Rui Moreira diz que não confia nos planos e prazos de obra da Metro do Porto
Rui Moreira enviou mais uma carta à Metro do Porto com queixas sobre obras na cidade e diz que é "impossível confiar" nos cronogramas da transportadora.
Já não é a primeira que o autarca do Porto se queixa das obras da Metro do Porto, e se insurge publicamente contra as derrapagens dos prazos e os consequentes constrangimentos na mobilidade da cidade. Em mais uma carta enviada ao presidente da Metro do Porto, Tiago Braga, o independente Rui Moreira avisa que “será impossível confiar num plano de obra apresentado pela Metro do Porto, cuja imprevisibilidade é uma constante” e “é inevitável que se perca toda e qualquer confiança nos cronogramas apresentados, nas soluções construtivas propostas, assim como nas promessas de entrega do espaço público nas datas apresentadas”.
Na carta, a que o ECO/Local Online teve acesso, enviada a 4 de janeiro, o autarca portuense lamenta que “nada do que foi planeado e apresentado (…) está a ser cumprido” pela transportadora. As críticas sobem de tom quando o edil portuense assinala “alterações ao que estava anteriormente projetado que vão agravando, ainda mais, as condições de mobilidade e os constrangimentos ao normal funcionamento da cidade“. É o caso das obras da futura linha Rosa (São Bento – Casa da Música) e às do metrobus (Casa da Música – Praça do Império).
Rui Moreira destaca aqui a Avenida do Marechal Gomes da Costa, onde “inicialmente, estava prevista uma intervenção leve”, mas “alterou-se o projeto, e (…) tornou-se necessária a construção de uma caixa de pavimento com uma profundidade de um metro em relação ao nível da via pública, o que provocou um atraso de dois meses“.
Na prática, critica Moreira, “nada segue de acordo com o plano previsto, pelo que o impacto na vida das pessoas e na economia da cidade assume proporções intoleráveis“. Neste ponto, o autarca exige uma “sinalização mais eficaz e uma informação mais abrangente e detalhada” sobre os trabalhos em curso.
Nada segue de acordo com o plano previsto, pelo que o impacto na vida das pessoas e na economia da cidade assume proporções intoleráveis.
Por considerar que as empreitadas “exigem inevitavelmente uma interação estreita e um diálogo contínuo entre a Metro do Porto e a câmara”, esta tem apresentado constantes recomendações sobre o desenvolvimento dos projetos. “É neste contexto que temos vindo a apresentar a nossa preocupação quanto aos atrasos registados e às alterações no faseamento das respetivas frentes de obra”, refere Moreira na missiva enviada a Tiago Braga e à qual ainda não obteve resposta.
Face ao “impacto muito significativo causado pelas obras da Metro do Porto assim como o deficiente desenvolvimento dos trabalhos” – lê-se na carta –, Rui Moreira pediu aos serviços do município um resumo dos atrasos no cronograma das obras da Linha Rosa e do metrobus. O resultado não foi o melhor: na linha Rosa, a galeria do Rio da Vila tem um atraso de 621 dias, a nova estação da Praça da Galiza já conta com 244 dias de atraso e a do Hospital Santo António 92 dias. Já a frente de obra na Casa da Música regista um atraso de 434 dias e nem sequer iniciou a segunda fase enquanto o poço de emergência e ventilação no Largo Ferreira Lapa apresenta 190 dias e o da rua Miguel Bombarda 488 dias.
Também o calendário de obra no metrobus é motivo de preocupação. Feitas as contas são 162 dias de atraso no troço entre as ruas Dominguez Alvarez e Bessa Leite, 207 dias entre as ruas Agramonte e João de Deus, 140 dias entre Pedro Hispano e Azevedo Coutinho, 177 dias entre São João de Brito e Pinheiro Manso, e 66 dias entre a interceção das avenidas da Boavista e Marechal Gomes da Costa e a rua João de Barros.
Já em novembro de 2023, o município acusou a transportadora de resvalar para 2025 as obras da linha rosa, inicialmente previstas para o final deste ano.
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