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Mário Ferreira denuncia “interesses de alguns” na Cofina

António Costa,

Mário Ferreira revela ao ECO que Ronaldo fez aproximação à Media Capital para comprar a Cofina Media antes de apoiar MBO e denuncia que interesses de pequenos acionistas estão a ser prejudicados.

O leilão competitivo pelo controlo da Cofina Media está a aumentar de tom, com uma escalada de acusações mútuas. Depois de um artigo de opinião de Octávio Ribeiro, um dos promotores do Management Buy Out (MBO) que tem o apoio de Cristiano Ronaldo e de atuais acionistas do grupo, com críticas duras a Mário Ferreira, o presidente da Media Capital responde ao antigo diretor do jornal, faz novas revelações sobre Ronaldo e sugere que os interesses de pequenos acionistas da Cofina SGPS, dona da Cofina Media, estão a ser prejudicados.

Na sequência do grupo Cofina ter sido colocado à venda, e quando manifestámos pela primeira vez o nosso interesse na aquisição, o Cristiano Ronaldo contactou-nos no sentido de juntar-se a nós num consórcio com vista a essa aquisição. Na altura, visto já termos a operação montada com o acordo de todos os sócios atuais, fomos obrigados, com muita pena nossa, a declinar essa hipótese”, afirmou o empresário, em declarações por escrito ao ECO. No dia em que o ECO revelou a proposta de Media Capital sobre a Cofina Media – 80 milhões de euros, dívida incluída –, Mário Ferreira tinha sugerido a disponibilidade para a “mudança de clube” de Ronaldo.

Nos últimos dias, verificámos que apareceu um aparente concorrente. Mário Ferreira, dono da TVI e de barcos de cruzeiro, ribombou uma proposta de compra, onde se lê o seu desespero, quando apela ao apoio de Cristiano Ronaldo. Que, como é público, será acionista de referência na proposta avançada pelos quadros do Grupo”, escreveu Octávio Ribeiro, este fim de semana no Correio da Manhã. “Tendo o Cristiano Ronaldo surgido como parte importante de uma outra proposta, que foi uma sua segunda escolha, e dado os contactos mantidos já anteriormente, pareceu-nos, até em termos éticos, correto dar-lhe essa hipótese. Além de que poderia ser para ele bem mais aliciante integrar uma proposta mais abrangente e ampla, como esta que culminará com a óbvia interligação da Media Capital com os meios que são propriedade da Cofina”, explica Mário Ferreira.

A Media Capital, recorde-se, apresentou uma oferta revista e aumentada pelo controlo da Cofina Media, superior em cinco milhões de euros à já conhecida proposta de Management Buy Out (MBO) dos quadros da empresa e de Cristiano Ronaldo. A proposta vinculativa abriu um leilão pela aquisição do grupo de media que tem a CMTV e o Correio da manhã, entre outros meios, e admite até novas revisões em caso de propostas concorrentes. A resposta pública dos quadros do grupo surgiu horas depois, quando notaram, numa declaração escrita, que “a questão da compra da Cofina Media era muito mais do que uma questão de dinheiro”, sem esclarecerem se fariam alguma revisão da oferta já apresentada.

Quando qualquer grupo se coloca em posição de venda, é natural surgirem vários interessados. E rotular de “desespero” em quem, perante uma oportunidade – surgida, não procurada, realce-se! – é um disparate e um erro de avaliação, próprio de quem tem certamente pouca experiência de gestão e de negócios, e não de quem quer, como eu, acrescentar valor”, refere o empresário. E acrescenta: “É muito preocupante ver que os interesses dos pequenos acionistas não estão a ser acautelados, pois parece prevalecer o interesse de alguns, como por exemplo o ex-funcionário [Octávio Ribeiro], num bom negócio, sem concorrência, e é preocupante ver alguns administradores envolvidos…”, afirma Mário Ferreira ao ECO. Uma referência explícita ao envolvimento de atuais acionistas e Luís Santana, administrador executivo, na operação de MBO e ao próprio artigo de opinião de Octávio Ribeiro este fim de semana no Correio da Manhã. “Já sabíamos que Mário Ferreira julga que são os patrões dos Media quem decide as notícias a publicar pelos seus jornalistas. Ficamos agora a saber que também vê os quadros mais qualificados de uma empresa como pés de videira em região demarcada”, escreveu o antigo diretor na sua coluna semanal.

Mário Ferreira defende a integridade editorial do grupo Media Capital. “O rigor, sucesso e seriedade que é reconhecido aos projetos editoriais da Media Capital, bem como os seus conteúdos informativos de excelência, falam por si. Direi mesmo que a sua isenção e pluralidade são um grande exemplo entre nós. E basta ver a forma célere e sólida, que, aliás, é reconhecida por todos, como se afirmou a CNN Portugal em pouco mais de um ano cá e no estrangeiro, para se perceber bem quais os princípios e valores do grupo que lidero”.

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