Em relação aos rácios de rendibilidade e de autonomia financeira, as empresas da região de Aveiro estão acima da média nacional. De acordo com o estudo do Novobanco, as empresas da região evidenciam uma menor vulnerabilidade financeira (maior cobertura dos encargos financeiros e menor rácio de crédito vencido).

Os empréstimos às sociedades não financeiras expressam, por outro lado, uma tendência decrescente, “possivelmente refletindo uma maior incerteza e menores intenções de investimento”. Os financiamentos obtidos na região estão abaixo da média nacional.

O emprego na região tem uma forte expressão na indústria, embora o conjunto dos serviços tenha o maior peso. Em 2021, a indústria transformadora representava 36% do emprego total da região, seguido do comércio e reparação de veículos (18%) e dos serviços administrativos (12%). A taxa de desemprego é inferior à média nacional, com a escassez de mão-de-obra a ser uma restrição, à semelhança das outras regiões portuguesas.

Turismo em crescimento

O setor do turismo na região de Aveiro é fortemente dominado pelo mercado doméstico e espanhol. Os portugueses são responsáveis por 65% das dormidas em estabelecimentos de alojamento turístico, seguido dos espanhóis (15%) e dos franceses (4%).

Aveiro bateu o recorde de turismo no ano passado. O presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Ribau Esteves, confirmou ao ECO/Local Online que “o ano de 2022 foi o melhor de todos em termos de turismo em Aveiro, batendo 2019, que tinha sido o melhor até então”.

O rendimento médio por quarto em estabelecimentos de alojamento turístico é inferior à média nacional, assim como a taxa líquida de ocupação da cama em estabelecimentos de alojamento turístico. No entanto, as dormidas em estabelecimentos de alojamento turístico são superiores à média nacional.

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