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Dona da SIC e Expresso fecha 2023 com prejuízo de 2 milhões e dívida de 115,5 milhões

Carla Borges Ferreira,

O resultado líquido da Impresa foi negativo em 2 milhões de euros. A dívida situou-se em 115,5 milhões no fecho de 2023, um aumento de 8,2 milhões. Expansão do negócio digital e o objetivo para 2024.

A Impresa fechou o último ano com prejuízos de 2 milhões de euros. O valor traduz uma quebra de 277,7% na comparação com os lucros de 1,1 milhões de 2022, revela o relatório enviado na tarde desta quinta-feira à CMVM. “É na estrutura do Grupo que são consolidados os custos financeiros como o serviço da dívida, que se agravou com a subida das principais taxas de referência, o que explica que este ano a Impresa não apresente lucros”, justifica o grupo dono da SIC e do Expresso.

O resultado líquido ajustado dos custos de reestruturação foi positivo em de 1,4 milhões, uma quebra de 59,6% em relação ao último ano. Os custos de reestruturação, concretiza o grupo ao +M, são referentes a indemnizações pagas no âmbito de processos de rescisão por mútuo acordo.

O EBITDA (resultado operacional) do grupo foi de 15,4 milhões de euros, uma redução de 8% relativamente a 2022. Sem considerar os custos de reestruturação, o EBITDA recorrente foi de 18,8 milhões, uma diminuição de 1,3% relativamente ao último ano. O EBITDA da SIC foi de 16,6 milhões de euros, uma quebra de 2,8%.

As receitas totais do grupo liderado por Francisco Pedro Balsemão situaram-se nos 182 milhões, um recuo de 1,8% face a 2022 e os custos operacionais, “não obstante a pressão inflacionista”, diminuíram 1,1%. Se excluídos os custos de reestruturação, os custos operacionais desceram 1,8%.

A dívida remunerada líquida da Impresa situou-se em 115,5 milhões no fecho de 2023. Face a 2022, este indicador aumentou 8,2 milhões. “Ainda assim, trata-se do segundo ano de menor nível de endividamento desde 2005, ano em que a Impresa passou a deter 100% do capital da SIC”, destaca o grupo.

Analisando por áreas, a SIC registou receitas totais de 156 milhões de euros, uma quebra de 2,4%. Esta deveu-se, justifica o grupo, “sobretudo, a uma quebra no mercado publicitário dos canais de televisão abertos (free-to-air), no qual a SIC generalista liderou com 48,3% da quota de mercado”. Já o crescimento da venda de conteúdos teve um impacto positivo no volume de negócios anual da SIC, acrescenta, sem precisar os valores.

Os custos operacionais apresentaram por seu turno uma diminuição de 2,3%. “Sem contabilizar os custos de reestruturação, a redução ascendeu a 3,2%, para o que contribuiu uma otimização da gestão da grelha de programação televisiva ao longo do ano”, escreve a dona da SIC. A margem do EBITDA recorrente, que não considera os custos de reestruturação, aumentou de 11,3% para 12,1%, prossegue. Os resultados líquidos foram de 8,3 milhões, um crescimento de 12,2%.

Na área de imprensa, a Impresa Publishing atingiu receitas totais de 24,7 milhões, um crescimento de 1,3% e “o melhor valor desde 2017”, refere o grupo. Os custos cresceram, no entanto, para 4,1%, para os 22,9 milhões, variação justificada “pelo aumento do preço do papel do Jornal Expresso”. O EBITDA situou-se nos 1,8 milhões, uma quebra de 24,9%. Ajustado aos custos de reestruturação, o valor sobe para os 2,5 milhões, uma quebra homóloga de 22,2%.

Para este ano, o grupo elegeu como objetivos prioritários acelerar a transformação digital, diversificar as fontes de receitas e melhorar a margem operacional, aliados a uma maior eficiência dos processos internos e da estrutura organizacional.

O Expresso, de resto, assume-se já como um jornal digital first. “A Impresa, enquanto plataforma de informação e entretenimento, continuará a apostar na expansão dos negócios no digital, sobretudo, no streaming, connected TV, áudio e circulação digital do Expresso, aliás já assumido como um jornal digital first“, descreve o grupo liderado por Francisco Pedro Balsemão.

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