Governo quer rever contrato de concessão da RTP. Ministro defende “modernização tecnológica” da Lusa
Pedro Duarte disse que existe a "intenção" de rever o contrato de concessão da RTP, "atrasado há muitos anos". O governante defendeu também que o Estado deve ser "inequivocamente maioritário" na Lusa.
O ministro dos Assuntos Parlamentares disse esta quarta-feira que é uma “RTP para o futuro” que quer ajudar a construir, nomeadamente com a revisão do Contrato de Concessão, preparada para “a terceira e quarta década do século XXI“. Pedro Duarte falava na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, no âmbito da audição regimental.
A nível da RTP “temos a intenção de renovar, rever o Contrato de Concessão de Serviço Público, algo que está atrasado há muitos anos“, apontou. “O mundo em 2015 era muito diferente do que é hoje”, sublinhou o governante, já que, por exemplo, os hábitos de consumo das novas gerações se alterou profundamente durante este período.
Esta revisão é o instrumento “que temos no Governo para impulsionarmos que a RTP dê um salto de modernização e de atualização para os tempos em que vivemos”.
Nesse sentido, “o que nós queremos e vai ser a nossa ferramenta com o Contrato de Concessão, é termos uma RTP de facto para a terceira e quarta década do século XXI. É uma RTP para o futuro que queremos ajudar a construir”, concluiu o governante.
Já sobre a Lusa, Pedro Duarte defendeu que “há necessidade de modernização tecnológica”, à semelhança do que acontece no setor, acrescentando que o Estado deve ser “inequivocamente maioritário” na estrutura acionista da agência de notícias.
O governante elencou alguns princípios, destacando o primeiro: “Queremos uma Lusa em que o Estado seja inequivocamente majoritário no seu capital“.
O ministro salientou que não há mais nenhuma agência de notícias em Portugal e “aí o Estado tem de estar”, trata-se do “último reduto” perante as ameaças que hoje existem em termos de desinformação, informações que não são corretas e rigorosas.
“O Estado tem de garantir que há uma agência de notícias nacional“, a qual tem uma “credibilidade muito grande”, o que se traduz num “ativo excelente, tal como a RTP“, que é preciso “preservar e potenciar”, prosseguiu.
Além disso, “há uma necessidade de modernização tecnológica, é uma necessidade“, e a “Lusa não é diferente” em termos de precisar disso, afirmou Pedro Duarte. “Também vamos ter que olhar para esta vertente”, rematou.
Também segundo declarações do ministro citadas num comunicado do Sindicato de Jornalistas divulgado esta quarta-feira, Pedro Duarte considera a compra das ações da Lusa detidas pela Global Media Group (GMG) “uma prioridade absoluta”, mas alerta que o Estado “não pode pagar mais do que o preço justo”.
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