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Maria Domingas Carvalhosa reconduzida na APECOM. Regulamentação do lobby é prioridade

Carla Borges Ferreira,

Maria Domingas Carvalhosa foi reeleita presidente da APECOM. A regulamentação do lobby é, mais uma vez, prioridade, explica ao +M.

Maria Domingas Carvalhosa, CEO da Wisdom Consulting, foi reconduzida na presidência da APECOM – Associação Portuguesa das Empresas de Comunicação. A nova direção, eleita esta semana em assembleia-geral para o biénio 2023/25, é composta também por José Aguiar (All Comunicação), José Franco (Corpcom), Ricardo Salvo (CV&A), Francisca Seabra (Hill+Knowlton Strategies), Sofia Gaio (F5C), Bruno Proença (JLM&A), Marlene Gaspar (LLYC) e Inês Mendes da Silva, CEO da Notable, agência nova associada da APECOM.

A Eupportunity, representada por Henrique Burnay, e a The Square, representada por Sara Proença, são mais dois novos associados que passam a integrar os órgãos sociais.

A estes novos associados junta-se a Marco, All Comunicação e Canela, o que faz com que tenham entrado neste último biénio seis novas agências para a APECOM, que representa agora 28 empresas de comunicação.

Continuar a fazer crescer a associação” e “integrar cada vez mais empresas, de forma transversal” são objetivos da direção que, explica Maria Domingas Carvalhosa ao +M, pretende agregar na APECOM “empresas que estejam no raio de ação das relações públicas“. Ou seja, a ideia é que, cada vez mais, “não seja só uma associação de assessoria de imprensa“.

Continuar o “caminho de modernização do setor” é outro dos desafios. “Teremos de continuar a valorizar a atividade das empresas de comunicação em Portugal, dando seguimento ao trabalho iniciado nos últimos dois anos. Ainda existem muitas empresas que não diferenciam o binómio valor/preço no que toca à consultoria de comunicação”, refere a presidente da associação.

O “caminho da transparência” é prioridade. Neste ponto, a presidente da APECOM refere-se tanto à apresentação de “estudos que integrem cada vez mais empresas do setor”, como tem vindo a ser feito nos últimos dois anos, como à regulamentação da representação legitima de interesses, vulgo lobbying, tema pelo qual tanto a associação, como Maria Domingas Carvalhosa, se tem vindo a bater há vários anos.

Não faz sentido que sejamos dos poucos países da Europa em que esta representação não esteja regulamentada. A maioria dos países tem o lobbyng regulamentado e a tendência é de regulamentação. Em dois anos, desde 2021, já foi regulamentado em seis países – Grécia, Luxemburgo, Chipre, Estónia, Letónia e Finlândia”, refere.

Como é que Portugal, um país cuja perceção da corrupção é alta, não procura um registo de transparência?“, interroga a responsável. “Não faz sentido”, diz.

Apesar de a aprovação da lei do lobby se arrastar pelo menos desde 2014, com Pedro Lomba, ex-secretário de Estado adjunto e do Desenvolvimento Regional, a dar a cara na altura pela iniciativa, Maria Domingas Carvalhosa diz acreditar que “o Estado procure para si aliar-se a esse registo de transparência“. Caso não aconteça, “o próprio setor avançará para uma auto-regulamentação“, afirma.

Na última legislatura, o CDS, o PS e o PAN voltaram a entregar propostas para regulamentar o lobby, diploma vetado por Marcelo Rebelo de Sousa em julho de 2019. Aprovados na generalidade, o tema acabou por cair com a dissolução da Assembleia da República e a marcação de eleições antecipadas.

E a regulamentação não avança porquê? “Não avança porque até agora não houve vontade política suficiente”, responde. “A situação está a tornar-se insustentável. Não haverá grande alternativa para os protagonistas políticos, se quiserem manter uma réstia de credibilidade junto da opinião pública, do que avançar para formas de atividade em que a transparência domine”, responde a representante das agências de comunicação.

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