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Compras online ultrapassam os 10 mil milhões de euros em 2022. Perspetiva é de crescimento

Rafael Ascensão,

Há mais portugueses a fazerem compras online. Em 2022 foram mais de cinco milhões (+1,7% em relação a 2021) e o crescimento deste número verifica-se sobretudo entre os escalões etários mais elevados.

As compras online de bens e serviços em 2022 alcançaram os 10,2 mil milhões de euros em Portugal, numa subida de 1,99% em relação a 2021. Esta subida deve-se em grande medida ao aumento de 7,5%das compras online de serviços que compensaram a redução de 2,8% registada nas compras online de produtos.

Os dados são avançados no CTT e-Commerce Report de 2023 – que inquiriu 500 compradores online e 83 retalhistas com venda online – que projeta ainda que no final de 2023 seja registado um crescimento de 2,7% nas compras online de produtos em comparação com 2022, totalizando 5,53 mil milhões de euros. Já quanto às compras de serviços online, prevê-se que estas venham a crescer 6% totalizando 5,16 mil milhões de euros.

Segundo o mesmo estudo, divulgado esta quinta-feira, há mais portugueses a fazerem compras online. Em 2022 foram mais de cinco milhões, num crescimento de 1,7%em relação a 2021, sendo que os dispositivos digitais “são cada vez mais o suporte por excelência para uma compra que se quer cada vez mais, fácil, conveniente e rápida”.

Entre estes compradores, cerca de três em cada quatro têm idades entre 25 e 54 anos, sendo que o crescimento do número de compradores online verifica-se sobretudo entre os escalões etários mais elevados.

Os dados avançados no estudo referem também que, em média, 74% dos compradores online fizeram mais de uma compra online por mês, com o valor de compra médio a situar-se nos 55,61 euros. Já anualmente, cada comprador gastou em compras online de produtos uma média de 1073 euros, ou seja, mais oito euros face ao ano passado.

Por outro lado, o número anual de compras online de produtos físicos desceu para 19,3 (20,6 no ano anterior), ao contrário do número de produtos por compra que cresceu de 4,5 produtos em 2021 para 4,83 produtos.

O motivo mais apontado pelos compradores para a opção pelo canal online em 2023 prende-se com a facilidade de compra (69,5%), tendo o preço mais baixo (61,6%) sido o fator que mais cresceu, ao subir 5,8 pp face a 2022.

A possibilidade de fazer a compra a qualquer hora (60,4%), as promoções (59,4%) e uma maior variedade (46,6%) foram os outros motivos mais apontados.

O vestuário e calçado mantém-se este ano como a categoria mais popular entre os que fazem compras online (70,2%), mas registou uma queda de 2,8 pp face a 2022. As restantes categorias mais populares são as de equipamentos eletrónicos e informáticos (55,4%), higiene e cosmética (44,4%), livros e filmes (37,2%) e eletrodomésticos (33,6%).

Entre as que mais cresceram em termos absolutos encontram-se as de acessórios de moda (+10,6 pp), higiene e cosmética (+7,6 pp) e produtos e acessórios para animais (+5,8 pp).

Já para o abandono do checkout de compras online contribuem sobretudo preços finais mais caros do que o previsto (63,4%), insatisfações com o prazo de entrega (22,8%) e desconfiança quanto aos meios de pagamento disponibilizados (22%).

Os três principais métodos de pagamento são usados por uma percentagem muito idêntica dos compradores online portugueses, que preferem o PayPal (39,4%), seguido pela referência multibanco (39%) e Mbway (38,8%). Entre os três apenas o Mbway não recuou face a 2022, tendo inclusivamente crescido 5 pp.

Os portugueses também estão a pesquisar mais antes de comprar, tendo em conta que o recurso à pesquisa online está cada vez mais presente no momento da decisão de compra – quer esta seja concretizada no meio digital ou na loja física.

O grau de satisfação com as devoluções aumentou tanto para os compradores (de 71,6% para 84,9% em 2023) como para os vendedores (+1,4 pp, para 27,1%).

Enquanto um terço dos compradores diz perspetivar vir a gastar mais em compras online, cerca de metade dos vendedores também esperam um incremento de vendas no próximo ano, embora cerca 20% aponte antes para uma redução nas vendas online em resultado das suas expectativas quanto ao contexto económico do país nos próximos 12 meses.

Cerca de um terço dos compradores online dizem também ter comprado online artigos em segunda mão a particulares, sendo esta opção de compra justificada pelo fator preço, seguido pelo da sustentabilidade.

Segundo o estudo, “quem compra em segunda mão apresenta elevada propensão para voltar a vender (são grandes indutores de circularidade/reutilização)”.

Dentro deste âmbito da sustentabilidade quatro em cada dez compradores online mostra-se disposto a pagar mais por uma entrega sustentável ou para receber a sua encomenda numa embalagem reutilizável. Já 51,4% dos compradores estão mais predispostos a pagar um valor extra para receberem as encomendas no próprio dia, naquela que é uma subida de 10,7 pp face a 2022.

 

 

(Artigo alterado às 21h10, após o envio de dados CTT retificados)

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