Media

Mais de metade das empresas de media fecharam 2022 com resultados positivos

Carla Borges Ferreira,

A publicidade continua a ser a principal fonte de receita das empresas de media e os serviços de streaming "surgem cada vez mais como uma ameaça ao status quo", destaca o relatório da ERC.

Cerca de 61% das empresas de media fecharam 2022 com resultados líquidos positivos e 68% com resultados operacionais ou EBITDA positivos, uma proporção “ligeiramente” inferior ao ano anterior. Ao mesmo tempo, apenas 61% das entidades que controlam órgãos de comunicação social têm os media como atividade principal.

Estas são algumas das conclusões do estudo de análise económica e financeira sobre o setor da comunicação social português relativo ao exercício de 2022, divulgado esta sexta-feira pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC).

O relatório mostra que a publicidade continua a ser a maior fonte de receitas das empresas de media e manteve uma importância muito semelhante à registada em anos anteriores. No entanto, o mercado da publicidade está a mudar, mesmo no online, com a introdução de subscrições pagas por várias redes sociais e novas modalidades de publicidade digital.

O último ano foi “um período de manutenção de tendências, com algumas alterações em termos de posições dominantes no mercado publicitário online. O processo de transição digital prosseguiu o seu curso e novas modalidades de publicidade ameaçam a hegemonia da Google e da Meta“, descreve a ERC.

As medidas regulatórias, em particular na Europa, o aumento da concorrência de antigos e novos players, o desenvolvimento tecnológico e as preferências dos consumidores foram marcadamente influentes no setor de media“, prossegue a entidade reguladora, que, para a produção do documento, utilizou os dados reportados pelos regulados na Plataforma da Transparência dos Media e informação financeira detalhada recolhida pelo regulador junto de um universo representativo das empresas reguladas, explica.

A ERC destaca que os media procuram desenvolver outras linhas de negócio menos relacionadas com o seu core business, como “serviços multimédia, eventos e marketing”. Estas representam um contributo marginal para as receitas de exploração dos grandes grupos económicos, mas constituem importantes alternativas à publicidade em empresas de menor dimensão, conclui a entidade.

Os serviços de streaming, que “surgem cada vez mais como uma ameaça ao status quo, tanto dos operadores de televisão como dos fornecedores de serviço de televisão por subscrição”, são outro dos pontos em destaque, com o número de portugueses que utilizam ou subscrevem plataformas de streaming a aumentar no último ano. O relatório realça ainda que, no último ano, três milhões e meio de portugueses ouviram rádio através da internet, o valor mais elevado desde que o indicador é observado.

A atividade de comunicação social está concentrada em Lisboa e no Porto. Segue-se a Região Autónoma da Madeira, Braga e Leiria.

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