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Portugueses tencionam gastar 359 euros na Black Friday, um aumento de cerca de 10%

Carla Borges Ferreira,

Tecnologia, moda/acessórios e eletrodomésticos são as categorias mais procuradas nesta campanha. A ideia de que é 'marketing enganador' continua a ser o maior entrave. Portugueses vão gastar mais.

Os portugueses tencionam gastar em média 359 euros nesta Black Friday, um aumento de cerca de 10% em relação ao último ano. A quase a totalidade da população entre os 18 a 54 anos já sabe o que é esta campanha (98%), associando espontaneamente esta data a compras com desconto/preços mais baixos e a maioria considera este tipo de ações interessante ou muito interessante (84%). Cerca de metade dos inquiridos considera que a Black Friday tem a duração de um dia, mas 28% referem que depende das marcas. Oitenta e oito por cento dos portugueses tencionam aproveitar a campanha deste ano.

Televisão e redes sociais são os principais touchpoints com campanhas Black Friday, estando a televisão a decrescer desde 2021 (quebra de 8% ao ano). São os amigos/ familiares e sites/ apps das marcas os meios com maior impacto na adesão à campanha.

Estas são algumas das conclusões do estudo Black Friday 2023, elaborado pela NetSonda para a Worten, e partilhado com o +M. O objetivo é analisar a notoriedade e impacto da campanha, os touchpoints e os hábitos de compra dos portugueses.

A compra na Black Friday mantém-se estável desde 2021, com cada três em cada quatro pessoas a afirmarem já ter comprado produtos nesta campanha. Os adultos entre os 25 e os 34 anos são os maiores adeptos da iniciativa, transversal em termos de género.

Quanto a intenções de compra, 12% dos inquiridos afirma ter a certeza que irá comprar algum produto na campanha deste ano, a mesma percentagem que afasta a hipótese de compra. A eventualidade de aproveitar os descontos associados à Black Friday é a opção escolhida por 75% dos inquiridos.

Quarenta e cinco por cento dos inquiridos prevê fazer as compras tanto online como nas lojas físicas, o que traduz uma diminuição da compra em ominicanal face ao ano anterior (51%). Dos que vão comprar ou vão eventualmente comprar, 28% pretende fazê-lo exclusivamente online e 21% exclusivamente offline, assinala a Worten.

Tecnologia é a categoria que recolhe mais intenções de compra (55%), seguida de moda/acessórios (40%), electrodomésticos (33%) e livros (29%). O objetivo de comprar moda/acessórios, perfumes/cosméticos e jogos/brinquedos diminui significativamente face a 2022, destaca o estudo, que apresenta para estas categorias variações negativas de, respetivamente, 7, 10 e 4 pontos percentuais.

Comparando com 2022, a tecnologia reforçou o estatuto de categoria mais procurada, sendo seguida pelos eletrodomésticos. Por outro lado, e analisando as compras cruzadas, um em cada quatro compradores de tecnologia na Black Friday do ano passado também comprou eletrodomésticos e um em cada cinco comprou livros.

Aproveitar as promoções para o próprio continua a ser a vantagem mais associada à campanha Black Friday. Poder comprar com promoções e antecipar as compras de Natal são as outras duas vantagens que os portugueses mais associam à iniciativa, com dois em cada cinco potenciais compradores na Black Friday deste ano a afirmarem que costumam começar a acompanhar preços com antecedência, sobretudo quem já comprou nestas campanhas. Um terço dos inquiridos não faz qualquer tipo de preparação para esta promoção, refere o estudo.

Quanto a quem fez compras no ano passado, 33% dos inquiridos afirmam que vão gastar o mesmo montante do que no último anos e 26% dizem que vão gastar mais este ano. A percentagem dos inquiridos que tencionam gastar menos é mais alta, situando-se nos 42%. Há assim uma diminuição face a 2022 na percentagem de indivíduos que referem que vão gastar mais este ano do que no ano anterior e um aumento nos que referem que vão gastar o mesmo (-5 pp e +5pp, respetivamente), refere a NetSonda.

 

O valor médio, entre os 88% de inquiridos que tencionam fazer compras na campanha deste ano, aumenta contudo cerca de 10%, situando-se agora nos 359 euros. A confirmar-se o aumento de cerca de 30 euros, e após o arrefecimento projetado para 2022, é o maior aumento desde 2019.

Quanto às barreiras à adesão a esta promoção, o “marketing enganador para o cliente” mantém-se no topo dos motivos evocados, sendo referido por 30% dos inquiridos que afirmam que não vão aderir às promoções da Black Friday. Falta de necessidade/interesse, questões financeiras e a ideia que “as lojas aumentam os preços neste dia” são outros dos motivos apontados por quem não tenciona fazer compras nesta promoção, com este último argumento a ganhar terreno nos últimos três anos. Em sentido contrário, o “não gostar de confusão” é cada vez menos referido como entrave às compras nesta promoção.

Em termos de imagem, oportunidades, preços baixos e bons preços são os atributos mais associados à Black Friday. Pela negativa, os inquiridos associam a esta promoção o consumismo, preços fraudulentos e o caos.

Apesar do peso dos atributos positivos e negativos, três em cada quatro inquiridos valorizam as marcas que aderem a esta promoção, percentagem que é mais alta entre quem já comprou nesta campanha. Há, no entanto, uma diminuição relevante na valorização das marcas aderentes, com este item a cair sete pontos percentuais.

Entre os 58% dos inquiridos que responderam ter feito compras na Black Friday em 2022, 57% dizem ter comprado algum produto na Worten, 21% na Fnac e 18% na Amazon. Sport Zone e Media Markt completam o top cinco das marcas mais procuradas nesta altura.

A televisão as redes sociais continuam a destacar-se como os principais pontos de contacto com as campanhas Black Friday, assistindo-se nos últimos dois anos a uma diminuição do canal TV, já ultrapassado pelas redes sociais na população entre os 18 e os 34 anos.

 

Amigos e familiares, sites e apps das marcas são os canais que mais contribuem para a adesão à Black Friday, seguidos de newsletter, redes sociais, internet e TV. A contribuição dos amigos e familiares, redes sociais, internet, publicidade em lojas físicas e outdoors/ cartazes de rua diminuiu significativamente face a 2022 enquanto o impacto da rádio aumentou (+7pp), nota o estudo.

A Worten é a marca com maior recordação espontânea, tanto em top of mind como no total espontâneo, e regista um um crescimento de 4 pontos percentuais face ao último ano. Fnac e Rádio Popular completam o top 3, tendo ambas aumentado 3 p.p. face ao ano passado. A Zara é a loja de roupa mais recordada, na quinta posição, e a Amazon surge em sétimo lugar na tabela.

A Worten foi também a marca na qual mais inquiridos compraram algum produto na Black Friday do ano passado. Segue-se a de Fnac, Amazon e Sport Zone.

O estudo Black Friday 2023, realizado pela NetSonda para a Worten, decorreu entre os dias 14 e 21 de setembro. Foram realizadas mil entrevistas online, com uma amostra representativa da população portuguesa entre os 18 e os 54 anos. Esta dimensão amostral corresponde a uma margem de erro de próxima dos 3,10%

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