Dono da Kyaia vai criar centro de dia em Paredes de Coura e fundo de reformas para os trabalhadores
Para compensar os trabalhadores pelo "empenho de uma vida", Fortunato Figueiredo vai construir um centro de dia para os pais dos funcionários e criar um fundo complementar de reformas.
Fortunato Figueiredo, dono da Kyaia, de 80 anos, quer realizar o sonho de construir um centro de dia para os pais dos funcionários em Paredes de Coura e, paralelamente, criar um fundo complementar de reformas para os trabalhadores do grupo através da Fundação Oliveira Frederico, que fundou em 2014.
Fundado em Guimarães em 1984, o grupo de calçado expandiu-se em 1986 para Paredes de Coura, no distrito de Viana do Castelo, onde têm 220 dos 400 colaboradores, que durante a formação de dois anos fizeram uma viagem de três horas entre Guimarães e Paredes de Coura. “Quando nós precisamos dos colaboradores eles estiveram sempre disponíveis. Agora é a nossa vez de os recompensar“, afirma o empresário.
Quando nós precisamos dos colaboradores eles estiveram sempre disponíveis. Agora é a nossa vez de os recompensar.
Em 2016, quando inaugurou uma cantina na zona industrial de Paredes de Coura, Fortunato Figueiredo idealizou um infantário para os filhos dos operários. No entanto, com a taxa de natalidade em baixa, o empresário vai optar por criar um centro de dia para os pais idosos dos trabalhadores.
“Fizemos um prédio de raiz para a cantina, mas na altura deixei outro espaço vago para fazer um ATL. No entanto, os pais deixaram de fazer filhos e também abriram dois jardins-de-infância em Paredes de Coura, que absorveram a miudagem e aquilo ficou sem utilidade. Como os pais dos nossos funcionários estão a ficar velhotes, vamos tentar criar um centro do dia para os ajudar”, explica o gestor.

Fortunato Figueiredo diz que este centro do dia, que terá cerca de 700 metros quadrados e custará 120 mil euros, é uma forma de “gratificar os funcionários pelo empenho de uma vida”. Admite que o projeto tem “muitas condicionantes” e agora “tem de deixar passar a tempestade” da crise política e das guerras na Ucrânia e Médio Oriente. “Quando a tempestade passar, vamos retomar os nossos projetos”, assegura ao ECO.
O grupo Kyaia congrega, atualmente, as marcas de calçado Fly London, As Portuguesas, Foreva e Softinos. Além de ser palco para a nova geração de marcas em Portugal, Fortunato Frederico criou também a Overcube com o intuito de servir de rampa de lançamento digital para as marcas que querem atingir a Geração Z e os Millennials — consumidores que vivem no digital.
Fundo de reformas para trabalhadores
Além do centro do dia em Paredes de Coura para os pais dos funcionários, o dono da Kyaia, que emprega cerca de 400 pessoas, quer criar um fundo de reformas para os trabalhadores mais antigos.
“É a Fundação Oliveira Frederico que vai tomar conta desse projeto. Temos trabalhadores que estão connosco há 40 anos e este fundo de reformas complementar é o mínimo que podemos fazer por eles. Penso que daqui a dez anos estaremos em condições de reformar os primeiros, que já vão contar com 50 anos de casa”, prevê Fortunato Figueiredo.
Temos trabalhadores que estão connosco há 40 anos e este fundo de reformas complementar é o mínimo que podemos fazer por eles.
Questionado sobre a fórmula, o gestor explica que “um colaborador que ganhe 1.200 euros quando fica reformado vai para casa com menos 30% ou 40% desse valor e o objetivo da fundação é complementar o valor que a reforma corta“.
Fortunato Oliveira Frederico, foi homenageado durante o Congresso Internacional da UITIC, em Milão, Itália, pela “brilhante carreira dedicada à indústria de calçado”, que aos 14 anos varria o chão de uma fábrica e hoje é um dos mais importantes empresários da indústria de calçado no plano internacional.
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