Media

Novo canal arranca até junho. “Aqui vamos fazer jornalismo”

Rafael Ascensão,

O novo canal da Medialivre vai ocupar a posição nove na grelha dos operadores Meo, Nos e Vodafone. Vai para o ar no primeiro semestre do ano.

Aqui vamos fazer jornalismo“, garantiu Paulo Oliveira Lima, na apresentação do NewsNow, o novo canal da Medialivre (ex-Cofina) que, como o +M já tinha avançado em março, vai concorrer com a CNN e com a SIC Notícias, no segmento dos canais de informação. O diretor-executivo referiu que a força deste novo produto “diferenciador”, e que “acrescenta valor”, é encontrada também em sinergias com as outras marcas do grupo, como o Jornal de Negócios, a Máxima, o Record ou a Sábado.

O canal, liderado por Carlos Rodrigues e que terá então Paulo Oliveira Lima como diretor-executivo, vai ocupar a posição nove na grelha dos três operadores, Meo, Nos e Vodafone. Vai para o ar no primeiro semestre do ano.

Já o CEO da Medialivre, Luís Santana, enalteceu que desenvolver e apresentar um projeto desta natureza depois de apenas cinco meses da constituição da empresa é um sinal da capacidade de trabalho da empresa e assegurou aos operadores de televisão que “o futuro vai dizer-vos que foi uma justa e lógica decisão” a de acederem ao pedido de disponibilizar a posição nove nas suas grelhas.

Na apresentação, Carlos Rodrigues garantiu que o novo canal não vai ser “uma televisão cinzenta ou domesticada” mas antes “o contrário disso”. “Não temos medo das notícias, de contar a verdade, dos poderosos, de dizer tudo o que interessa, doa a quem doer”, afirmou. “Estaremos sempre ao lado do cidadão, do contribuinte, de quem sofre a história e de quem olha para o jornalismo com um dos últimos pontos de abrigo perante uma nação cada vez mais perplexa com tudo o que é incompreensível”, acrescentou.

“Somos e seremos o canal de notícias, porque esta é a casa das notícias e o Now será uma das suas novas habitações”, disse ainda Carlos Rodrigues, adiantando que para o concretizar foram contratados 59 novos profissionais, entre jornalistas e técnicos.

O líder do canal que deve ser lançado até ao final do primeiro semestre do ano referiu ainda que este lançamento não surge “numa lógica combativa”, mas antes de respeito pela concorrência. “Quanto maior for o vosso sucesso maior será o nosso desafio”, acrescentou.

Referindo ao +M à margem do evento de apresentação que não acredita que possa haver uma canibalização com a CMTV – o outro canal do grupo –, Carlos Rodrigues disse que os dois canais serão antes concorrentes mas com “propostas totalmente divergentes e distintas”.

Para isso irá contribuir uma diferenciação ao nível das notícias e investigações jornalísticas do News Now – obtida portanto em conjunto com os outros meios do grupo – mas também através de uma diferenciação ao nível da opinião.

Nós basearemos a nossa proposta de conteúdo em protagonistas e em especialistas que aportam algum tipo de conteúdo às matérias sobre as quais são convidados a falar. Não teremos comentadores tudólogos, não teremos pessoas que falam sobre tudo e sobre nada”, disse.

“Vamos baixar a temperatura emocional do debate público e do debate político, porque na verdade transformar estes debates em debate de futebol é um mau caminho – no meu entendimento – para a democracia”, prosseguiu.

Os ex-primeiros-ministros António Costa e Pedro Santana Lopes integram o elenco de “protagonistas” do novo canal.Hugo Amaral

“Nós temos de começar a debater estes temas de uma forma mais racional e menos emocional. Hoje em dia verifica-se em muitos canais de informação que há uma espécie de futebolização da política e nós vamos combater isso através desta diferenciação também da opinião”, acrescentou ainda ao +M o diretor-geral editorial do grupo.

António Costa, Rui Rio e Fernando Medina são alguns dos nomes que vão integrar este conjunto de “protagonistas” do novo canal de notícias, que conta ainda com personalidades como o cardeal Américo Aguiar ou a ex-diretora geral de saúde, Graça Freitas como comentadores.

O cabeça-de-lista da Iniciativa Liberal (IL) às eleições europeias, Cotrim Figueiredo, a bastonária da Ordem dos Advogados, Fernanda de Almeida Pinheiro, o líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, e o ex-primeiro ministro e presidente da Câmara da Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes, são outras figuras que os telespectadores vão poder ver como protagonistas no novo canal.

Com esta “proposta de valor diferenciada”, o canal espera “conseguir trazer de volta para os canais tradicionais – como são os canais de informação – muitas pessoas que têm estado desligadas do circuito tradicional de televisão”, explicou ainda Carlos Rodrigues ao +M.

Para isso vai contar com uma grelha que “será baseada nestas propostas de conteúdo mas que poderá ser desconstruída a qualquer momento, porque como canal de informação a prioridade é a notícia”.

Carlos Rodrigues na apresentação do novo canal da Medialivre.Hugo Amaral

Outra diferenciação apontada pelo líder do canal, é que este vai ser o canal “das horas certas” e da “informação exata à hora exata”, pelo que os espectadores podem contar sempre com noticiários às horas certas. “Vamos combater aquela pequena competição que há entre os canais de começarem a antecipar os horários dos noticiários. Connosco todos os noticiários serão à hora certa, é outro ponto diferenciador”, garantiu.

Embora não adiantando valores de investimento, Carlos Rodrigues afirmou que a Medialivre “investe sempre de acordo com as suas possibilidades e sempre de acordo com a expectativa de receita que tem”, acrescentando que o novo canal vai ser rentável “muito rapidamente”.

Sobre este tema, o diretor-geral editorial da grupo disse ainda que a Medialivre é uma empresa que “desmente a ideia de que há crise nos media.

O que nós achamos é que há crise na gestão dos media. Porque é evidente que se uma empresa de media tem uma expectativa de ter uma determinada receita, o que tem de fazer é os investimentos e gastos de acordo e atinentes a essa receita expectável. É esse o princípio inabalável que já vigorava na Cofina e vigora agora na Medialivre”, apontou.

Segundo se refere em nota de imprensa, o NewsNow “é o canal da hora certa, respeitando o tempo dos espectadores, fornecendo informação rigorosa e cuidada nas grandes áreas da informação”, entre economia, política ou desporto, “procurando a cada momento contribuir para a elevação do jornalismo”.

“O canal promete ainda abordar temas essenciais para os portugueses como o ambiente e a tecnologia. E porque o lazer e tendências fazem parte do dia a dia, haverá espaço para o lifestyle e a moda”, acrescenta-se.

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